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Archive for maio \31\America/Sao_Paulo 2006

Dizer a verdade é desacato???

Josué Maranhão

BOSTON – Três notícias lidas no final da
semana passada fizeram-me pensar a respeito de dois problemas sérios que vejo no
Brasil: a impunidade e como são tratados os corruptos no país.

A
primeira notícia diz que um ex-vereador paulistano, Vicente Viscome, denunciado,
condenado e preso como integrante da chamada “máfia dos fiscais” da Prefeitura
de São Paulo, ganhou em definitivo a liberdade, conforme decisão do Tribunal de
Justiça. Lendo arquivos, apurei que o ex-vereador foi condenado a 12 anos de
prisão, dos quais cumpriu um terço, em regime fechado, ou seja, “vendo o sol
quadrado”. Outro um terço cumpriu ele em regime semi-aberto. Beneficiado por
indulto coletivo concedido pelo presidente da República, Viscome estava ameaçado
de voltar para trás das grades, se fosse provido um recurso do Ministério
Público.

A história é kafkiana, para dizer o mínimo. O ex-vereador
encontrava-se em regime semi-aberto, com autorização para trabalhar em
determinado lugar. Ocorre que, certo dia, ao contrário de ir direto para o
trabalho, ele passou em um outro estabelecimento comercial. Por sinal é o local
onde ainda hoje trabalha. Foi lá exatamente para pedir emprego.

O
Ministério Público queria que ele voltasse ao regime fechado de prisão, alegando
que ele havia quebrado as condições impostas para o semi-aberto. Tanta coisa
para se fazer no Brasil e o MP fique procurando pêlo em ovo!.

Agora,
segundo a notícia, ele ganhou em definitivo a liberdade, como indultado.

A segunda notícia, que li na mesma data, dizia que a Câmara Federal
havia absolvido o décimo primeiro deputado envolvido no esquema do mensalão.
Encerrava a lista, parece-me. Todos são santos, com a graça de Deus,
amém!

Em resumo, em decorrência dos escândalos de mensalão, valerioduto,
caixa 2 ou “dinheiro não contabilizado”, conforme a versão delubiana, 19
parlamentares foram denunciados pela CPI dos Correios, ao Conselho de Ética da
Câmara. Do total, foram cassados os mandatos de 3 deles: Roberto Jefferson, José
Dirceu e Pedro Correia, presidente do PP. Dos 3, somente o último perdeu o
mandato como recebedor de dinheiro espúrio, como corrupto. Os outros dois foram
penalizados por motivos diversos.

A terceira notícia informa que um
advogado do PCC, Sérgio Weslei da Cunha, acusado de haver comprado um CD de um
depoimento secreto na CPI das Armas, foi preso por desacato aos deputados. A
presidência da CPI das Armas o prendeu, enquanto era acareado com o suposto
vendedor do CD. Saiu do local algemado.

Tendo em vista o argumento
adotado para a decretação da prisão em flagrante do advogado, antes de
prosseguir, preciso esclarecer que não sei se existe o crime de desacato, quando
o suposto desacatador diz a verdade ao desacatado, agente do serviço público que
alega ser a vítima.

O que primeiro me chamou a atenção foi a necessidade
de fazer uma comparação entre os casos do ex-vereador Viscome (que eu jamais
conheci e “nunca o vi mais gordo”, com diz a piada) e os daqueles deputados
federais que, para facilitar o raciocínio, vamos chamar de
mensaleiros.

Não sei de detalhes sobre o crime cometido pelo vereador.
Mas, pelo que ouvi dizer, ele teria sido condenado em face de envolvimento com
fiscais corruptos, da Prefeitura de São Paulo. Todos seriam corruptos e recebiam
propinas. Parece-me que ninguém, no caso, recebia elevadas quantias. Era
mixaria, alguns trocados, se comparado com o que os deputados federais recebiam
no mensalão.

Gostaria que alguém me explicasse – principalmente os
doutos juristas tão ciosos do respeito à Constituição Federal e às leis – o que
determina a diferenciação de tratamento.

Um vereador é flagrado,
processado e condenado por receber propinas. Condenado, cumpriu, pelo menos,
quatro anos de reclusão, por trás das grades mesmo, além de mais algum tempo em
regime semi-aberto.

Os deputados receberam muito mais dinheiro, como
ficou comprovado, a maioria confessou, embora tenham procurado justificar com
histórias da Carochina. Foram absolvidos pelo plenário da Câmara Federal e, para
falar a verdade, tenho as minhas dúvidas, aliás, duvido muito, que algum deles
um dia venha a sofrer pelo menos 1 hora de prisão por conta da corrupção.

Para começar, na hipótese em que venham a ser processados criminalmente,
responderão perante o Supremo Tribunal Federal. É um privilégio absurdo, típico
do sistema jurídico brasileiro. O que justifica que deputados e senadores, além
de muitos outros ocupantes de cargos públicos, somente possam ser processados e
julgados perante a mais alta Corte do país?

Nunca fiz pesquisas, mas ao
que me lembre, no mundo inteiro (deve haver exceções para confirmar a regra) não
há o fórum privilegiado. Deputados, Senadores e outros agentes público, quando
cometem crimes, são julgados como todos os demais pobres mortais. No Brasil, no
entanto, há a mamata de se ver julgar pelo Supremo, em processos que muito
dificilmente chegam ao final com uma condenação.

A propósito, alguém tem
na memória algum caso em que um congressista brasileiro tenha sido julgado,
enquanto no exercício do mandato, pelo Supremo Tribunal, tenha sido condenado e
efetivamente recolhido ao xadrez?

O fórum especial permite maior gama de
chicanas, manobras e expedientes espúrios que, geralmente, beneficiam os
criminosos com a impunidade. Tudo é mais complicado, favorecendo o réu, do que
se o julgamento fosse no juízo comum onde os demais brasileiros são
julgados.

O que é de pasmar, portanto, é que o vereador que recebeu
propina foi julgado, condenado e preso, cumpriu pena na cadeia mesmo, depois em
regime semi-aberto. Indultado, agora corria o risco de perder direito ao indulto
e voltar ao presídio, para cumprir o restante da pena.

Os deputados, não
foram menos desonestos. Pelo contrário, se locupletaram de valores muito maiores
e de forma muito mais vergonhosa, vendendo-se para votar conforme lhes fosse
ordenado pelos pagadores do mensalão.

Todavia, absolvidos pelos pares,
estão e vão continuar soltos, lépidos e fagueiros e, certamente, voltarão ao
Congresso, no próximo ano, com novos mandatos. Abrem-se as portas para que
possam se locupletar de mais dinheiro público. Afinal, já sabem o caminho da
pedras e, ainda, que são protegidos pelo sistema.

Por último, o caso do
advogado preso pela CPI. Não pretendo, sequer de passagem, discutir se ele
cometeu o crime de corrupção ativa, se comprou ou não CD de depoimentos
secretos, etc. Apenas um aspecto do caso tem interesse aqui.

Pasma, no
entanto, saber que ele foi preso, algemado e humilhado, acusado de haver
desacatado os deputados federais de um modo geral, por conta do excêntrico
diálogo:

– O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) disse: “você aprendeu
rápido com a malandragem!”

– O Advogado Sérgio W. Cunha disse: "A gente
aprende rápido aqui.".

O que se verifica é que ambos falaram
absolutamente a verdade: o advogado deve ter aprendido rápido com os malandros
do PCC que defende, mas invocou os ensinamentos que também emanam do Congresso
Nacional onde também se aprende rápido a malandragem. Aliás, creio que de nenhum
outro lugar no Brasil saem mais ensinamentos sobre malandragem do que no meio
político, notadamente do Congresso Nacional, que tem maior projeção junto ao
público.

Sim, é a malandragem dos anões do orçamento, do mensalão, do
sanguessuga, da fraude com combustível, etc., etc. Há até o caso daquele
deputado que tinha a mania de fazer picadinho, com serra elétrica, os seus
desafetos.

Resta, agora, desvendar a dúvida atroz que, tenho certeza, não
é somente minha, simples ignorante em matéria penal, mas é a dúvida de muita
gente:

-Dirigir-se a um agente público, dizendo a verdade, é crime de
desacato?

Não sou mais advogado e, muito menos criminalista, área em que
nunca atuei. Mas, gratuitamente, aqui vai um bom argumento para a defesa do
advogado preso. Vai grátis e espero, apenas, que a defesa tenha êxito na
comprovação de que dizer a verdade não é crime.

Quarta-feira, 31
de maio de 2006

Categorias:Pense Direito

Carlos Brickman Arrasa!!!

COPA DO MUNDO
A overdose
de bola

Por Carlos Brickmann em 30/5/2006

Este colunista adora futebol, já fez a cobertura de uma Copa – a de 1986, no
México (não perguntem o resultado) – e, pela primeira vez, terá a chance de
torcer para o Brasil e também para a Argentina, em cuja seleção brilham Carlitos
Tevez e Javier Mascherano. Mas, mesmo gostando de futebol, é duro agüentar os
meios de comunicação durante uma Copa do Mundo!

Futebol é uma coisa; discutir a unha encravada do Ronaldinho Gaúcho, a
família do Ronaldinho Gorducho e o cabelo pintado do Ricardinho é outra, muito
mais chata. Mas o que é que pode fazer o exército de repórteres acampado nas
portas do hotel da seleção, além de publicar diariamente uma Caras do
futebol?

Cobrir a seleção de verdade é dificílimo. O acesso aos jogadores e dirigentes
está longe de ser ilimitado. Há as entrevistas diárias; as mesmas para todo
mundo, e delas raramente se pode extrair um bom lead. Claro: a Comissão
Técnica procura esconder o jogo e os craques, como de hábito, prometem
desempenhar a função que lhes foi designada pelo professor e manter o grupo
unido.

Mais difícil do que fazer a cobertura é acompanhá-la, como leitor, ouvinte ou
telespectador. Este colunista já teve o prazer de assistir a um longo debate
sobre os estranhos hábitos dos cidadãos de Weggis, que não se preocupam a mínima
com a segurança e deixam as chaves do hotel em cima do balcão, sem ninguém que
tome conta. Já foi informado de que na cidade, de três mil habitantes, não há
vida noturna. Os cidadãos estão entusiasmados com a presença de tantos astros.

Como em todas as Copas, há aqueles brasileiros que passeiam e, ao ver as
câmeras, desfraldam as bandeiras, pulam feito doidos e gritam "Brasil, Brasil" e
"Hexacampeão". E, veja, este é só o início da cobertura!


Planejamento

Há muitos anos, em outra Copa, um jornal resolveu planejar toda a cobertura.
Alugou automóveis, reservou hotéis, escolheu os repórteres com um ano de
antecedência. Nenhum – não houve sequer uma solitária exceção – se preocupou em
aprender a língua do país, ou pelo menos algumas frases. Naqueles bons tempos, o
jornal até pagaria o curso de quem quisesse se preparar melhor para a Copa. Na
última hora, tiveram de recorrer a brasileiros que moravam por lá para que
servissem de intérpretes, ou o pessoal não conseguiria sequer escolher o
jantar.

Vitória garantida


1. O Brasil ganhou a Copa de 1994. Antes, havia ganho a de 1970.
Somando 1994 com 1970, dá 3.964.


2. A Argentina ganhou as Copas de 1978 e 1986. Somando, dá
3.964.


3. A Alemanha ganhou as Copas de 1974 e 1990. Somando, dá
3.964.


4. O Brasil ganhou as Copas de 2002 e 1962. Somando, dá 3.964.

Com esses dados, dá para saber quem vai ganhar a Copa de 2006. Basta subtrair
2006 de 3.964. Dá 1958. Somando 1958 com 2006, dá 3.964. E quem ganhou a Copa de
1958? Podemos começar a festejar!

Este colunista entrou no clima de cobertura da Copa. Esta informação acima
não é absoluta e perfeitamente inútil?


Agora, a notícia séria

É importante registrar que quem publicou a primeira lista dos policiais
assassinados na rebelião dos bandidos do PCC não foi nenhum jornalista: foi um
publicitário. A lista apareceu em primeira mão num anúncio emocionante do Banco
Santander. Deve ter sido a primeira vez na história da comunicação, em qualquer
país do mundo, em que a reportagem é furada por um anúncio.


E eu com isso?

Há certas notícias fantásticas: como é que poderíamos viver sem conhecê-las?
Aliás, como é que pudemos viver até hoje sem saber que:


1. Nicolas Cage compra ilha particular nas
Bahamas.


2. Patrícia Pillar e Ciro Gomes são flagrados namorando no Rio.
(Incrível: são marido e mulher, ela mora no Rio. Por que não?)


3. O ator Hugh Jackman revelou que sua mulher o faz vestir o
uniforme de seu personagem Wolverine, de "X-Men 3", no quarto do casal, para
"dar uma apimentada" em sua vida amorosa. (Aquelas unhas, com certeza, devem ser
ardidas como pimenta.)


Tradução!

E há notícias sem as quais não podemos viver e que foram publicadas. Mas como
é que se faz para entendê-las? Nesta semana, o governo bate o recorde:

"Ministério das Relações Exteriores escolhe Simpress para outsourcing de
impressão"

Categorias:Piadas

Quadrinho também é cultura

QUADRINHOS & LUCROS
Pela união dos poderes

Por Andréia Moura em 30/5/2006

O mundo está repleto de teorias que explicam a influência que a mídia exerce
na mente das pessoas. Os efeitos que a televisão provoca, as conseqüências do
uso excessivo do computador e mesmo dos videogames e da indústria de Hollywood.
Difícil, no entanto, é encontrar algo que explore a influência que as histórias
em quadrinhos têm sobre seus leitores. Afinal, elas também são uma mídia
importante e, por incrível que pareça, atingem um número muito maior da
população do que se imagina.

Muitos têm afirmado que a cultura dos quadrinhos caminha para o fim. Que com
a evolução das tecnologias este universo está se tornando obsoleto. Ledo engano.
À medida que velhos leitores abandonam o hábito, novos "viciados" vão se
rendendo aos encantos do gibi. Se influenciados pelas produções cinematográficas
das histórias, ou pela modificação gráfica feita nas revistas, não importa. As
HQ continuam presentes, levando seu público-alvo a incorrer nos mesmos
comportamentos incentivados por mídias mais procuradas, difundidas.

Nos grandes centros brasileiros é comum encontrar lojas especializadas em
quadrinhos. Nestes locais é vendido todo tipo de publicação do gênero. Números
atrasados, edições encadernadas, enfim, qualquer coisa que apeteça ao leitor.
Até 2004 o mercado das HQ movimentava cerca de dois milhões de reais por mês no
Brasil. Prova de que o segmento continua forte, ou pelo menos, comercial. O que
interessa, no entanto, é perceber que mesmo se utilizando de um discurso
diferente, o objetivo desta mídia, assim como de seus empresários, é o mesmo que
move o mundo e os diversos segmentos midiáticos: vender e lucrar.

A cada nova aventura dos super-heróis, os fiéis leitores absorvem mais e mais
as expressões, as peculiaridades, as atitudes dos personagens. De certa forma
isso contribui para a esteriotipagem de comportamentos que hoje assombra a
sociedade. Ao visitar uma escola de educação básica é possível observar que em
cada brincadeira infantil ou mesmo nas conversas e comportamentos adolescentes
se apresentam características dos heróis badalados do mundo anime e dos
quadrinhos. Essa "fissura" por personagens favorece apenas aos interesses das
empresas da área. Incentiva o consumo exacerbado de um sortimento de objetos
relacionados às histórias. Ou de livros que explicam a origem das sagas, que
falam da personalidade dos heróis e vilões, adereços de todo o tipo e até as
fantasias correspondentes.

Mantendo a força

A forma como as histórias são contadas também influencia o consumo. Os
episódios sempre acabam na hora "H". No momento de maior suspense da trama. Os
leitores mal podem esperar para comprar o novo número onde o mistério se
explicará e outro problema irá surgir. É um ciclo vicioso sem fim que visa a
continuidade do segmento e o enriquecimento das empresas. Quando o leitor ameaça
abandonar o "vício" os fabricantes recorrem até a métodos trágicos para manter o
ibope.

Um exemplo disso é o caso de Superman. No início dos anos 90 a revista
do herói estava sofrendo com a baixa procura. Os editores resolveram então
matá-lo. Isso causou comoção e polêmica entre os aficionados. Um tempo depois os
produtores ressuscitaram o herói. O número de vendas da revista que trazia
Superman ressurgido superou todas as expectativas de venda. Desde então o
número de leitores da história tem se mantido estável.

Outro exemplo bastante comentado foi a mudança no layout de
Mulher-Maravilha e Elektra. Essas personagens são desenhadas por
um brasileiro. Em 1995 ao perceber que os leitores estavam migrando para outros
personagens, os editores das revistas decidiram fazer uma mudança gráfica nas
heroínas. Foi acrescentado um "bumbum" maior em Mulher Maravilha. Para Elektra
foi concedido um corpo com mais curvas, estilo violão. A partir de então,
principalmente no Brasil, o número de leitores só cresceu.

Há quem diga que as HQ não podem competir em influência com as mídias
tradicionais tão demonizadas hoje. Isso não se prova verdadeiro quando paramos
para analisar os comportamentos que a "geração quadrinhos" e a juventude atual,
que está sendo atraída a cada dia mais para este segmento apresentam. Essas
empresas reconhecem o potencial de seu produto e há anos recorrem a estratagemas
conhecidos para ganhar dinheiro. Sempre incentivando o consumo. O que muda é
apenas a construção do discurso. Não importa se matando personagens, lançando
moda ou criando expressões, os empresários reconhecem que "pela união destes
poderes" os quadrinhos mantêm a força e cumprem seu papel de gerador de
lucros.

Categorias:Entretenimento

Aaauuuréééliaaahhh!!! Uuuiii!!!

SEGUNDA-FEIRA, 29/5
Dicionário gay presta homenagem a Aurélio

Por Leticia Nunes em 30/5/2006

Folha de S. Paulo

Segunda-feira, 29 de maio de 2006


AURÉLIA
Nina Lemos

O dicionário sai do armário

"Será lançada amanhã, em meio a polêmicas, a livra ‘Aurélia, A Dicionária da
Língua Afiada’ (143 págs., R$ 24), pela Editora da Bispa. A frase acima está
escrita na forma preferida de comunicação entre alguns dos integrantes do mundo
gay, sempre colocando as palavras no feminino.

Isso, segundo os (ou as) autores do primeiro dicionário de expressões gays do
Brasil, o jornalista Victor Ângelo, 38, que assina com o codinome de Ângelo Vip,
e Fred Libi, que prefere não se identificar e é descrito na obra como um ‘gay de
nascença que refugiou-se nos estudos para entender o mundo que o hostilizava’.
De acordo com eles, o que era ‘o’,vira ‘a’ entre os homossexuais.

O título é uma alusão ao famoso ‘Aurélio’, de Aurélio Buarque de Holanda, um
dos maiores lexicógrafos do Brasil, morto em 1989. ‘Aurélia’ contém 1.300
verbetes, todos descritos, na forma, como em um dicionário tradicional.

‘O nome é uma homenagem ao Aurélio. Ele é pop. Tanto que quando você fala em
um Aurélio, se refere a um dicionário. Seria muito feio se fosse Houaissa
[referência ao autor do ‘Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa’, de Antonio
Houaiss]. A prova de que é uma homenagem é que não chamamos o livro de
‘Houaissa’, explica Victor Ângelo.

Homenagem dispensada

A tal ‘homenagem’ não agradou a família do dicionarista nem a editora
Positivo, que detém os direitos sobre as edições e comercialização do ‘Aurélio’
desde 2003. O diretor de marketing do grupo Positivo, André Caldeira, afirmou
que ‘tomaria todas as medidas judiciais cabíveis para defender a marca’.

‘Quero deixar claro que não é uma prática de homofobia. É proteção a uma
marca’, disse. Segundo Caldeira, ‘Aurélia’ seria uma ‘deturpação do nome’.
‘Estão pegando carona em uma instituição muito importante.’

O advogado José Pinheiro, um dos proprietários da Editora do Bispo, discorda.
‘A própria Lei dos Direitos Autorais diz que são livres as paráfrases e paródias
que não forem verdadeiras reproduções da obra original nem lhe impliquem
descrédito. É o caso do ‘Aurélia’, que além de não desobedecer a lei, acaba
prestando uma homenagem.’

A viúva de Aurélio Buarque de Holanda, a também lexicógrafa Marina Baird
Ferreira, 83, afirmou, por e-mail, que a família ‘dispensa a homenagem’. ‘A
família em nome do falecido autor declara-se contrária a qualquer demonstração
de homofobia, mas dispensa essa ‘homenagem’ ao dicionário.’ De acordo com Ivan
Junqueira, membro da Academia Brasileira de Letras, ‘é interessante que exista
no Brasil um dicionário de expressões gays’. ‘Só acho que eles pegaram pesado
com a brincadeira e erraram na mão. O Aurélio é uma instituição brasileira.’

Longe das polêmicas, o autor Victor Ângelo afirma que prefere chamar o livro
de ‘dicionária’ e que acha que a catalogação das expressões gays é importante.
‘Além disso, o livro pode ser usado para que os pais entendam o que os filhos
falam. E também para que bofes (heterossexuais masculinos) compreendam melhor as
frases de suas namoradas, já que muitas mulheres falam como os gays.’

Código dos travestis

De acordo com ele, o livro foi feito por pesquisas realizadas por ele e Fred
Lip há cerca de dez anos. ‘Começamos a perguntar para amiguinhos e amiguinhas.
Conversamos com gente do Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará e também com
amigos portugueses. E também entrevistei travestis’, explica Ângelo.

Os travestis são os responsáveis, de acordo com ele, por boa parte dos
termos. ‘O bajubá [linguagem usada pelos travestis] é muito interessante, pois
antes era um código entre eles. Quando dizem, por exemplo, ‘aqüenda o alibã’,
querem dizer cuidado com a polícia.’

O tom de ‘Aurélia’ é bastante politicamente incorreto. Na primeira página,
eles já avisam: ‘Este dicionário não tem a pretensão de ser politicamente
correto. Muitos termos são chulos e pejorativos, podendo ser ofensivos para
determinadas pessoas ou grupos. Nesse caso, recomendamos a interrupção imediata
da leitura’.

‘Não teria graça alguma fazer um livro gay politicamente correto. E também,
que coisa chata ter que ser chamado de gay. É viado, é bicha. Muitos grupos
ficam com essa coisa de chamar de ‘homossexualidade’, o que é uma chatice.’

Apesar de escrito por dois homossexuais, o livro várias vezes tira sarro dos
próprios gays. No verbete ‘piti’, por exemplo, eles explicam: ‘Nervosismo,
histeria, ataque de bichice’.

Apesar de tão ‘incorreto politicamente’, parte da renda obtida será doada a
instituições de apoio a soropositivos.

Categorias:Livros

Brasilianos? Brasilenses? Não, brasileiros!

Terça-feira, 30 de

maio de 2006



Brasileiro

29.05.2006 | O leitor Marcelo
Germano Alencar pergunta por que somos chamados de brasileiros em vez de
brasilianos, brasilenses ou mesmo brasileses. Afinal, argumenta ele, o sufixo
eiro não costuma ser empregado na formação de gentílicos e sim para
indicar filiação a uma profissão ou ofício.

A dúvida faz sentido. Na
verdade, eiro é bem mais eclético do que isso, tem empregos numerosos e
variados, mas seu papel como formador de palavras que indicam procedência ou
naturalidade é realmente restrito: vale para “brasileiro”, “mineiro” e umas
poucas outras de menor importância.

A explicação para sermos
“brasileiros” parece estar mesmo numa idéia – hoje esquecida, como também no
caso dos “mineiros” – de profissão. Com a palavra, o filólogo Silveira
Bueno:

No tempo colonial, brasileiro era adjetivo que indicava
profissão: tirador de pau-brasil. Como tal, sendo esses homens criminosos,
banidos para o nosso país por Portugal, o adjetivo tinha significado pejorativo
e por isto ninguém queria chamar-se
brasileiro. Foi o franciscano Frei
Vicente do Salvador o primeiro que teve a coragem de usar
brasileiro, não
já na antiga significação de tirador de pau-brasil, mas na de originário,
oriundo, nascido no Brasil. Assim procedeu Frei Vicente do Salvador ao escrever
a sua “História da Custódia Franciscana do Brasil”. Daí para cá, passou o
adjetivo a pátrio, aureolando-se da glória, do patriotismo de nós todos os que
aqui somos nascidos. Concorreu também para esta nova significação o
desaparecimento do comércio do pau-brasil que era exportado para a
Europa.

Coputa do Mundo 2.006!!!

40 mil prostitutas importadas para Alemanha

Na Alemanha, país que sediará a Copa do Mundo dentro de poucos dias, a
prostituição é legalizada desde 2002. A chamada indústria do sexo está esperando
um baita movimento com a chegada dos três milhões de espectadores para o mundial
de futebol. Estimativas indicam que 40 mil mulheres serão “importadas” de países
da Europa central e do leste para atender a demanda.

Circula pela
Internet um abaixo-assinado
contra a “importação de mulheres”, promovido por
uma organização que se apresenta como feminista, The Coalition Against
Trafficking in Women
(Coalizão contra o tráfico de mulheres). Elas organizam
nesta terça-feira, em Paris, uma manifestação diante da embaixada da Alemanha,
em protesto contra a exploração sexual de mulheres durante os jogos da Copa.
Reclamam de um bordel de 3 mil metros quadrados, que pode receber até 650
clientes, construído ao lado do principal estádio esportivo de Berlim.

Olhando assim, pode parecer até uma boa causa, dessas politicamente corretas
tão em moda atualmente. No entanto, as informações de que o movimento feminista
dispõe dão conta de que as atividades da organização Coaltion estão amplamente
baseadas no moralismo da sociedade norte-americana e apoiadas pelo governo de
George W. Bush. A bandeira contra o tráfico de mulheres seria, assim, um
disfarce politcamente correto para uma ampla atuação internacional contra a
liberdade feminina.

O combate ao tráfico de mulheres surge no final do século 19, início do
século 20, e está diretamente ligado a idéia de conter a migração de mulheres
sozinhas, informa a pesquisadora Kamala Kempadoo, da York University, em artigo
publicado na última edição dos Cadernos
Pagu.

Na mesma edição, a antropóloga brasileira Adriana Pisciteli chama atenção
para o fato de que, desde o tempo das sufragistas, não existe um acordo, dentro
do pensamento feminista, sobre o significado da sexualidade.

De um lado estavam as que acham que a sexualidade é um elemento utilizado
para transformar as mulheres em objeto, o que as impedia de se tornar cidadãs.
De outro, o grupo que via a sexualidade como uma “arena de potencial liberação
para as mulheres.” Na segunda onda do feminismo, essas diferenças teriam sido
simplificadas: haveria assim um grupo hostil ao sexo, percebido como fonte de
opressão feminina numa sociedade patriarcal, e outro que defenfe o sexo como
fonte de prazer e de poder na vida das mulheres.

É por esse caminho de entender o sexo como exploração e a prostituição como
uma forma de opressão às mulheres que Coalition vem trabalhando.

Semana passada assisti a uma entrevista da ex-prostituta Gabriela Leite, da Daspu, no programa da
Marília Gabriela. Numa abordagem nada moralista, ela diz com todas as letras que
a prostituição é uma escolha. Se fosse apenas uma questão de pobreza e miséria,
todas as mulheres pobres se transformariam em prostitutas. E, pensada como
opção, deve ser respeitada.

Publicado por Carla Rodrigues30/05/06 12:01
AM

Categorias:Jogos

Esse povo me mata de vergonha… II

Publicado no Blog do Noblat

30/05/2006 ¦ 04:01

 Driblando o veto ao nepotismo

De Marcelo Auler em O Estado de S.Paulo, hoje:

"Depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impede a prática do
nepotismo no Judiciário e no Ministério Público, surgem suspeitas de que haveria
"facilidades" em concursos públicos para driblar a proibição de contratar
parentes. No 28º concurso para promotores de Justiça no Rio, 6 dos 15 aprovados
entre 3.740 candidatos são parentes de procuradores e promotores.

No dia 12, uma prova oral de direito penal eliminou a candidata mais visada:
Luciana Lanhas Reis, futura nora do procurador-geral de Justiça, Marfan Vieira,
presidente da comissão do concurso. O filho de Marfan e noivo de Luciana, o
promotor Bernardo Maciel Vieira, foi convocado para fiscalizar as provas."

 Assinante do Estadão leia mais

 
Enviada
por:
Ricardo Noblat

Categorias:Pense Direito

Ó meu deus!!! Por que não fui eu que escrevi isto???

O MELHOR TEXTO DE TODOS OS TEMPOS SOBRE ESTE TIPO DE PENSAMENTO ÚNICO MUSICAL!!!

Voltei para o Brasil há pouco tempo. Vivia com minha família na
Inglaterra desde garoto. Estou morando no Rio de Janeiro há uns três
meses e agora estou começando a me enturmar na Universidade. Não sei de
muita coisa do que está rolando por aqui, então estou querendo entrar
em contato com gente nova e saber o que tá acontecendo no meu país e,
principalmente, entrar em contato umas garotas legais, né?
Mas foi
meio por acaso que eu conheci uma garota maneiríssima chamada Tainá.
Diferente esse nome, hein? Nunca tinha ouvido. Estava procurando
desesperadamente um banheiro no campus quando vi uma porta que parecia
ser um. Na verdade, era o C.A. da Antropologia. Uma garota já foi logo
me perguntando se eu queria me registrar em algum movimento estudantil
de não sei lá o que. Pensei em dizer que estava precisando cagar muito
rápido, mas ela era tão gata que eu falei que sim. Tainá: cabelos
pretos, baixinha e com uma estrutura rabial nota dez… Aí, acho que
ela me deu um certo mole… Conversa vai, conversa vem, ela me chamou
para um show de uma banda hoje à noite que eu nunca tinha ouvido falar:
Loser Manos. Nome engraçado esse! Estava fazendo uma força sobre-humana
para manter a moréia dentro da caverna, mas realmente tava foda.
Continuamos conversando e rindo. Ela riu até bastante, mas eu, na
verdade, tava mesmo rilhando os dentes porque assim ficava mais fácil
disfarçar as contrações faciais que eu estava tendo ao travar o cu para
não cagar ali mesmo na frente dela.
Pensando bem, eu tinha ouvido
falar alguma coisa sim sobre essa banda lá na Europa ainda, mas não me
lembro bem o quê. Ah, acho que vi esses caras no noticiário local dando
uma entrevista. Achei que fosse uma banda de crentes tradicionalistas
tipo Amish.Todos de barba, com umas roupas meio fudidas. Parecia até a
Família Buscapé! Dão a impressão de ser uns sujeitos legais, mas o que
me chamou a atenção mesmo foi o jeito da repórter, como se fosse a fã
nº 1 deles, como se estivesse cobrindo a volta do Beatles ou coisa
parecida. Não entendi esse jeito "vibrão" de trabalhar. Bom, mas se eu
conseguir ficar com o bicho bom da Tainá hoje à noite, já tô no lucro!
Marcamos de nos encontrar na entrada do ginásio. Rapaz, acho que tô
dando sorte aqui no Brasil!
Ia ser fácil achar essa garota no meio
da multidão. Ela se veste de uma maneira estilosa, diferente, bem
individual: sandália de dedo, saia indiana, camiseta de alça, uma bolsa
a tiracolo e o mais interessante: um óculos fininho, de armação escura,
grossa e retangular, engraçados até! Depois de uns mil "Desculpe, achei
que você fosse uma amiga minha.", finalmente encontrei Tainá e seu
grupo de amigos. Cacete, isso sim é que é moda! Parecia uniforme de
escola!
Ela me apresentou suas amigas, Janaína e Ana Clara e seus
respectivos namorados, Francisco e Bento. Uma mistura de fazendeiros
com intelectuais. Uns caras de macacão, óculos e de sandália de pneu e
com ar professoral. Pareciam ser legais, "do bem" como eles mesmo
falam… Mas que não me deram muita conversa. "Do bem", isso mesmo!
Gíria nova… Todos aqui são "do bem". E que nomes tão simples!
Janaína, Ana Clara, Francisco, Bento e Tainá. Nada de Rogérios ou
Robertos. E eu já tava me sentindo meio culpado por me chamar
Washington… Realmente estava no meio de uma nova época da juventude
universitária brasileira!
Comecei a conversar com a Tainá antes que
a banda entrasse no palco. Aí, acho que tá rolando uma condição até!
Quem sabe posso me dar bem hoje? Ela começou a falar de música: "Quem
você gosta em musica?", perguntou.
– Pô, eu me amarro no George…"
Ela imediatamente me interrompeu, dizendo alto: "Seu Jorge? Eu também amo o Seu Jorge!"
Puxa,
que legal! Ela gosta tanto do George Harrison que se refere a ele com
uma intimidade única! Chama ele de "Seu"! Seu Jorge! Isso é que é fã!
"Legal você já conhecer ele, hein? Eu sabia que ele ia se dar bem na Europa! O Seu Jorge é um gênio!" , ela emendou.
Pô, eu morava na Inglaterra. Como eu não ia conhecer o George Harrison? Essa eu não entendi…
Depois ela perguntou quais bandas que eu gostava. "Eu curtia aquela banda da Bahia…".
"Ah, Os Novos Baianos, né?? Adoro também!"
"Não, Camisa de Vênus! "Silvia! Piranha!" cantei, rindo.
A
cara que ela fez foi de quem tinha bebido um balde de suco de limão com
sal. Senti que ela não gostou muito da piada. Tentei consertar: "Achava
eles engraçados, mas era coisa de moleque mesmo, sabe?" Óbvio que não
funcionou… Aí, acho que dei um fora…
Depois, Tainá foi me
explicando que o tal Loser Manos é a melhor banda do Brasil, etc.,
etc., etc., e que eles "promovem um resgate da boa música brasileira".
"Tipo Os Raimundos com o forró?", perguntei. "Claro que não!", disse
ela meio exaltada! Ela me falou que não se pode comparar os Los
Hermanos com nada porque "eles são únicos", apesar de hoje se ter
excelentes artistas já reverenciados pela mídia do Rio de Janeiro como
Pedro Luis e a Parede, O Rappa, Ed Motta, Paulinho Moska, Orquestra
Imperial, Max de Castro, Simoninha e Farofa Carioca. Ela mencionou
também "Marginalia" ou coisa parecida. Foi isso mesmo que eu ouvi?
Achei que ela estivesse elogiando eles… Esses foram os nomes
artísticos mais escrotos que já ouvi, mas fiquei quieto. Fico feliz em
saber isso pois quando me mudei o que fazia sucesso no Rio era Neuzinha
Brizola e seu hit "Mintchura". Ainda bem que tudo mudou, né?

depois percebi que o nome da banda é em espanhol: Los Hermanos. Ah bom!
Mas se eles são tão brasileiros assim porque não se chamam "Os Irmãos"?
Quando saí daqui os nomes de muitas bandas costumavam ser em inglês e
até em latim. Ainda bem que essa moda de nomes de bandas em espanhol
não pegou por no Brasil!
Pelo que me lembro, ao explicar qual é a
dos "Hermanos", ela usou a expressão "do bem" umas 37 vezes e disse que
eles falam de romantismo, lirismo, samba, brasilidade e circo. Legal,
mas circo? Pô, circo é foda! Uma tradição medieval que ganha dinheiro
maltratando animais. Onde está a poesia de ver um urso acorrentado pelo
pescoço tentando se equilibrar miseravelmente em cima de uma bola
enquanto é puxado pelo pescoço por uma corrente e por um cara com um
chicote na mão? Rá, rá, rá… Engraçado pra caralho! Na boa, circo é
meio deprimente. Palhaço de circo só troca tapão na cara e espirra água
nos olhos dos outros com flor de lapela e quando sai do picadeiro, vai
chorar no camarim. Que merda! A única coisa legal no circo mesmo é
quando ele pega fogo. Isso sim que é um espetáculo de verdade! Aquela
correria toda, etc. Senti que essa galera se amarra em circo. Não faz
sentido se eles são tão politicamente corretos assim, né? E os pobres
animais? E eu querendo não passar em branco com a conversa com a Tainá,
mas não conseguia lembrar de jeito nenhum a única coisa que eu sabia
sobre a banda… Cacete…! O que era mesmo?
De repente, uma
gritaria histérica! O show tava começando! O ginásio veio a baixo!
Perguntei pra ela: "Eles são todo irmãos, né, tipo o Hanson?" Ela disse
um "não" esquisito, como se eu tivesse debochando. Todos eles usam uma
barba no estilo Velho Testamento e se chamam "Los Hermanos"! O que ela
queria que eu pensasse? Após ouvir a primeira música deu pra ver que os
caras são profissionais mesmo, tocam bem e são completamente
idolatrados pelo público, para dizer o mínimo. Fiquei prestando atenção
ao show. Tem uma influência de Weezer, Beatles e Chico Buarque. Esse aí
é fodão, excelente compositor mesmo. Lá na Inglaterra conhecia uns
caras que eram ligados ao movimento "Dark", como chamam por aqui. São
os sujeitos que gostam de Bauhaus, Sister of Mercy, The Cure, etc. E
tem a maior galera aqui no Brasil também que se veste de preto, não
toma sol, curte um pessimismo niilista e se amarra nessas bandas. Mas
se eles sacassem que o Chico Buarque é o genuíno artista "Dark"
brasileiro. Pô, é só ouvir as músicas dele pra perceber: "Morreu na
contra-mão atrapalhando o tráfego" ou "O tempo passou na janela é só
Carolina não viu". "Pai, afasta de mim esse cálice, de vinho tinto de
sangue" ou "Taca pedra na Geni, taca bosta na Geni, ela é boa pra
apanhar, ela é boa de cuspir, ela dá pra qualquer um, maldita Geni".
Tudo alegrão, né? Se eu fosse dark, só ia ouvir Chico Buarque, brother!

Tentei reengatar a conversa dizendo que achava ao baixista o melhor
músico dos Los Hermanos. Ela respondeu, meio irritada: "Mas ele não é
da banda!" Como eu ia saber?O cara tem barba também! Aí, não tô
entendendo mais nada…
Adiante ela me disse que o cara que ela mais
gostava era um tal de Almirante. Depois de alguns minutos deu pra ver
que o camarada imita um pouco os trejeitos do Paul McCartney, só que em
altíssima rotação. Ele fica se contorcendo feito um maluco enquanto os
outros ficam estáticos. É engraçado até! Parece que ele tem uma micose
num lugar difícil de coçar! E fica falando e rindo direto. Ele é o
irmão gaiato do cara que canta a maioria das músicas, o tal de Marcelo
Campelo, como anunciaram no noticiário local. Isso mesmo, Marcelo e
Almirante Campelo: "Os Irmãos"! Legal! Já tava me inteirando! Ah, e tem
também dois gordinhos de barba que estão lá também, mas devem ser
filhos de outro casamento…
Tava um calor desgraçado, coisa que eu
realmente não estou acostumado. Fui rapidão ao bar pra beber alguma
coisa. Comprei umas quatro latas de refrigerante que era o único troço
que tava gelado para oferecer para meus novos amigos: "Aí, trouxe umas
Coca-colas pra vocês!" Ouvi a seguinte resposta: "Coca-cola? Isso é
muito imperialista… guaraná é que é brasileiro!" Puxa, que pessoal
politizado… Isso mesmo, viva o Brasil! "Yankees, go home", rá, rá!
Outro fora que eu dei! Mas, pensando bem, eles não usam o Windows e o
Word pra fazer trabalhos da universidade? Ou usam o "Janelas"? Dessas
coisas gringas não é tão mole de abrir mão, né? Mais fácil não tomar
Coca-Cola! Isso sim que é ativismo estudantil consciente!
Posicionamentos políticos à parte, tava quente pra caralho, então bebi
tudo mesmo sob o olhar meio atravessado de todos eles… fazer o quê?

pelas tantas, começou uma música e todo mundo berrou e pulou. Parecia o
fim do mundo. Logo nos primeiros acordes, reconheci o som e falei pra
Tainá: "Ah, eu sei o que é isso! É um cover do Weezer! Me amarro em
Weezer!" Ela olhou pra mim com uma cara indignada e disse: "Que Weezer
o quê? O nome dessa música é "Cara Estranho". Já vi que não gostou de
novo… Mas quem sou eu pra dizer algum coisa aqui, né? Porra, mas que
parece, parece! Mas o que era mesmo que eu não consigo lembrar de jeito
nenhum sobre eles? Acho que conheço alguma outra música deles… Só não
consigo dizer qual…
Sabia que se eu quisesse me dar bem logo com a
Tainá teria que ser entre uma música e outra pois parecia que ela
estava vendo um disco voador pousar enquanto os caras tocavam. Resolvi
fazer uma piada que sempre rola em shows. Quando o Campelo tava falando
alguma coisa qualquer, berrei: "Filha da putaaaaaaaaaa!" Pra que? Tainá
e sua milícia hermanista me deram uma cutucada na costela que me fez
perder o ar! Pô, todo show rola isso! É quase uma tradição até! E é só
uma piada! Aí, esse pessoal leva tudo muito a sério! Caralho… Pensei
em pegar uma camisinha da minha carteira e fazer um balão e jogar pra
cima, como rola em todo show, pra mostrar pra Tainá que eu sou uma cara
consciente, tipo: "Aí, Tainasão, se tu quiser, eu tô preparado!", mas
depois dessa vi que senso de humor não é o forte dessa galera…
O
tempo tava passando e nada de eu pegar a minha nova amiguinha. Quando
fui tentar falar uma coisa no ouvido dela, foi o exato momento em que
começou uma outra música. Foi aí que a louca deu um grito e um pulão
tão altos que eu levei uma cabeçada violenta bem no meio do meu queixo!
Ela não sentiu nada, óbvio, pois estava em transe hipnótico só por
causa de uma canção sobre a beleza de ser palhaço ou lirismo do samba
ou qualquer sacanagem do gênero. A porrada foi tão forte que eu mordi
um pedaço da minha língua. Minha boca encheu d´água e sangue na hora.
Enquanto eu lutava pra não desmaiar, instintivamente enfiei a manga da
minha camisa na boca pra estancar o sangue e não cuspir tudo em cima de
Ana Claudia e Jandaína or something. Só que estava tão tonto com a
cabeçada que tive que me segurar em uma ou outra pessoa pra não cair
duro no chão. Foi quando ouvi: "Nossa, que horror! Lança-perfume! Esse
playboy tá doidão de lança! Que decadência…" Lança-perfume? Cara,
lógico que não! E mesmo que tivesse, todo show tem isso! Mas nesse, não
pode. É "do bem". É feio ter alguém cheirando loló!! Pô, todo show que
eu fui na vida tinha alguém movido a clorofórmio. Que merda…
Babei
na minha camisa até o ponto dela ficar ensopada! Fui ao banheiro tentar
me recuperar do cacete que tomei. Lavei o rosto e tirei a camisa.
Quando voltava passei por uma galera e ouvi resmungarem alguma coisa do
tipo: "…e esse mala aí sem camisa…" Porque não se pode tirar a
camisa num show? Isso aqui não é só uma apresentação de uma banda?
Parecia que eu ainda estava na Europa! Regulões do caralho… E,
afinal, o que significa "mala"?
Estava enxergando tudo embaçado e
notei que minhas lentes de contato tinham saltado pra longe com a
cabeça-ariete de Tainá e esmagadas por centenas de sandálias de dedo.
Lembrei que sempre levo um par de lentes extras no bolso. É uma parada
moderna que eu achei lá em Londres. Um estojo ultrafino com uma
película de silicone transparente dentro que mantém as lentes
umedecidas e prontas para uso. Abri o estojo e peguei cuidadosamente a
película com as duas mãos e elevei-a contra a luz para conseguir achar
as lentes. Estiquei os polegares e indicadores, encostando uns nos
outros, para abrir a película entre esses dedos. Balançava o negócio
levemente, de um lado para o outro, contra a pouca luz que vinha do
palco para conseguir localizar as lentes. Não estava enxergando nada
direito! Quando tava lá com as mãos pra cima, fazendo uma força do
caralho pra achar a porra dessas lentes, um dos caras legais com nomes
simples, me deu um puta safanão no ombro. É claro que o silicone voou
longe também. Caralho, minhas lentes! Custaram uma fortuna! Que filho
da puta!
"Que sinal é esse que tu fazendo aí, meu irmão? Tá desrespeitando as meninas? "
"Que sinal, que sinal?", respondi, assustado.
"Buceta,
palhaço!", apertando o meu braço que nem um aparelho de pressão
desregulado. "Você tá no show do Los Hermanos, ouviu? Los Hermanos!
Ninguém faz sinal de buceta em um show do Los Hermanos, sacou?", gritou
o tal hipponga na minha cara.
Que viado, eu não tava fazendo nada!
Parece uma freira de colégio! Que lance é essa de buceta? Da onde esse
prego tirou isso? As meninas… (Perái! Menina? A mais nova aí tem uns
25!) ficaram me olhando com a cara mais escrota do mundo! A essa
altura, já tinha percebido que não ia agarrar a Tainá nem que eu fosse
o próprio Caetano Veloso! "Bento", que nome mais ridículo… Isso aqui
é um show ou uma reunião de alguma seita messiânica escolhida para
repovoar a Terra?
Caralho, que noite infernal. Tava com a língua
sangrando, sem enxergar direito, só de calça, arrotando sem parar e
puto da vida porque só tinha aceitado vir aqui por causa de mulher.
Estava no meu limite. Isso era um show ou uma convenção do Santo Daime?
Que patrulhamento! E, de repente, vejo Tainá e seus amigos olhando pra
mim atravessado e cantando a seguinte frase: "Quem se atreve a me dizer
do que é feito o samba?" Aí foi demais! Aí, eu me atrevo: Ritmo,
melodia e harmonia. Pronto, só isso! Mais nada! Olha só: foda-se o
samba, foda-se o circo, foda-se a obsessão por barba da família Campelo
e, principalmente, foda-se essa galera "do bem" que está aqui!"
Apesar
de tudo, a banda é realmente excelente! O que incomoda mesmo é esse
público metido a politicamente correto e patrulhador e a imprensa que
força a barra pra vender alguma imagem hipertrofiada do que rola de
verdade. Esse climão de festival antigo de música popular brasileira,
daqueles com imagens em preto e branco, com todo mundo participando,
que volta e meia reprisam na tv. "Puxa vida, um novo movimento musical
brasileiro?" "Estamos realmente resgatando a nossa cultura!" ? Ei, é só
música pop! MÚSICA POP! Caralho, finalmente lembrei! Eu conheço uma
música deles! Ouvi em Londres! Numa última tentativa de salvar meu
filme com Tainá, na hora do bis, berrei bem alto: "TOCA ANA JULIA!" Só
acordei no hospital. Tomei tanta porrada que vou ter que fazer uma
plástica pra tirar as marcas de pneu da minha cara! Fui pisoteado!
Neguinho ficou puto! Qual é o problema com essa música? Me lembro de
estar sendo chutado pela elite dos estudantes universitários
brasileiros e da própria Tainá, gritando e me dando um monte de bolsada
na cabeça! Que porra louca! Tentaram me linchar! Ofendi todo mundo! Pô,
Ana Julia é uma música boa sim! É um pop bem feito! Se não fosse, o
"Seu Jorge" Harrison não teria gravado, né? Se ele não entende de
música, quem entende? Me disseram depois que o tal Campelo se retirou
do palco chorando, magoado, e o outro irmão mais novo dele, o
nervosinho que imita o Paul McCartney, pulou do palco pra me chutar
também. Do bem? Do bem é o cacete…
Aí, sinceramente, ainda prefiro o Camisa de Vênus…

Adolar Gangorra tem 65 anos, é editor do periódico humorístico Os Reis da Gambiarra e é filho único.

Categorias:Pense Direito

Esse smurf tá muito smurfado

Recorde do Maior Número de Pessoas Vestidas de Smurfs é
quebrado
Por Érico Assis
30/5/2006

Duzentas e noventa pessoas de calças brancas,
camisetas azuis (ou vestido branco), chapéus brancos, o resto do corpo pintado
de azul e provavelmente cantando “lá-lá, lá-lá-lá-lá”. Essa foi a notável visão
da corrida “Bay to Breakers” em San Francisco, Califórnia, cuja última edição
ocorreu dia 21. Foi quando estabeleceu-se o recorde de Maior Número de
Pessoas Vestidas de Smurfs
.

Participava qualquer Smurf
ou Smurfette interessado. Os organizadores estavam
apropriadamente vestidos de Papai Smurf: calça e chapéu
vermelho, além da barba. No meio da massa azul, um carro alegórico em forma de
“Cogumelo Mágico”, de 3 metros e meio, carregava bebidas e tocava música para a
galera – o DJ era ninguém menos que Gargamel.

A idéia de
estabelecer o recorde veio de três formandos da Stanford Business School, tanto
para diversão – a “Bay to Breakers” sempre atrai grupos bizarros para competir,
sejam os que correm totalmente pelados ou os que formam uma longa fila dentro de
uma fantasia de salmão (é sério) – quanto para arrecadar dinheiro para
instituições de caridade. O grupo arrecadou milhares de dólares para a
Lucille Packard Foundation for Children’s Health.

Os
Smurfs foram criados em 1958 pelo cartunista belga Peyo, mas só
tornaram-se atração mundial quando chegaram aos EUA em desenho animado, nos anos
80.

Veja abaixo a foto das 290 pessoas que smurfaram o
recorde:

Categorias:Passatempos

Esse povo me mata de vergonha…

Privatização particular

Advogado é condenado por fazer “gato” em orelhão

O agente que desvia o sinal de linha de telefone público para
aparelho particular responde pelos danos causados. Com esse entendimento, a 4ª
Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais condenou um advogado a
prestar serviços à comunidade e pagar dois salários mínimos para uma entidade
assistencial, por ter feito um “gato” no telefone público que ficava em frente a
seu escritório, no centro de Belo Horizonte.

O “gato” foi constatado através de uma denúncia anônima recebida
pela concessionária responsável pelo aparelho. O Ministério Público apresentou
denúncia contra o profissional e a empresa de telefonia se apresentou como
assistente de acusação.

No processo instaurado, a perícia constatou que o fio conectado ao
aparelho de telefone público estava ligado ao escritório de advocacia e que,
quando era discado o número do orelhão, o aparelho que tocava era o do advogado.
A perícia também mostrou o aumento do pulso do telefone público no período da
ligação clandestina.

A 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte não acolheu o pedido do
Ministério Público, mas os desembargadores Walter Pinto da Rocha (relator), Eli
Lucas de Mendonça e Ediwal José de Morais, modificaram a sentença. Para eles, a
perícia técnica foi contundente quanto à autoria e a materialidade. No entanto,
como o advogado não possuía antecedentes e a sua conduta social é considerada
boa, o TJ mineiro substituiu a pena privativa de liberdade por duas restritivas
de direito.

Revista Consultor Jurídico, 29 de maio de 2006

Categorias:Pense Direito

Comemoração 15 Anos de Fundação LEO Clube de Mariana Gaveteiro

Cerimônia…

Foi simples e para os íntimos, mas quem esteve presente viu uma descrição de tudo que fizemos nos últimos 16,5 anos.

E
foi brindado com uma apresentação em Power Point dos principais
momentos, belas palavras, um resumo da história, as Cartas
Constitutivas, os vários uniformes, troféus, homenagens e Expo-LEO.

As fotos dos evento, vou disponibilizar neste meu Blog de hoje para amanhã.

Inté e obrigado a todos.

PS:
O pin comemorativo dos 15 Anos ficará pronto na sexta-feira, a tempo
(se tudo der certo) de ser levado para a Conferência e será vendido a
R$ 5,00 para quem quiser. Lembrem-se que é limitado!

Categorias:Organizações

Bancos fecham para a Copa

Confira os horários dos bancos em dias de jogo do Brasil na Copa

Dois jogos da primeira fase e o único da segunda fase cairão em dias úteis

26.05.2006 – 11:43

Redação
Redação

A Febraban divulgou esta semana os horários especiais que bancos obedecerão nos dias de jogo do Brasil na Copa do Mundo.

Por determinação do BC, os bancos têm de ficar abertos por pelo
menos quatro horas nos dias de jogos, e afixar nas agências um aviso
sobre os horários alternativos, com antecedência minima de 48 horas.

Na primeira fase do torneio, as agências funcionarão das 9h30 às
14h30 nas capitais, interior e regiões metropolitanas. Se passar para a
segunda fase, a Seleção deverá jogar às 12h em dias se semana. Nesse
caso, as agências do interior funcionarão das 8h30 às 11h30, e das
14h30 às 15h30. Nas capitais e regiões metropolitanas, abrirão das 8h30
às 11h30 e das 14h30 às 16h.

Os jogos na primeira fase:

· 13/06 (terça-feira) – 16h – Brasil x Croácia, em Kaiserslauten

· 18/06 (domingo) – 13h – Brasil x Austrália, em Munique

· 22/06 (quinta-feira) – 16h – Brasil x Japão, em Dortmund

Segunda fase:

· Se for 1º colocado do grupo – 27/06 (terça-feira) – 12h, em Dortmund

· Se for 2º colocado do grupo – 26/06 (segunda-feira) – 12h, em Kaiserslauten

Categorias:Jogos

Sexo no Orkut – Uma análise aprofundada


Fotos de sexo no Orkut..
.

Cassio Politi

Boatos na internet potencializaram o pânico das pessoas durante
os ataques do PCC há menos de 15 dias. Meses atrás, a Justiça obrigou
um sujeito a indenizar uma agência de turismo por publicar na internet
a comunidade "Eu fui enganado pela agência tal". Agora, uma família
junta os cacos depois de fotos terem sido publicadas na web. Com uma
boa dose de habilidade, uma repórter chamou a atenção por ter
entrevistado a jovem humilhada no site de relacionamento do Orkut. Os
bastidores dessa matéria são o tema da coluna desta semana.

* * * * *

Dois homens e uma garota numa cena de sexo. Rapidamente, as imagens
se espalharam pela internet, dia 11 de abril deste ano, e trucidaram a
vida da família da estudante de Direito que, supostamente, aparecia nas
imagens. Resultado: alvo dos mais baixos adjetivos, a vida da jovem e
de seus pais, na pequena cidade de Pompéia (SP), não será mais a mesma.
Entrevistar a família, fazer fotos de pai, mãe e filha eram as missões
da repórter. Na primeira tentativa, a resposta foi óbvia:

A Francine está estudando porque perdeu muitas provas na faculdade foi a desculpa que deu a mãe, dona Rose, por telefone.

Pouco mais de uma semana depois, lá estavam a jovem de 20 anos, seus
pais e a repórter Eliane Brum, conversando em meio aos cliques do
fotógrafo Maurilo Clareto, para a revista Época. Um jogo de
convencimento e comprometimento que resultou numa matéria que
surpreendeu por estampar nome, sobrenome e hábitos de uma família que,
antes escondida, aceitou assumir o papel que lhe cabe: vítima de
violação de privacidade.

* * * * *

Francine Favoretto de Resende já tinha dado entrevistas
e não queria mais falar sobre as fotos que, no site de relacionamento
Orkut, foram vistas por milhões de pessoas. Na versão da família
Resende, trata-se de uma montagem. Na ótica da jornalista, a veracidade
das fotos não vinha ao caso. O fato a ser exposto era de invasão de
privacidade seguida de uma reação cruel nos dois ambientes: virtual e
real. Foi esse o primeiro argumento utilizado para conseguir a
entrevista.

"Nesses momentos, é difícil [para o entrevistado]
confiar em alguém que ele não conhece", diz Eliane. A saída foi
explicar a Rose que sua especialidade era, há quase 20 anos, a área de
Direitos Humanos. Ao enviar por fax matérias anteriores de sua autoria,
conseguiu provar que sua intenção não era tripudiar sobre a desgraça
dos personagens.

Respeito
Renata Leal, outra jornalista de Época
havia guardado as páginas do Orkut com os cerca de 20 mil comentários,
quase todos de teor discriminatório ou chulo. Eles fizeram um estrago.
Primeiro, a estudante perdeu o namorado. Em seguida, teve de sair
escoltada da sala de aula da faculdade onde estuda. Depois, deixou de
sair de casa. Por fim, estuda se mudar de cidade.

Sem controle sobre o próprio cotidiano, Francine
aceitou receber a reportagem. "Não usei exatamente uma estratégia de
convencimento. O segredo é o respeito ao entrevistado. Falando a
verdade, tudo fica mais fácil". A jornalista e o fotógrafo viajaram 470
quilômetros até Pompéia, uma pequena cidade de 18 mil habitantes, no
interior de São Paulo.

Encontro
No dia 2 de maio, a entrevista.
Eliane não pôde deixar de observar que Francine usava um cachecol. Não
fazia frio. Talvez ela escondesse, inconscientemente, qualquer sinal de
nudez. A entrevista foi feita em uma tarde inteira. Num sofá, mãe e
filha. No outro, a jornalista.

— Desabou o mundo. Quero vender a loja e
ir embora. Tenho vergonha. Sempre fui honesta. Agora fomos rotulados.
Mas vou limpar o nome da minha filha — foi a frase de Rose que resumiu
o sentimento da família e, por isso, ganhou destaque na matéria.

Passar a mão
No dia 3 de maio, uma
quarta-feira, Eliane foi até Marília. Ali, 20 dias antes, um grupo de
estudantes se amontoou para ver quem era a pessoa que ficara famosa da
maneira mais degradante possível. Francine teve de ir embora escoltada
pela polícia.

Eliane chegou sem estardalhaço a Marília. Marcou
entrevista com um professor da faculdade, mas ele foi proibido de
falar. Conversou, então, com estudantes. Enquanto falava com um grupo,
uma aluna ouvia a conversa a alguns metros de distância. Primeiro,
ficou observando. "De repente, ela veio falar comigo. Achou um exagero
que eu estivesse fazendo uma matéria sobre um fato que, na opinião
dela, não merecia tanto destaque".

— Ela não seria linchada, ninguém ia
agredi-la fisicamente. Se a polícia não chegasse, no máximo ficariam
passando a mão na bunda dela —
argumentou a estudante de Direito. Logo de Direito.

Foi difícil conseguir essa e outras declarações? "Não.
Foi até fácil. Assim como na internet, as pessoas aceitam falar desde
que não sejam identificadas. O que me chama a atenção é justamente a
reação das pessoas, que fizeram comentários maldosos e
preconceituosos". Maldosos, preconceituosos, anônimos e, portanto,
covardes.

A reportagem foi publicada em cinco páginas da edição 417 de Época,
de 15 de maio de 2006. O diretor de redação, Hélio Gurovitz, destacou,
no editorial intitulado "Delicadeza e Jornalismo", a façanha da
repórter de dar identidade e direito de defesa da honra a família
vítima de invasão de privacidade. A matéria ganhou destaque pela
abordagem. A fofoca fica aquém do nível mais rasteiro. "Ralamos muito
porque chegamos em um momento em que as pessoas estavam culpando a
mídia pela proporção do caso e não queriam falar. O resto é respeito
pelos entrevistados e olhar para o lugar certo".

26/5/2006

Retardados façam isso!!!

A partir de JUNHO, o Orkut, MSN, Icq, Google, Kazaa, o E-mule, o

Norton, o Word, o Excel, o Powerpoint, o Outlook, o jogo de Paciência, o Winamp, o Nero, o Paint, o Yahoo messenger, a sua impressora, o teclado, o papel de parede, o seu E-mail, a Lixeira, o Painel de controle, o Meus Locais de rede, o acrobat, o photo shop, o winamp, o winzip, a ajuda do windows, o windos update, o windows media player, o seu carrinho de rolimã, o seu skate, o Bloco de notas, o MS-DOS,o Yahoo, o CADE, alta vista, o Mercado Livre, o Menu Iniciar do Windows, a seta do mouse e a  rebimboca da parafuseta serão pagos.




Mande essa msg para TROCENTAS MIL pessoas da sua lista e logo em


seguida aperte F5,F6,F7,F8,F9,F10,F24,F69 e pronto aparecerá uma mnsg com Oompa Loompas (da fantastica fabrica de chocolate) dançando a hula dizendo que tudo está atualizado!




É serio gente EU RECEBI ISSO, FIZ E FUNCIONOU!!!




FAÇAM TB!!! MAS PAREM DE ME MANDAR ISSO!!!

O “píntio” do Elefante!!!

Animação norueguesa de elefante viciado tem primeira cena
de sexo por computação gráfica
Por Marcelo Hessel
26/5/2006


O longa-metragem animado Slipp Jimmy fri,
produção norueguesa que encerrará a Semana da Crítica do Festival de Cannes, tem
meia dúzia de nomes hollywoodianos no elenco de dubladores, mais Simon Pegg
(o Shaun de Todo mundo quase morto) creditado como tradutor de
diálogos. Mas não é justamente por isso que chama a atenção.

O filme de Christopher Nielsen já atiça as vontades
aqui da Cozinha porque se autoproclama "a primeira animação em CGI feita
exclusivamente para adultos"
. Mistura, segundo o site oficial, Dumbo
com Shrek e… crack. E dá direito a cena de sexo – "a primeira
digitalmente animada em 3D na história"
, gaba-se o texto oficial.

A trama envolve cinco vegetarianos, cinco caçadores,
quatro viciados e três mafiosos tentando libertar o tal Jimmy, um elefante
junkie (provavelmente um cheirador, imaginamos), do circo em que está
preso. O roteiro foi originalmente escrito em inglês antes de ser vertido para o
norueguês, e coube ao citado Pegg repassar os diálogos à lingua original. O ator
acabou colaborando também com a dublagem, cuja lista de nomes passa por Woody
Harrelson
, Jim Broadbent, Kyle MacLachlan, David Tennant
e Samantha Morton.

Aqui tem uma galeria de fotos (o tal sexo está lá no
fim)

E o humor do filme, antes de mais nada, fica atestado no
excelente trailer disponível no site oficial. Veja.

Categorias:Entretenimento

Desacato, bwana?

Desacato

25.05.2006 | O artigo 331 do
Código Penal deixa uma dúvida: se desacato é falta de respeito, menosprezo,
desdém, menoscabo, desprezo pela autoridade – crime que, supostamente cometido
contra os parlamentares, motivou a prisão do advogado Sérgio Weslei da Cunha na
CPI do Tráfico de Armas –, será que a população brasileira corre o risco de
acabar em peso atrás das grades?
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Categorias:Pense Direito

Releases de Deus – O Pensamento Único da Era Antiga


Evangelhos são releases

José Paulo Lanyi

Nestes tempos legais em que Judas não é mais Judas (ou será que é?),
me inclino a pensar em como seria se tivéssemos imprensa naquela época.
Exemplos (com a licença poética da contemporaneidade):

Jesus Cristo é condenado à morte

JERUSALÉM, Judéia (Gallia Presse)-
O líder pacifista Jesus Cristo foi condenado à morte por crucificação.
A sentença foi proferida nesta quarta-feira pelo procônsul de Roma em
Jerusalém, Poncio Pilatos. Nos últimos dias, o governador romano vinha
resistindo aos apelos dos acusadores, que teriam o beneplácito do sumo
sacerdote Caifás, autoridade máxima do Sinédrio.

Ontem, porém, Pilatos cedeu à pressão dos
ortodoxos, que estariam alarmados com o aumento da influência dos
cristãos: “Lavo as minhas mãos. A estabilidade desta região é
prioridade para o nosso imperador”, afirmou, em entrevista coletiva,
após uma orgia com jornalistas convidados. Pilatos atendeu à
reivindicação dos conservadores, que clamaram pela libertação do líder
do PCC em Israel, Samuel Marcola Barrabás, em troca da condenação do
rabi.

Cristo pregou ao longo dos anos em várias regiões
da Judéia e provocou a fúria dos radicais. “Ele se declara filho de
Deus e há quem diga que é o próprio Deus. Não toleraremos mais tais
heresias”, disse à GP um sacerdote que pediu para não ser identificado.
Entidades
de direitos humanos entraram em vigília tão-logo foi anunciada a
decisão de Roma. “Esse homem nunca fez mal a ninguém, é um mártir da
liberdade, tudo o que ele prega é paz e amor”, ressaltou Manuel Joaquim
dos Santos, diretor-executivo da Vida para Todos, ONG sediada em
Olissipo, Lusitânia.

A data da crucificação ainda não foi divulgada.
Simpatizantes do acusado denunciaram supostos abusos das autoridades
romanas. “Vamos encaminhar uma queixa formal à OPR (Organização das
Províncias Romanas). Temos a informação de que Cristo está sendo
torturado diariamente”. A Secretaria de Comunicação do Proconsulado
negou a acusação de maus-tratos. “Não existe isso, ele será apenas
crucificado, como determina a lei. Mas não podemos nos responsabilizar
por um ou outro soldado exaltado”, justificou o assessor de imprensa
Gnaeus Julius.

Judas nega traição

LONDINIUM, Britânia (Reuters)-
“Não fui eu, isso é absurdo”, reagiu Judas Iscariotes, com grande
indignação, ao seu questionado sobre a sua suposta participação na
condenação de Jesus Cristo à morte na cruz. Tido como um dos principais
líderes do movimento organizado pelo rabino judeu progressista,
Iscariotes desembarcou ontem em Londinium, onde participará de uma
reunião com onze secretários provinciais do tesouro romano. O ativista
israelense voltará amanhã à Jerusalém, dois dias antes do previsto. Uma
das razões do encontro seria a destinação de fundos para a construção
da nova sede do Cristianismo em Castra Bonnensia, na Germânia. “Fui
colhido, não sem grande surpresa e consternação, pela condenação de
Jesus. Mas não nos entregaremos, se for necessário apelaremos ao
próprio imperador Tibério. Tenho recebido palavras de compreensão de
vários governadores das províncias. Eles prometeram interceder por
Jesus”, assinalou o cristão.

******

A bíblia é um livro portentoso. Uma sucessão de fatos, muitos deles
históricos; vários outros, produto da imaginação e da propaganda. É uma
pena que, naquela época, não tivéssemos jornais, muito menos
jornalistas. Saberíamos a verdade. Ao menos depararíamos com várias
versões mais confiáveis da verdade histórica. Não ficaríamos à mercê
dos releases dos apóstolos e dos príncipes católicos que, ou aumentaram
os fatos, ou adulteraram os originais ao bel-prazer dos interesses da
Igreja.

Sujeitos como Dan Brown valeriam quanto pesam.

Mais, muito mais do que isso: riscaríamos dezenas de absurdos do rol das superstições e, conseqüentemente, do atraso.

(*) Jornalista, escritor, dramaturgo, ator, é autor de quatro
livros, um deles, com a peça "Quando Dorme o Vilarejo" (Prêmio Vladimir
Herzog). No jornalismo, tem exercido várias funções ao longo dos anos,
em veículos como allTV, TV Globo, TV Bandeirantes, TV Manchete, CNT,
CBN, Radiobrás e Revista Imprensa, entre outros. Tem no currículo três
prêmios em equipe: Esso e Ibest (2). Nascido em Brasília, filho de um
oficial do Exército e de uma artista plástica, é paulistano de coração
e torcedor de um clube do Rio de Janeiro: o Vasco da Gama – time que
escolheu aos sete anos, quando morava no Rio Grande do Sul.

Categorias:Reflexões

Cyber Cachaça – By Tutty Vasques

Franquia

Quando, afinal, vão lançar um cyber cachaça no Brasil?
Ninguém agüenta mais cyber café. Coisa mais careta, né não?
http://www.nominimo.com.br

Categorias:Piadas

Ótimo comentário sobre internet…

25/05/2006 ¦ 14:15

Por dentro do blog

Se a vida de blogueiro é dura, pior é a de moderador de blog.

Tenho dois. Um discretíssimo. Elimina os comentários ou os comentaristas que
desrespeitam as regras do blog e não polemiza com eles. O outro gosta de mandar
recados e de polemizar.

Talvez por que seja, dos dois, o que passa mais horas lendo comentários. Ele
começa no meio da tarde e vai até o meio da madrugada seguinte. Dá expediente de
12 horas em média.

Trabalho escravo. Por opção dele.

É assíduo colaborador do blog desde sua inauguração em março de 2004. De vez
em quando ameaça largar o serviço. É quando está furioso com o nível dos
comentários. Ou quando está cansado de responder a comentaristas eliminados que
se queixam dele e que se julgam injustiçados. O moderador então responde às
queixas explicando as razões do corte. Faz isso mais de uma dezena de vezes por
dia.

Eu não gostaria de estar na pele dele. Haja paciência. E haja dedicação.

Aproveito para revelar o que pode lhes parecer espantoso: não conheço
pessoalmente o Moderador 1. Trocamos e-mails e falamos por telefone centenas de
vezes nos últimos dois anos – mas nunca nos encontramos.

Sei que ele mora no Rio, escreve com muita graça e estilo e ama corridas de
cavalo. É um cidadão culto.

Para que eu entregue a uma pessoa que nunca vi a responsabilidade de eliminar
comentários e comentaristas é por que aprendi a confiar nela. É por que confio
muito nela.

Mas esse é um dos encantos da internet. Você descobre gente ótima, com
talento de sobra e acaba se tornando amigo sem nunca ter sido apresentado.

Enviada
por:
Ricardo Noblat

PCCT!!!

Alguém tinha alguma dúvida dessa parceria???

 

Comunicado do PCC prega voto no PT contra o PSDB
quarta-feira, 24 de maio de 2006 – 09:33
 
Comunicado do PCC prega voto no PT contra o PSDB
 
Em ofício sigiloso, a Polícia Federal repassou ao governo de São Paulo
uma
mensagem que o PCC fez circular pelos presídios paulistas dias antes
de
deflagrar a onda de ataques que subverteu a ordem em São Paulo entre os
dias
12 e 19 de maio. O texto, mantido sob sigilo, concitava os presos a
promover
levantes nas cadeias e continha uma inusitada mensagem política.
 
Recolhido pelo setor de inteligência da Polícia Federal, o texto do PCC
é
manuscrito. Ocupa meia folha de papel ofício. Leva o nome de “salva”,
como
os integrantes da facção criminosa se referem às ordens expedidas
pelo
comando. Desaconselha o voto no PSDB. E recomenda explicitamente o voto
no
PT. O documento foi repassado ao governo paulista por ordem do
ministro
Márcio Thomaz Bastos (Justiça), que também tomou conhecimento do seu
teor.
 
 
Nem o governo federal nem a administração de São Paulo deram importância
à
parte política do manuscrito. Num esforço para evitar a politização
da
crise, ativeram-se aos trechos que fazem referência às rebeliões nos
presídios. Os levantes, conforme previsto no “documento” do PCC,
sublevaram
mais de oito dezenas de presídios paulistas.
 
 
Pelos cálculos da PF, o manuscrito do PCC foi redigido dias antes de
o
governo de São Paulo transferir para o presídio de segurança máxima
de
Presidente Venceslau os principais líderes da facção. Entre eles
Marcos
Willians Herba Camacho, apontado pela política como líder do PCC e autor
da
ordem que resultou nas rebeliões dos cárceres e na onda de ataques às
forças
de segurança do Estado.
 
 
Informado acerca do conteúdo do manuscrito do PCC, Lula tampouco
atribuiu
importância ao seu conteúdo político. Desde o início da crise, o
presidente
vem se manifestando, em reuniões fechadas e em manifestações
públicas,
contra a exploração política da crise. Discurso semelhante vem sendo
adotado
pelo ministro Thomaz Bastos.
 
 
 
Já na primeira hora, o governo petista procurou traduzir o discurso
em
gestos concretos. Antes mesmo de conversar com Lula, que se encontrava
em
Viena no instante em que começaram as rebeliões e a onda de ataques,
o
ministro da Justiça discou para o governador de São Paulo, Cláudio
Lembo.
Ofereceu-lhe ajuda.
 
 
Ao chegar ao Brasil, no dia seguinte ao início da crise, o sábado 13,
Lula
aprovou a iniciativa de seu ministro ao ser informado dela pelo telefone.
Na
segunda 16, em reunião no Planalto, o presidente pediu a Thomaz Bastos
que
voasse para São Paulo. Em reunião com Lembo, o ministro reforçou a
disposição do governo federal de colaborar. O governador recusou o
emprego
de unidades da Força Nacional de Segurança e de tropas do Exército.
Mas
aceitou de bom grado a colaboração da área de inteligência da Polícia
Federal.
Categorias:Organizações