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Archive for janeiro \31\America/Sao_Paulo 2008

Da Série: Notícias que não precisávamos saber… MESMO!!!

Mostra britânica reúne obras com pele humana

Reprodução BBC


Uma
exposição que reúne esculturas feitas com pele humana promete despertar
interesse e polêmica em uma galeria na cidade de Liverpool, na
Inglaterra. Ao todo, 15 artistas internacionais participam da
exposição, que fica em cartaz de 1º de fevereiro a 30 de março no
centro cultural FACT.

Veja a galeria de imagens.

A
mostra Sk-interfaces inclui um casaco feito com tecido cultivado em
laboratório que mescla células humanas e de várias outras espécies.

A
obra, intitulada Harlequin Coat, é da artista ORLAN, conhecida por ter
alterado cirurgicamente seu próprio rosto buscando faces associadas a
culturas não-ocidentais.

Tecidos híbridos
Outro
trabalho exposto na galeria, Victimless Leather (em tradução livre,
Couro Sem Vítima), explora a possibilidade de se produzir couro sem
matar um animal.

Três casacos em tamanho miniatura são
produzidos ao vivo pelos artistas Oron Catts e Ionat Zurr a partir de
pele cultivada in vitro na própria galeria.

Os artistas
franceses Marion Laval-Jeantet e Benoît Mangin criaram um tecido
híbrido feito com células extraídas de suas próprias peles mescladas
com células da pele de porcos.

O tecido, cultivado em
laboratório, foi tatuado e será enxertado na pele de colecionadores de
arte para que eles possam fisicamente "vestir e absorver a obra", diz
um texto elaborado para explicar os objetivos da exposição.

Reprodução BBC

O
artista Stelarc implantou uma orelha no braço e agora pretende acoplar
um microfone ao órgão. O microfone será conectado à internet para que
as pessoas possam ouvir o que "a orelha" está ouvindo.

A obra da
americana Julia Reodica usa células extraídas da vagina da artista e de
músculos de animais para criar "himens de designer".

As
esculturas são apresentadas como produtos que deveriam ser
comercializados como objetos de "re-virginização", abordando temas como
a pureza e o valor atribuído à virginidade feminina em diferentes
culturas.

Polêmica
A exposição Sk-interfaces
aborda algumas das questões mais polêmicas da atualidade, fundindo
ciência, tecnologia e arte. Como resultado, está atraindo atenção, mas
também polêmica.

John Ashton, secretário de Saúde Pública da
região noroeste da Inglaterra, afirma que, para muitos, um evento como
esse poderia ser considerado de extremo mau gosto. Para Ashton, a
exposição deixa perguntas no ar.

"Será que artistas têm alguma
responsabilidade em relação a como seu público se sente a respeito das
coisas?", questiona o secretário.

"O que antes era entendido
como uma superfície que representa o limite do eu, e entre o dentro e o
fora, hoje pode ser visto como uma fronteira instável", diz Jens
Hauser, curador da exposição.

Oron Catts, uma das artistas que
participam da mostra, admite que a tecnologia que permite o cultivo de
tecidos vivos em laboratório, e que forma a base da exposição, é
perturbadora.

"Achei a tecnologia promissora, provocante e
também muito perturbadora", disse Catts. "Decidi usar essa tecnologia
como uma forma de arte e tentar criar algo a partir de tecidos vivos."

Categorias:Viagens

Forbes da Música

Madonna lidera ranking de cantoras mais ricas

Madonna
lidera o ranking das cantoras mais ricas do mundo, de acordo com uma
lista publicada pela revista americana Forbes. Segundo dados divulgados
pela publicação, a estrela da música pop arrecadou US$ 72 milhões
(cerca de R$ 128 milhões) entre junho de 2006 e junho de 2007.

Esta
é a primeira vez que a Forbes divulga o ranking Cash Queens of Music
(Rainhas do Dinheiro na Música, em tradução livre). A revista
selecionou as 20 cantoras mais bem pagas da indústria fonográfica
durante o período de um ano. Juntas, as 20 cantoras ganharam cerca de
US$ 420 milhões (R$ 747 milhões) entre junho de 2006 e 2007.

Logo
atrás de Madonna, em segundo lugar, ficou a cantora e atriz Barbra
Streisand, a cantora mais velha da lista. Ela ganhou US$ 60 milhões (R$
107 milhões) durante a primeira turnê desde que anunciou sua
aposentadoria, em 2000.

Lucros
Para produzir
o ranking, os especialistas da Forbes analisaram os lucros em
mercadoria e a soma das vendas dos ingressos de shows, das vendas de
discos e de lucros adicionais de itens como linhas de roupas, perfumes
e participação em campanhas publicitárias.

A publicação analisou apenas cantoras que estiveram ativas durante o período, ou seja, aquelas que lançaram um álbum ou filme.

Em
terceiro lugar, ficou a canadense Celine Dion, que arrecadou US$ 45
milhões (R$ 80 milhões) durante a temporada de shows A New Day, no
cassino Ceasars Palace, em Las Vegas.

Até mesmo a cantora Britney Spears, que teve sua vida pública conturbada nos últimos meses, entrou no ranking da Forbes.

Ela
ocupa a 14ª colocação, com renda de US$ 8 milhões (R$ 14 milhões)
proveniente da venda de seu perfume, Curious, e de direitos autorais de
antigos sucessos.

A última colocação no ranking de 20 cantoras ficou com Norah Jones, que arrecadou US$ 5,5 milhões (R$ 9,7 milhões).

Categorias:Música

Custou!

O diretor da Penitenciária, com ajuda de um
megafone, diz aos presos no pátio:
 
– Atenção! Chega de moleza! Chega de
bandalheira!

Quero todo mundo varrendo e limpando toda essa bagunça! Amanhã chega
o presidente Lula …
 
Um dos presos comenta com outro:
 
– Caramba!! Custou, mas encanaram o safado…

Categorias:Piadas

Da Série: Notícias que não precisávamos saber…

Congresso gastronômico celebra ‘cozinha pobre’ na Itália

Reprodução BBC


A
cidade de Milão reúne até esta quarta-feira 60 chefs de cozinha de todo
o mundo no congresso Identidades Gulosas. A idéia é discutir a
qualidade dos alimentos, apresentar novas culturas culinárias e
resgatar a importância do ingrediente genuíno e local.

Os
mestres da culinária ocupam parte do prédio da Bolsa de Valores de
Milão, no centro da cidade, onde foi montada uma cozinha para a
apresentação de um cardápio rico em diversidade e criatividade.

“Na
Itália pensamos que somos os melhores na cozinha, na matéria-prima, nos
produtos, nos vinhos. Não é verdade", disse à BBC Brasil, Paolo Marchi,
idealizador do Congresso. "A qualidade também existe na Finlândia, no
Brasil, por exemplo. Basta conhecer as diferentes culturas que são
interpretadas pelos cozinheiros”, disse.

Um dos temas da edição
deste ano é a valorização dos sabores da “pobreza”. O Brasil foi
convidado como um cartão de visitas para a cozinha da América do Sul. O
Congresso propõe a sua redescoberta sob a ótica da gastronomia local.

“Esta
sempre foi uma região do globo conhecida pela cozinha simples, férias
baratas. Nunca a tomamos como uma cozinha importante, como a japonesa
ou a espanhola", diz Paolo Marchi.

"O brasileiro Alex Atala vai
nos mostrar quanta seriedade e ingredientes excepcionais existem na
América do Sul, e como os europeus devem olhar com mais respeito para
eles. É como se a gente reduzisse a cozinha italiana à pizza”, afirmou
o organizador.

Responsabilidade

Reprodução BBC


O chef Alex Atala é um dos cozinheiros brasileiros que mais valorizam a cozinha do interior.

O
chef Alex Atala veio preparado com uma lição de culinária no seu menu
de apresentação. Ele é um dos cozinheiros brasileiros que mais
valorizam a cozinha do interior, no caso, a cabocla, do Amazonas.

Sem
perder de vista os ensinamentos dos europeus, ele lembra que não existe
nada mais camponês do que a trufa, hoje um dos produtos mais caros do
mundo.

“Aqueles produtos que são pobres, simples, usados pelos
caboclos, por exemplo, podem chegar num patamar mais elevado da
gastronomia mundial. As frutas, as verduras, as ervas, as raízes…
quero mostrar o quanto é complexo este bioma e o quanto ele pode
acrescentar à gastronomia”, disse à BBC Brasil Alex Atala.

Para
Atala, dar voz ao regionalismo significa alimentar a busca pelo novo
sem deixar de olhar para trás. Na sua palestra ele apresenta o “Horto
Amazônico”, com o tucupi e a tapioca, entre outros produtos típicos.

O brasileiro propõe um prato de carne com chocolate no qual associa ainda o foie gras com o jambu, uma erva amazônica.

O
segundo é um prato que une os perfumes e sabores dos bosques europeus –
nozes e cogumelos – com aqueles da floresta amazônica –
castanhas-do-Pará, de caju e o tucupi da selva, além da castanha de
Baru, do cerrado. De sobremesa, sorvete de jabuticaba com wassabi,
ingrediente japonês.

Pratos sofisticados, ingredientes simples
Para
o mestre da cozinha italiana Gualtiero Marchesi, não importa o tipo de
cozinha, se rica ou simples, o importante é manter a integridade da
matéria-prima.

“Uns fazem a cozinha barroca, outros a cozinha
moderna, eu faço a cozinha minimalista, quem sabe?! Eu amo muito o
produto para estragá-lo e esta é a missão mais difícil”, afirmou
Marchesi.

Para ele, o cozinheiro deve ter a inteligência, a
paixão e o paladar como ingredientes fundamentais. Ou seja, além da
matéria-prima tem que ter massa cinzenta.

Categorias:Comidas e bebidas

Porque não repassar mensagens de “ajuda”

Do serviço de Auditoria e
Segurança da Petrobras
O que há
por trás das mensagens de crianças desaparecidas
.
 segue
abaixo uma boa explicação para NÃO
passarmos
qualquer e-mail de pedido, promoção, protestos ou acusações sem antes verificar
a veracidade dos fatos.
 
Uma pessoa recebe uma mensagem comovente, com uma
foto de uma criança desaparecida,doente…
e logo depois de receber a comovente mensagem a
repassou para vários amigos.
Veja a resposta
de uma das pessoas que recebeu a mensagem e checou a informação:
”Esse telefone
não é de Niterói.
Se você ligar
direto, sem usar o DDD, a ligação não completa. Se usar o código 21, também não
completa."

Esses e-mails bem apelativos são criados por
pessoas inescrupulosas para conseguir algo muito valioso para eles:
o seu, o nosso, endereço de
e-mail
.’
Qual candidato a deputado, dono de joalheria, diretor de
banco, financeira etc., que não quer oferecer seus produtos ou dar o seu ‘plá’,
sem qualquer custo, para uma clientela seleta dessas:  
você,  que é @ans   e eu, que sou @Petrobras…

Daí você manda para outros @ans, @iba, eu mando para @Petrobrás, @cvrd
etc…
Alguém  recolhe esses endereços, deleta os @ig da vida e
vende por uma nota para os clientes acima
.
Sou do comitê de
segurança da informação da minha empresa e todos os e-mails desse tipo que
chegam, eu verifico a validade.
Até agora, e já faz mais de dois anos que faço este
trabalho, somente um, foi realmente verdadeiro:
era sobre um cadastramento de pessoas carentes para
fazer cirurgia de palato, (lábio leporino) em crianças. Liguei e era real… O
resto, tudo mentira.
O último foi do banco Santander, que estaria
recrutando pessoas com deficiência física para trabalhar. Aqui, todo mundo ficou
sensibilizado e quando eu recebi, simplesmente entrei no site do banco.
Achei um pop-up que desmentia a notícia… O do banco de olhos em Sorocaba, embora o
hospital exista,não procede a informação ,não estão perdendo córneas, tão pouco
o hospital é maçonico.
Liguei e falei pessoalmente com a direção do
mesmo.
Seguem algumas dicas
do nosso comitê para não ‘cairmos nessa’
:
1- Escrever um mail ou
enviar qualquer coisa pela Internet é fácil…
2- NÃO ACREDITE automaticamente em tudo.
3-
Observe o texto, reflita, analise,cheque tudo antes de repassar aos amigos.

4-Quando nós recebemos mensagens pedindo ajuda para alguém, com alguma foto
comovente, não repasse apenas ‘para fazer a sua parte…’ pode haver alguém
cheio de más intenções, por trás desse e-mail… Verifique a
veracidade das informações.
.. Afinal, próximo de sua casa, há sempre
alguém carente que você poderá ajudar, se esta for sua opção de vida.

5-Cuidado! Muito cuidado com mensagens-lista de dados de
pessoas
, que  cada um vai assinando, colocando seus endereços e
telefones reais, repassando… Podem facilmente ser utilizados por hackers,
assaltantes, seqüestradores etc.
6- E AGORA, O  MAIS
IMPORTANTE
: Quando reenviarem mensagens, RETIREM OS NOMES E E-MAILS DAS PESSOAS POR ONDE AS MENSAGENS JÁ
PASSARAM!
. E o nome de quem mandou para você também.

7-Existem programas rodando na Internet para pegar
‘tudo que tiver antes ou depois de um
@’
.
Isso é vendido para spammers,hackers, cuja intenção muitas
vezes é de espalhar vírus ou pishings (programinha que rouba seus dados no
seu computador,sem que vce saiba).

8-
Quando for mandar uma mensagem para mais de uma pessoa,
NÃO ENVIE COM O ‘PARA‘ NEM COM O
CC
ENVIE COM O ‘CCO’ (CÓPIA CARBONO
OCULTA)
 
onde não aparecerá o endereço eletrônico de nenhum destinatário.
  Fernando Rouco
Steinmann

Quando todos nós fizermos isso, livraremos a Internet de 80%
dos vírus e outras inconveniências…

Conto de fodas

Era tarde da noite, o caminhoneiro guiava pensando em mulher. Ao avistar uma
plantação de abóboras, ele pensa :
 
– Uma abóbora… hmmmmm… é… macia, úmida por dentro… Hummmmmmmm..
.(caminhoneiro pensando)
Ninguém por perto, ele pára o caminhão, escolhe a abóbora mais redondinha,
mais "gostosinha"… dá-lhe um talho no tamanho apropriado e, morto de tesão,
inicia a transa. Na empolgação, nem percebe a chegada de uma viatura da
polícia.
– Desculpe-me, senhor ! – interrompe, perplexo, o patrulheiro – mas acaso o
senhor está… transando com uma abóbora ???
 
O caminhoneiro, assustado:
– Abóbora? Puta que pariu!!! Já é meia-noite…???
Cinderela… ! CINDERELAAAAAAA !!!
Categorias:Piadas

Ruim e caro!

Parar de fumar pode ajudar a resolver problemas financeiros, avalia consultor


Agência Brasil

Fabrizio Bensch/Reuters


Prejuízo pode equivaler ao valor de um imóvel com o passar dos anos

Além
dos comprovados danos à saúde, o cigarro causa problemas ao bem-estar
financeiro, alega o consultor Reinaldo Domingos. De acordo com ele, o
prejuízo pode equivaler ao valor de um imóvel com o passar dos anos.

“Se
pegarmos um maço de cigarro a R$ 2,75 e capitalizarmos a juros de 1%
por 30 anos, teremos aproximadamente, R$ 288 mil de provável economia,
não apenas para o bolso, mas para a saúde,” explica Domingos.

Apesar
de o Banco Mundial calcular em cerca de US$ 200 milhões por ano os
prejuízos com cigarro para as economias dos países, o consultor
ressalta que não são feitas abordagens para demonstrar os prejuízos
financeiros individuais causados pelo tabagismo.

Segundo o
consultor, poupar pequenas quantias, como os gastos com o fumo, pode
ajudar a realizar metas e objetivos a longo prazo.“Ás vezes, a pessoa
não consegue comprar uma casa. Vou dar um exemplo, tem casa que custa
R$ 100 mil. Você fumando por vinte, trinta anos pode comprar duas ou
três casas desse valor,” afirma.

Para Domingos, grande parte dos
problemas financeiros dos brasileiros é provocada pela cultura de
consumo imediato, sem a preocupação de guardar dinheiro. Segundo ele,
70% dos brasileiros economicamente ativos têm dívidas com cheque
especial, cartão de crédito ou empréstimos, com um valor médio de R$
1,5 mil.

Categorias:Saúde e bem-estar

Da Série: Esse povo me mata de vergonha…

Padre se recusa a interromper missa na Itália após morte de fiel

Um
padre católico que continuou a rezar a missa na igreja Madonna Bianca,
em Trento, na Itália, mesmo depois de perceber que um dos fiéis havia
morrido durante a cerimônia, teve que se defender na quinta-feira sua
atitude.

Em entrevista à agência italiana de notícias, Ansa, o
padre Mario Peron disse que levar a missa até o fim teria sido o desejo
do fiel Pio Lieta, que sofreu um ataque cardíaco fatal enquanto atendia
à missa na manhã de domingo.

Ao perceber que o fiel estava
morto, Peron interrompeu a missa por alguns minutos e uma ambulância
foi chamada no local, mas Lieta já estava morto.

O padre pediu então que cobrissem o corpo do fiel, estendido no chão da igreja, e continuou a rezar a missa.
Depois de rezar o funeral de Pio Lieta, na quinta-feira, Peron defendeu sua decisão.
"O
que eu poderia ter feito? A Missa Sagrada tem que ser celebrada, não
podemos abrir exceção para um indivíduo", disse Peron ao jornal
britânico Daily Telegraph.

"Apenas pessoas que não conhecem o
conceito da missa não compreendem a lógica da minha decisão", afirmou.
"Não podíamos parar, estávamos unidos na igreja e rezamos por ele",
disse Peron.

Críticas
A atitude do
padre chamou a atenção da mídia local e alguns fiéis que estavam
presentes na celebração criticaram a decisão de Peron de continuar o
serviço.

Em entrevista ao jornal local L’Adige, um dos fiéis afirmou que ficou surpreso com a decisão do padre.
"Devíamos ter parado em sinal de respeito", afirmou o fiel, que não se identificou.
O
filho de Pio, Angelo Lieta, que é missionário no Chile, afirmou ao
Telegraph que não ficou aborrecido com as circunstâncias da morte de
seu pai.

"Meu pai teria concordado com a continuação da Missa", disse.

Belo Horizonte
Cliente não gosta de omelete e esfaqueia dono de bar



Thiago Herdy – Estado de Minas

Insatisfeito por causa de um omelete, um cliente esfaqueou, na tarde de
quinta-feira, o empresário Fernando Pereira de Souza, de 29 anos, dono
de um restaurante no Barro Preto, na Região Centro-Sul de BH. Segundo a
polícia, o engenheiro aposentado Júlio Pereira de Sales, de 67,
reclamou com uma atendente que o seu prato estava sem sal. Ele teria
sido grosseiro e, por isso, o marido da funcionária, que é um dos
proprietários do restaurante, interveio.

Veja a reportagem da TV Alterosa

“Perguntei
o que estava ocorrendo, ele disse que não estava falando comigo e
começou a xingar palavrões”, contou Fernando, que se aproximou para
ouvir o que o homem dizia. “Ele questionou se eu sabia com quem estava
falando. Pensei que ele ia tirar uma carteira de policial ou coisa
assim, mas ele tirou um canivete da pochete, e eu não vi”, lembrou o
empresário.

Júlio atingiu Fernando com um golpe na cabeça.
“Ele queria fugir, mas o segurei até a polícia chegar”, contou. O
aposentado causou um corte de 12 centímetros na cabeça do empresário e
o sangue assustou funcionários e clientes. Fernando foi atendido no
Hospital Felício Rocho, a poucos metros do restaurante. Ele recebeu
pontos na cabeça e foi liberado. O aposentado foi conduzido para a 3ª
Delegacia Distrital, onde foi ouvido e autuado por lesão corporal.

Segundo
Fernando, Júlio já tinha visitado o restaurante no dia anterior, quando
teria sido mal educado com sua mulher e sua irmã. “Ele chegou querendo
caçar confusão. A desculpa foi reclamar do omelete”, justificou o
empresário. A receita do prato não será alterada por causa do
desentendimento.

Eu vejo e recomendo

Apaixonado por TV

Ailton Magioli
EM Cultura


Ator,
roteirista e diretor, Bruno Mazzeo se destaca como jovem revelação da
televisão brasileira. Aos 30 anos, ele vai atuar na próxima novela das
sete e prepara o primeiro longa

Zé Paulo Cardeal/TV Globo

Idealizador da série Cilada, Bruno Mazzeo é um criador ousado

Apontado como um dos jovens talentos da atual TV brasileira, o diretor
e roteirista Bruno Mazzeo se tornou unanimidade desde a estréia da
série Cilada no canal pago Multishow. Aos 30 anos, ele se prepara para
estrear como ator de novela em Beleza pura, o próximo folhetim das sete
da Rede Globo. Bruno já havia chamado a atenção ao escrever para os
programas Sai de baixo, Escolinha do professor Raimundo e A diarista.
Humorista, destacou-se em Sob nova direção como Rick Lacerda, chefe da
personagem de Heloísa Perrisé. Em meio a tanto trabalho, ele ainda
encontra tempo para roteirizar seu primeiro longa-metragem, Muita calma
nessa hora, que será rodado entre abril e maio.

“Seja atuando, escrevendo ou dirigindo, meu interesse é por bons
trabalhos, independentemente de ser televisão, teatro ou cinema”,
afirma Bruno. Admitindo que nunca foi noveleiro, o filho de Chico
Anysio e da atriz Alcione Mazzeo não se esquece de Roque santeiro, que
acompanhou na adolescência. “Foi a primeira novela que me deixou
chapado”, lembra, também citando Partido alto. “Além disso, há figuras
como Tony Ramos. Eu adoro o Tony Ramos, ele é tipo ídolo mesmo.”

PORTA-VOZ

“Meu objetivo é contar uma história. No caso de Beleza pura, serei
apenas o canal ou porta-voz da história que os autores vão querer
contar”, afirma. “A novela é o carro-chefe da TV no Brasil. É uma
responsabilidade muito grande fazê-la.” O ator não se preocupa com as
prováveis cobranças pelo fato de ser filho de Chico Anysio. “Se fui
convidado, é por algum motivo. Não caí na novela de pára-quedas. Fui
fazendo o meu trabalho e em função dele fui parar lá”, afirma. De
acordo com ele, o pai é fã da série Cilada. “Mas ele faz críticas ao
programa, sempre construtivas. Estamos sempre batendo bola. Eu seria
burro se não usasse isso”, reconhece.

Fã do formato “Big brother”, Bruno Mazzeo elogia a atual edição do
programa. “Nesta, ainda não sei, mas a personalidade e a história de
cada um dos participantes, por si só, já trazem inovações. Claro que o
interesse acaba sendo menor do que em relação aos anteriores, até
porque os participantes já sabem como funciona.”

A única coisa de que ele não gosta é quando o ex-BBB se transforma em
celebridade profissional. “Pega mal quando o Diego Alemão vira
garoto-propaganda. Teoricamente, nessa condição ele está tirando o
espaço de um ator. Isso me incomoda um pouco. O que não significa que
eles não possam fazer alguma coisa. A Grazi Massafera, por exemplo, a
gente já nem lembra que ela foi uma big brother. A própria Sabrina Sato
também”, acrescenta.

Em busca de novos formatos

Bruno Mazzeo comemora a resposta de público e crítica à série Cilada,
exibida no canal a cabo Multishow: “Ficamos entre os 10 melhores
programas do ano”, conta, atribuindo o sucesso à qualidade da atração.
“Além de liberdade total, temos a possibilidade de ousar em certos
momentos. Fora o fato de poder contar com atores, em sua maioria de
teatro, que não têm grandes oportunidades na TV.”

A quinta temporada será exibida em outubro, depois do sucesso do
lançamento em DVD de oito episódios já exibidos – “Academia”,
“Acampamento”, “Churrascaria”, “Cinema”, “Escritório”, “Praia”, “Spa” e
“Supermercado”. A atração já ganhou comunidade no Orkut. “Não se trata
de formato inédito, mas de mistura de formatos que acabou funcionando
superbem na maneira de contar uma história”, diz Bruno.

Ao escrever os roteiros de Cilada, ele jamais pensa se o programa é
feito para a TV aberta ou fechada. “Isso já é por influência de meu
pai, Chico Anysio. Na TV, você tem de ser compreendido por todos,
porque ela não seleciona. Qualquer pessoa pode estar assistindo àquele
programa, então tem de ter a preocupação de falar para todo mundo. Aí
confio no meu bom senso, sabendo que a pegada do programa é diferente.
Lógico que a pegada do Cilada não pode ser a mesma de A diarista. Mas
tento não pensar nisso. Até porque aprendi que a gente não tem de dar a
comida na boca dos outros, mas colocá-la no anzol e deixar as pessoas
pegá-la”, ensina o jovem humorista.

A propósito da polêmica envolvendo o fim precoce da série A diarista,
da qual era um dos autores, Bruno Mazzeo diz não saber se o programa
voltará ao ar. “Se voltar, volta ‘sem migo’”, brinca. Ele explica que,
particularmente, não tem mais vontade de trabalhar no humorístico
protagonizado por Cláudia Rodrigues. Algum problema? “Vamos dizer que
houve problemas e que cansei também”, desconversa. “A relação com
Cláudia Rodrigues não era das mais agradáveis”, revela.

Categorias:Entretenimento

Como funcionam os grandes prêmios

Oscar 2008

Globo de Ouro

Emmy Awards

Framboesa de Ouro

Prêmios para todos os gostos

Saiba a história e o funcionamento de todos os maiores prêmios do cinema mundial

O ano começou mal para as comemorações hollywoodianas com o cancelamento da festa de entrega do Globo de Ouro, torpedeada pela greve dos roteiristas.

Mas a divulgação melancólica dos premiados da imprensa estrangeira
está longe de encerrar a seqüência de troféus e prêmios que desaba
sobre a comunidade artística a cada ano. São tantas as listas de
melhores e homenagens vindas de todas as direções que a temporada já
tem nome próprio. A award season, temporada de
premiações, marca o momento de tirar os "Manolos" e "Diors" do armário,
polir os discursos e encenar com precisão mais um papel, o de indicado.

Um cabeleireiro de Los Angeles definiu a correria de uma noite de
festa como se todas as suas clientes decidissem casar no mesmo horário.
Já para os atores, o momento mais difícil é o de manter o sorriso
quando o nome de outro é revelado como vencedor. Para diminuir o
constrangimento, a Academia alterou há alguns anos a frase mágica de "o vencedor é" para "o Oscar vai para".
Não mudou o sentimento de derrota de quem sai de mãos vazias, muito
menos o de vitória de quem carrega o homenzinho dourado pelo resto da
noite. Mas Hollywood não ficou do tamanho que é sem aprender como
conviver com a vaidade humana.

Basicamente, os prêmios para a TV, cinema e teatro dividem-se por
sua respeitabilidade, importância comercial e forma de escolha. A
grande maioria tem seus vencedores escolhidos por comitês, enquanto
alguns dos mais famosos, como o Oscar e SAG,
contam com eleições votadas por milhares de sócios da entidade
responsável pelo troféu. Outros, ainda, são fruto da votação do
público, como o People’s Choice Awards.

A variedade é também geográfica. Além dos troféus mais conhecidos,
em sua maioria estadunidenses, somados a alguns europeus, a lista
espalha-se pelo globo com eventos como o Festival Panafricano de Cinema e TV de Ouagadougou, em Burkina Faso, ou os Genie Awards, no Canadá. Há, também, os festivais de cunho ideológico, como o de Sundance, que se equilibra entre o brilho hollywoodiano e a identidade de ser um evento revelador de novos talentos. Na mesma linha, o Independent Spirit Award tenta
definir o que é um filme independente num momento em que os grandes
estúdios criam grifes dedicadas a produções menores, e filmes que não
deveriam ter ligação com os grandes produtores são estrelados por
elenco hollywoodiano.

Indiscutivelmente o prêmio mais famoso do cinema, mesmo com as
seguidas acusações de que o mérito é mais do departamento de marketing
dos estúdios do que da parte artística, o Oscar ocupa o topo da lista.
Seu peso comercial acabou forçando outros grupos a repensarem seus
prêmios. Recentemente, a Academia Britânica, responsável pelo BAFTA,
alterou seu cronograma para que seu troféu não ficasse perdido na
temporada pós-Oscar, quando vencedores e perdedores da bilheteria já
foram escolhidos.

Na via contrária, o peso qualitativo dos prêmios europeus, como a Palma de Ouro, prêmio máximo do Festival de Cannes,
forçou a organização do Oscar a colocar limites rígidos nas campanhas
dos estúdios pelos votos. Os anos recentes marcaram o fim das festas,
dos presentes e gastos desenfreados. A Academia de Artes e Ciências
Cinematográficas já tem o sucesso de marketing e a durabilidade. Agora
quer recuperar a respeitabilidade. Ou conquistá-la.

O mesmo querem os organizadores dos vários troféus distribuídos
pelos sindicatos que reúnem os profissionais de cinema, teatro e TV,
seja o Directors Guild Award, sindicato dos diretores, ou o agora famoso em virtude da greve que organizou, Writers Guild of América, o sindicato dos roteiristas. Poucos conseguirão a durabilidade do Festival de Veneza, o mais antigo dos festivais, e outros, como o TV Guide,
serão cancelados depois de algumas edições. Ficarão os mais
importantes, ou os mais bem sucedidos em atrair estrelas e o público.

A seguir, alguns dos prêmios que vão agitar o mercado em 2008, em ordem cronológica:

SAG

Nome oficial: Screen Actors Guild Awards

Responsável: O Screen Actors Guild (Sindicato dos Atores)

História: Entregue pela primeira vez em 25 de fevereiro de
1995, o SAG premia treze categorias entre troféus individuais e em
grupo. Seu peso principal é ser um prêmio para atores escolhidos por
seus colegas de profissão. O SAG foi também o primeiro troféu a premiar
elencos, reforçando a idéia do sindicato de que o trabalho em séries é
um esforço coletivo e não apenas do astro principal.

Troféu: A estatueta de uma figura humana segurando as
máscaras da tragédia e da comédia, batizada de O Ator, foi desenhada
por Jim Heimann e Jim Barrett e esculpida por Edward Saenz.

Votação: A votação é feita em dois estágios. As indicações
são votadas por dois comitês de dois mil e cem membros cada,
selecionados por computador em abril de cada ano. No segundo estágio,
as cédulas são encaminhadas a todos os membros do sindicato, cerca de
cento e vinte mil pessoas, que estejam em dia com o pagamento de suas
mensalidades em novembro.

Edição em 2008: 14a. em 27/01

Bafta

Nome Oficial: British Academy of Film and Television Arts Awards

Responsável: A Academia Britânica de Artes da Televisão e do Cinema

História: Fundada em 1947 como The British Film Academy por
David Lean e Alexander Korda, entre outros, a Academia uniu-se em 1958
com a The Guild of Television Producers and Directors para formar a The
Society of Film and Television. O nome atual da organização foi
assumido em 1976. Entre as fontes de renda da Academia estão os
royalties de A Ponte do Rio Kwai e Doutor Jivago, doadas por David Lean.

A cerimônia de entrega do BAFTA acontecia em abril ou maio, mas, a
partir de 2002 os organizadores anteciparam o resultado para fevereiro
para que a cerimônia acontecesse antes do Oscar. Assim como seu colega
estadunidense, o BAFTA divide suas premiações em datas diferentes,
deixando a festa principal para atores e diretores.

A partir de 1998 o BAFTA passou a premiar os melhores games na
categoria de Entretenimento Interativo. Entre os vencedores da
categoria estão GoldenEye 007, Halo 2 e Half-Life 2.

Troféu: O troféu tem a forma de uma máscara teatral e foi
desenhada pela escultora Mitzi Cunliffe em 1955. Na parte posterior a
máscara tem um símbolo eletrônico em torno de um olho e uma tela em
torno do outro, mostrando a ligação entre a arte dramática e a
tecnologia.

Votação: Os vencedores são escolhidos pelos membros da Academia Britânica.

Edição em 2008: 60a. em 10/02

Festival de Berlim

Nome oficial: Internationale Filmfestspiele Berlin (Berlinale)

Responsável: Kulturveranstaltungen des Bundes in Berlin GmbH.

História: Estabelecido em 1951, o Festival tinha como
objetivo trazer de volta a atmosfera de cultura que Berlim exibia
durante a década de vinte. A primeira edição foi aberta com Rebeca, de Alfred Hitchcock, e contou com a presença da atriz principal, Joan Fontaine.

Troféu: O urso é o símbolo oficial da cidade de Berlim e
inspirou não só o troféu como o logotipo do Festival. A estatueta foi
desenhada pelo escultor Renée Sintenis e são produzidas pela Fundição
Noack desde o início do Festival.

Votação: Os prêmios mais importantes do Festival, os Ursos de
Ouro e Prata são distribuídos por um Júri Internacional de pelo menos
três membros alemães e estrangeiros, escolhidos pelo diretor do
Festival. Há ainda prêmios para as diversas seções do Festival,
distribuídos por um júri de três pessoas, e um júri infantil é
responsável pela escolha dos Ursos de Cristal.

Edição em 2008: 58a. em 17/02

César

Nome oficial: Lês César du cinema

Responsável: Academie des Arts et Techniques du Cinéma

História: Criado em 1975, o César é o equivalente francês do
Oscar, embora o país berço do cinema certamente evite a comparação. O
prêmio costuma privilegiar produções européias, apesar de filmes
hollywoodianos já terem sido premiados. A cerimônia de entrega acontece
no Théâtre du Châtelet e é transmitida pela TV para toda a França, onde
é conhecida como La Nuit de Césars. Duas categorias são as mais
importantes: a de Melhor Filme (Meilleur Film Français de l’année) e a de Melhor Filme Estrangeiro (Meilleur Film Étranger).

Troféu: O troféu foi batizado em homenagem ao escultor César Baldaccini e é uma escultura do artista.

Edição em 2008: 33a. em 22/02

Independent Spirit

Nome Oficial: Independent Spirit Award

Responsável: Film Independent

História: Organizado por uma entidade não lucrativa, o prêmio
nasceu em 1984 e originalmente chamava-se Findie, contração de Friends
of Independents. Em 1987 o prêmio foi alterado para o nome atual.
Seguindo o cuidado dos outros troféus de usar o Oscar como data limite,
o Independent Film Awards é entregue um dia antes do Prêmio da
Academia. A cerimônia acontece numa tenda montada na praia de Santa
Mônica e tudo é feito de forma a contrastar com a pompa do Oscar. Desde
1994 a cerimônia passou a ser transmitida pelo Independent Film
Channel.

Troféu: O troféu inicialmente era composto de uma pirâmide de
acrílico com cadarços de sapato suspensos, numa alusão aos orçamentos
apertados dos filmes. Em 2006 os vencedores passaram a receber um
troféu que mostra um pássaro pousado em um mastro, com os cadarços
enrolados em torno da base.

Votação: Para participar da premiação os filmes devem ter a
duração mínima de setenta minutos, o que excluiu As Horas, com 67
minutos. Além disso, a produção tem de ter sido exibida por uma semana
em circuito comercial em 2007 ou ter sido exibida num dos seguintes
festivais: Los Angeles Film Festival, New Directors/New Films, New
York, Sundance, Telluride, or Toronto. O orçamento não pode ultrapassar
a marca dos vinte milhões de dólares, incluindo a pós-produção.

Os comitês de indicação são formados por quinze a vinte membros da
comunidade cinematográfica. Cada comitê discute os filmes inscritos em
reuniões e um encontro final de dois dias acontece para que todos
discutam e votem em cada categoria. Para ser considerado independente,
um filme tem de apresentar uma visão única, um assunto original,
economia de meios e uma porcentagem de seu orçamento tem de vir de
fontes independentes.

A votação é feita pelos membros da Film Independent, que podem votar em cédulas de papel ou online.

Edição em 2008: 23a. em 23/02

Framboesa Dourada

Nome Oficial: The Golden Raspberry Awards ou Razzies

Responsável: Golden Raspberry Award Foundation (GRAF)

História: Entregues pela primeira vez em 1981, as Framboesas
Douradas foram criadas por John Wilson a partir das festas que ele
organizava com amigos na noite da entrega do Oscar.

Em 1981, Wilson divulgou seu prêmio para a imprensa e acabou
ganhando fama até que, em 1987, a Framboesa Dourada ganhou uma
cerimônia de entrega no Hotel Roosevelt, local onde foram entregues os
primeiros Oscars. Finalmente, em 1988 os "premiados" começaram a
aceitar o troféu. Bill Cosby recebeu seus três Framboesas como Pior
Filme, Pior Ator e Pior Roteiro em um programa de TV. Ben Affleck
recebeu e quebrou seu prêmio de Pior Ator por Gigli no
programa Larry King Live. O troféu quebrado foi vendido e o dinheiro
arrecadado serviu para alugar o local para a cerimônia de entrega do
prêmio no ano seguinte. Em 2005 Hale Berry compareceu à cerimônia das
Framboesas para receber seu troféu de Pior Atriz por Mulher Gato, e fez seu discurso com o Oscar por Monster’s Ball
em uma das mãos e a Framboesa na outra. Outros momentos mostraram a
montanha russa dos atores entre trabalhos bons e ruins com as
indicações no mesmo ano para o Oscar e a Framboesa de Jack Nicholson em
1992 e Alec Baldwin em 2003. Por se tratar de uma ironia com o prêmio
mais famoso, as Framboesas abusam nas categorias. Entre coisas comuns
como Pior Filme e Pior Ator, estão prêmios para a Pior Desculpa Para
Fazer um Filme e Pior Carreira, uma gozação com o Oscar entregue pelo
conjunto da obra.

Votação: Qualquer um pode ser membro da Raspberry Foundation,
bastando uma inscrição e o pagamento de uma mensalidade. Todos os
membros podem votar.

Troféu: Uma framboesa pintada de dourado numa base de plástico.

Edição em 2008: 28a. em 23/02

Oscar

Nome Oficial: Academy Awards

Responsável: A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas

História: Os prêmios da academia foram entregues pela
primeira vez em 16 de maio de 1929 no Hotel Roosevelt de Hollywood,
quando o presidente da Academia era Douglas Fairbanks e entradas para o
banquete de entrega custavam cinco dólares. Ao contrário da surpresa
que os premiados sentem, ou fingem que sentem hoje, os premiados de
1929 foram anunciados três meses antes. Nos anos seguintes, a imprensa
passou a receber o nome dos premiados antecipadamente para publicação
na noite da entrega dos prêmios. Em 1940 o Los Angeles Times quebrou o
acordo e divulgou os nomes dos ganhadores na edição da tarde. A atitude
do jornal levou a Academia a adotar o sistema de envelopes selados no
ano seguinte. Após várias mudanças de endereço, quando os prêmios foram
mudaram para o Grauman’s Chinese Theatre, o Shrine Civic Auditorium, o
Melrose Avenue Theater e o Pantages Theatre, a cerimônia foi
transmitida pela primeira vez pela TV com Bob Hope como mestre de
cerimônias em Hollywood e Fredric March no International Theatre em
Nova York. Em 1961 a cerimônia mudou novamente, deixando Hollywood para
acontecer no Santa Mônica Civic Auditorium. Oito anos depois, o Oscar
mudou novamente para se estabelecer no Dorothy Chandler Pavilion de Los
Angeles. Em 2002 a cerimônia voltou a Hollywood como parte do programa
de revitalização da região onde hoje só há um estúdio, o Paramount, e
passou a acontecer no Kodak Theatre.

Votação: A campanha pelo Oscar começa em novembro. Como parte
do trabalho da Academia de reestabelecer a seriedade do prêmio,
bastante abalada por situações como a italiana Sophia Loren entregando
o prêmio ao também italiano Roberto Benini ou William Hurt anunciando o
troféu de Marlee Matlin, sua esposa na época, foram proibidos os
presentes com os quais os estúdios tentavam chamar a atenção dos
eleitores. Em dezembro, a Academia envia as cédulas de votação aos mais
de seis mil membros da Academia, que devem ser devolvidas à
PricewaterhouseCoopers no prazo de duas semanas. Na última semana de
janeiro, os nomes dos indicados são divulgados e as cédulas para a
segunda votação são enviadas para os eleitores no início de fevereiro.
Segundo as regras, somente duas pessoas da Pricewaterhouse conhecem o
conteúdo dos envelopes abertos na cerimônia de entrega dos prêmios.
Apesar de todos os membros da Academia elegerem os indicados e
vencedores, a forma difere de acordo com a categoria. Somente atores
votam nas categorias dedicadas à atuação, enquanto a indicação e
premiação de Melhor Filme em Língua Estrangeira é feita por um grupo
composto de membros de todas as categorias. As indicações e o vencedor
na categoria Melhor Filme são votadas por todos os membros.

Além dos prêmios entregues na festa principal, a Academia ainda
distribui prêmios técnicos e científicos que reconhecem avanços nos
equipamentos e técnicas cinematográficas.

Troféu: A decisão de entregar um prêmio em honra aos melhores
foi tomada durante um jantar no Crystal Ballroom do Hotel Biltmore, em
1927. O design da estatueta foi criado pelo diretor de arte da MGM,
Cedric Gibbons. O escultor George Stanley foi selecionado para
transformar o desenho de um cavaleiro em pé sobre um rolo de filme
segurando uma espada.

As origens do apelido Oscar são diversas e todas não oficiais. Uma
das histórias diz que a diretora executiva da Academia, Margaret
Herrick, disse que a estatueta lembrava seu tio Oscar e os funcionários
passaram a tratar o troféu desta forma. O nome se tornou público na
sexta premiação, em 1934, quando o colunista Sidney Skolsky usou o
termo em sua coluna ao comentar o premio recebido por Katharine
Hepburn. A Academia, no entanto, só utilizou o nome oficialmente a
partir de 1939, provavelmente quando percebeu que não conseguiria fazer
com que o apelido deixasse de ser usado. Produzidas anualmente pela R.S
Owens, as estatuetas eram transportadas por terra de Chicago para Los
Angeles até 2000, quando a carga foi roubada semanas antes da entrega.
Desde então, a Academia passou a transportar os troféus em um vôo
especial e a manter um estoque de reserva suficiente para as premiações
do ano.

Edição em 2008: 80a. em 24/02

Festival de Cannes

Nome oficial: Festival International du Film de Cannes ou Le Festival de Cannes

História: O primeiro festival aconteceu em 1946. Nos anos
anteriores a 1955 o prêmio principal era chamado Grand Prix du Festival
International du Film.

O Festival de Cannes nasceu em parte devido à existência do Festival
de Veneza e sua competição internacional, nascida em 1932. Seguindo o
que acontece até hoje em muitos festivais, os premiados com a então
Copa Mussolini da Mostra di Venezia não eram necessariamente os
melhores na arte, mas, produções do país sede e alemãs pela afinidade
dos regimes dos dois países. Esta política levou a Mostra a ignorar o
filme La Grande Illusion, de Jean Renoir, em favor de Olympia, produção alemã encomendada por Joseph Goebbels, e o filme italiano de Luciano Serra, Pilota,
produzido sob a supervisão do filho de Mussolini. O resultado irritou
os franceses e fez com que os membros britânicos e estadunidenses do
júri abandonassem a Mostra em protesto. Em seguida, La Grande Illusion
foi proibido na Itália e Alemanha, onde Goebbels o rotulou de inimigo
cinematográfico número um. O escândalo na Itália levou um grupo de
críticos e cineastas a pedir que o governo da França custeasse um
festival onde os filmes seriam mostrados sem censura política. Entre os
participantes do grupo estava Louis Lumière, um dos inventores do
cinema. A escolha do local ficou entre Biarritz e Cannes. Oficialmente,
Cannes foi escolhida pelo cenário, mas, o fato da prefeitura ter
aceitado pagar a construção de um local para o festival certamente teve
um peso considerável. O primeiro Festival foi agendado para 1o. de
setembro de 1939, mas, foi fechado no dia seguinte com a invasão da
Polônia e o início da Segunda Guerra Mundial, voltando a acontecer em
setembro de 1946. Como o local para o festival ainda não havia sido
construído, o evento aconteceu no cassino e o primeiro júri foi
presidido por Louis Lumière.

Nos anos 50 o Festival foi transferido para abril. Um dos motivos
foi assegurar que o evento pudesse contar com as estréias mundiais, até
então destinadas aos festivais que aconteciam no início do ano. Em 1954
a joalheira parisiense Suzanne Lazon sugeriu que prêmio incorporasse a
imagem de uma palma, um dos símbolos da cidade. O conceito inicial foi
desenhado pelo diretor Jean Cocteau e causou a mudança do nome do
prêmio principal, que passou a se chamar Palme d’Or a partir do ano
seguinte. O ano também marcou o início da tradição das "starlets"
quando Simone Syla mostrou os seios para os fotógrafos durante uma
sessão de fotos que deveria ter sido com Robert Mitchum. Daí em diante,
e com uma grande ajuda de Brigite Bardot desfilando de biquíni pela
praia, a imagem de Cannes estaria para sempre ligada a sexo.

Em 1962 o Brasil marcou presença com a vitória de O Pagador de
Promessas, mesmo ano em que foi criada a primeira mostra paralela do
Festival, a Semaine Internationale de la Critique, a Semana dos
Críticos, como uma forma de abrir espaço para novos cineastas.

Nascido de um protesto, o Festival acabou envolvido na efervescência
de 1968, quando o ministro da cultura, André Malraux, tentou demitir o
co-fundador e diretor da Cinématèque Française, Henri Langois, por uma
disputa de orçamento. A notícia chegou a Cannes em meio ao Festival,
onde Louis Malle e Roman Polanski abandonaram o júri atendendo ao
chamado de François Truffaut, Jean-Luc Godard e outros cineastas que
exigiam que o Festival fosse encerrado em sinal de protesto. Em 19 de
maior os diretores invadiram a sala de exibição forçando o cancelamento
do Festival. Apesar de bem sucedidos em conseguir a readmissão de Henri
Langois, o grupo de cineastas foi acusado de usar o Festival
politicamente, dando origem à criação, por um grupo rival da segunda
mostra paralela, a Quinzaine des Réalisateurs, a Quinzena dos
Diretores. A mostra foi definida por Pierre Kast: Todos os filmes
nascem livres e iguais: nós devemos ajudá-los a permanecer dessa forma.

A década de setenta marcou a chegada dos novos diretores estadunidenses, com a entrada em Cannes de MASH, de Robert Altman, Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola, Táxi Driver, de Martin Scorsese e The Sugarland Express, de Steven Spielberg. Em 1982 o Festival ganhou um novo Palais des Festival et des Congrès

Troféu: Até 1954 o prêmio chamava-se Grand Prix du Festival,
representado por um trabalho de um artista contemporâneo diferente a
cada ano. No final daquele ano, a direção convidou vários joalheiros
para apresentar desenhos para uma palma em tributo ao brasão de armas
da cidade. O desenho original de Lucienne Lazon tinha o talo da palma
formando um coração e o pedestal era uma escultura em terracota de
Sébastien. Em 1964 a Palma de Ouro deixou de ser entregue devido a
problemas de direitos autorais. Em 1975 a Palma voltou a ser o símbolo
do Festival, passando por várias modificações. O pedestal, antes
arredondado, adquiriu a forma piramidal em 1984. Em 1992 Thierry de
Bourqueney redesenhou a Palma e seu pedestal passou a ser de cristal. A
versão atual da Palma de Ouro está em uso de 1997 e foi desenhada por
Caroline Scheufele-Gruose, Presidente da Chopard.

Votação: Até 1972 os filmes participantes eram escolhidos por
representantes de seu país de origem. Daí em diante o comitê
organizador decidiu que o festival trataria da escolha dos filmes para
a seleção oficial.

Atualmente quatro júris comandam as dez divisões do Festival. O
evento principal é a Compétition, que distribui a Palma de Ouro de
Melhor Filme. A competição admite a entrada de longas e curtas
metragens e, embora dedicada à ficção, documentários como Fahrenheit
9/11, são admitidos. Os júris são escolhidos pelo comitê diretor do
Festival. A escolha leva em conta o conjunto da obra e o respeito
adquirido entre os colegas de profissão. Em 2008 o presidente do júri é
Sean Penn.

Edição em 2008: 61a. O festival este ano acontece entre os dias 14 e 25 de maio

Tony

Nome Oficial: Antoinette Perry Awards for Excellence in Theatre

Responsável: American Theatre Wing e League of American Theatres and Producers.

História: A American Theatre Wing passou a premiar os
melhores do teatro em 1947 por sugestão de um grupo de produtores
encabeçado por Brock Pemberton. A primeira cerimônia de entrega
aconteceu em 6 de abril de 1947 no hotel Waldorf Astoria. Somente em
sua terceira edição, no entanto, o prêmio passou a contar com um
troféu, batizado em homenagem a Antoinette Perry, atriz, diretora,
produtora e líder da American Theatre Wing durante o período da Segunda
Guerra Mundial. A cerimônia de entrega do prêmio passou a ser
transmitida pela TV a partir de 1967 e ganhou força recentemente com o
crescimento do número de astros do cinema que passaram a participar de
peças na Broadway. O movimento de Hollywood em direção ao teatro tem
sido duramente criticado como um golpe de marketing, principalmente
porque os atores permanecem pouco tempo com as produções. A exceção foi
Hugh Jackman, que permaneceu toda a temporada de Boy from Oz, na
verdade voltando às suas raízes no teatro musical, onde fez sucesso
antes de ser descoberto pelo grande público como Wolverine.

Considerado o equivalente teatral do Oscar, o prêmio, assim como seu
colega cinematográfico, carrega o peso de ser considerado por parte da
crítica como estritamente um instrumento de marketing. A crítica nasce
principalmente do fato de serem elegíveis somente produções
apresentadas nos teatros da Broadway presentes na lista divulgada pelos
organizadores do prêmio. A regra exclui peças em exibição no circuito
off-Broadway e off-off-Broadway ou fora da cidade de Nova York.

Votação: O Comitê de Administração tem 24 membros: dez
designados pela American Wing, dez indicados pela League, e um indicado
por cada uma das seguintes organizações: Dramatists Guild, Actors’
Equity Association, United Scenic Artists, and the Society of Stage
Directors and Choreographers. Este comitê determina a elegibilidade dos
candidatos. O Comitê de Indicação é formado por um grupo de até trinta
profissionais escolhidos pelo Comitê de Administração. Os membros do
Comitê de Indicação têm um mandato de três anos e devem assistir todas
as novas produções da Broadway. Os eleitores, cerca de 750, incluem
membros indicados pela American Theatre Wing, Actor’s Equity
Association, Dramatists Guild, Society of Stage Directors and
Coreagraphers, United Scenic Artists, Association of Theatrical Press
Agents and Managers, Theatrical Council of the Casting Society of
America e membros votantes da League of American Theatres and
Producers.
Troféu: Até 1948, além de um diploma, os
vencedores do prêmio levavam para casa um isqueiro (para os homens) e
um estojo de pó compacto (para as mulheres). Naquele ano, o sindicado
dos designers, United Scenic Artists, organizou um concurso para a
escolha de um troféu. O vencedor foi Herman Rosse. O medalhão tem as
máscaras da tragédia e da comédia de um lado e o perfil de Antoinette
Perry do outro. A partir de 1967, o medalhão ganhou um pedestal preto e
passou a ser suspenso num semicírculo de metal.

Edição em 2008: 62o. em 15/06

Festival de Veneza

Nome oficial: Mostra Internazionale d’Arte Cinematográfica – La Biennale di Venezia

História: A primeira Esposizione d’Arte Cinematográfica
aconteceu em 1932 como parte da 18a. Biennale de Venezia, quando o
presidente da Biennal era o Conde Giuseppe Volpi di Misurata. O
festival de 1932 aconteceu no terraço do Hotel Excelsior ainda sem um
aspecto competitivo e reuniu filmes de diretores como Frank Capra, King
Vidor e Anatol Litvak, e astros como Clark Gable, Fredric March, John
Barrymore, Joan Crawford e Vittorio De Sica, atraindo mais de vinte e
cinco mil espectadores. A exibição foi seguida por um grande baile no
Hotel Excelsior. O melhor diretor, Nikolaj Ekk, e o melhor filme, A
Nous la Liberté, foram escolhidos pela audiência. O segundo festival
marcou a primeira competição, com filmes de dezenove países e a
introdução da Coppa Mussolini como prêmio para o melhor filme
estrangeiro e melhor filme italiano, mas, não havia júri. Os prêmios
eram distribuídos pelo Presidente da Biennale, após ouvir a opinião do
público e de especialistas.

O Festival tornou-se um evento anual em 1935, quando o prêmio para
os atores passou a se chamar Coppa Volpi. Em 1936 um júri internacional
foi indicado pela primeira vez, e em 1937 o Festival ganhou uma casa, o
Palazzo del Cinema. Durante a Segunda Guerra Mundial o Festival teve
três edições, quando os filmes foram temporariamente exibidos no cinema
San Marco e a participação foi limitada aos simpatizantes do Eixo.

Troféu: O Leão de Ouro foi introduzido em 1949 como o Leão de
Ouro de São Marcos. Antes desta data, o prêmio era chamado Gran Premio
Internazionale di Venezia.

Votação: A competição internacional reúne um máximo de vinte
filmes apresentados como estréias mundiais ou que ainda não tenham sido
apresentados ao público fora de seu país de origem ou na Itália.

Um júri internacional de sete ou nove membros escolhidos entre
personalidades do cinema e cultura de diversos países, com exceção de
pessoas que tenham participado da produção dos filmes convidados ou que
tenham interessem em sua distribuição.

A seleção dos filmes participantes será feita pelo Diretor do
Festival, assessorado por uma comissão de cinco especialistas, bem como
um grupo de consultores internacionais.

Edição em 2008: 65a. de 27 de agosto a 06 de setembro

Emmy

Nome oficial: Emmy Awards

Responsável: Academy of Television Arts and Sciences e National Academy of Television Arts and Sciences

História: O Emmy foi entregue pela primeira vez em Janeiro de
1949 em Hollywood pela recém fundada Academia de Artes e Ciências da
Televisão. O nome do troféu é derivado de Immy, um apelido dado ao tubo
orthicon desenvolvido no final dos anos 40.

Inicialmente regional, o prêmio adquiriu um caráter mais nacional a
partir de 1955, ano da primeira transmissão costa a costa. Em 1957 foi
formada a Academia Nacional de Artes e Ciências da Televisão, que
administrou o premio até 1976. Em 1977 a tensão entre a regional de
Hollywood e a regional de Nova York atingiu seu máximo, levando o grupo
de Hollywood a se separar. Uma luta jurídica quanto aos direitos de
administrar a entrega do Emmy acabou em um acordo que determina que a
Academia baseada em Hollywood administre o prêmio dedicado aos
programas noturnos enquanto a National Academy, baseada em Nova York,
cuide do prêmio dedicado aos programas diurnos, esportivos, locais e
noticiários. A transmissão do Emmy dedicado aos programas de horário
nobre (primetime) acontece geralmente em setembro, no domingo anterior
ao início oficial da temporada de outono da TV.

Troféu: A estatueta mostra uma mulher alada segurando um
átomo. As asas representam a musa da arte enquanto o átomo simboliza a
ciência. O troféu foi criado por Louis McManus, que utilizou sua esposa
como modelo.

Votação: Todos os membros da Academia recebem cédulas para
votação nas categorias de melhor programa, enquanto grupos específicos
recebem cédulas em separado. Somente os afiliados da área de animação,
por exemplo, votam nos programas animados. O número de indicados não
pode ultrapassar 1/3 do total de inscritos na categoria. Para a votação
final, membros da Academia são convidados a formar o júri. Cada juiz
vota segundo sua categoria, ou seja, diretores votam somente nas
categorias de direção, atores nas categorias de atuação e assim
sucessivamente.

Edição em 2008: 60a. em 16/09

Calendário

Janeiro

22: Anúncio dos indicados ao Oscar
25: Anúncio dos indicados ao César
27: Cerimônia de entrega do SAG
30: Envio das cédulas de votação do Oscar para os eleitores

Fevereiro

4: Almoço dos indicados ao Oscar
10: Cerimônia de entrega do BAFTA
17: Festival de Berlim
19: Data final para a entrega das cédulas de votação do Oscar
22: Prêmios César
23: Cerimônia de entrega da Framboesa Dourada
23: Entrega do Independent Spirit Awards
24: Cerimônia de entrega do Oscar

Abril

30: Emmy para os programas esportivos

Maio

14: Início do Festival de Cannes

Junho

15: Emmy para os programas diurnos
15: Cerimônia de entrega do Tony

Julho

19: Anúncio dos indicados ao Emmy

Agosto

27: Início do Festival de Veneza

Setembro

16: Cerimônia de entrega do Emmy

Categorias:Entretenimento

Ninguém é perfeito

O segredo
revelado

Saraladevi foi o
grande amor de Mahatma Gandhi e sua esposa sabia muito bem disso, assim como
seus filhos.
Gandhi nao escondia de ninguem sua paixao por Saraladevi.

Pois é, o famoso
Mahatma Gandhi nao era santo e tinha até amante.




Amor Secreto de
Gandhi





 

O grande segredo de
Gandhi, segundo seu próprio neto Rajmohan Gandhi. Um segredo guardado a sete
chaves por seus familiares por quase 90 anos.

Gandhi não apreciava
a esposa por ela ser analfabeta e nunca ter ido a escola; e inclusive a
torturava psicologicamente como ele mesmo confessou em sua Autobiografia.
Assim sendo, era natural que Gandhi se apaixonasse por uma
mulher inteligente e educada, correto? Pois foi isso mesmo que aconteceu.

Gandhi apaixonou-se
por Saraladevi, sobrinha do poeta Tagore. Uma moça fina, bem educada e engajada
politicamente. Saraladevi era bengalesa, casada, escritora e musicista. Segundo
Gandhi, ela tinha uma voz " melodiosa".

Saraladevi encantava
a todos e era considerada a ‘Joana d’Arc de Bengala’ e a ‘deusa Durga que desceu
a terra’. Gandhi ficou fascinado por sua inteligência e beleza. A paixão de
Gandhi por Saraladevi foi tão intensa que diversas pessoas tentaram dissuadi-lo
a larga-la, inclusive seus próprios filhos!!

A moça era tão
cativante e encantadora que até mesmo Swami Vivekananda, de quem ela era
discípula, quis que ela o acompanhasse em sua viagem ao exterior. Mas ela não
foi.

Em 1919, enquanto o
marido de Saraladevi estava na cadeia, ela assumiu o editorial do jornal
Hindustan que
pertencia a ele. Nesta mesma época, Gandhi resolveu passar uma temporada em
Lahore (que fazia parte da Índia) e advinhe onde ele ficou hospedado??? Isto
mesmo, na casa de Saraladevi.

Logo após sua
chegada, Gandhi escreveu uma carta para Anasuyaben dizendo que "a companhia de Saraladevi era muito
atrativa e que ela cuidava bem dele".

Em 1920 Gandhi
considerou um "casamento espiritual" com
Saraladevi.

Saraladevi
acompanhava Gandhi aos comícios do Punjab onde ela discursava ou cantava. Ela
também tecia o próprio pano no tear manual e usava o que tecia segundo os
ensinamentos de Gandhi.

Quando Gandhi
regressou a Gujarat ele lhe escrevia cartas contando que sonhava com ela com
freqüência e que ela era uma grande shakti.

Em março de 1920 ela
foi visitar Gandhi em seu ashram e passar uns dias com ele. As pessoas do ashram
o criticaram pois ele passava muitas horas conversando com ela.

Gandhi era um homem
de notoriedade e muitas mulheres se apaixonaram por ele, no entanto sua esposa
Kasturba nunca se importou com isso. A única vez em que ela se afligiu e ficou
emocionalmente afetada foi com a longa historia entre Gandhi e Saraladevi.

Segundo seu neto,
Gandhi manteve Saraladevi deliberadamente fora de sua Autobiografia, pois Gandhi
confessou a seu amigo Sanger "It was so personal I did not put
it into my autobiography"
(Foi algo tão pessoal que eu não
coloquei em minha autobiografia).

Diversos amigos e
conhecidos queriam o fim do relacionamento entre Gandhi e Saraladevi. Seus
filhos, principalmente Devadas, tiveram que fazer diversas intervenções antes
que Gandhi finalmente desistisse do relacionamento. Os amigos e parentes de
Gandhi temiam que este relacionamento afetasse não somente sua vida pessoal como
também sua vida pública, leia-se, política.

No dia 23 de agosto
de 1920, Gandhi escreveu uma carta a Saraladevi, acabando com o relacionamento
Ela ficou inconsolável e exigiu uma explicação. A explicação veio somente em
dezembro do mesmo ano em forma de carta.

"I
have been analysing my love for you. I have reached a definition of spiritual
marriage. It is a partnership between two persons of the opposite sex where the
physical is wholly absent. It is therefore possible between brother and sister,
father and daughter. It is possible only between two brahmacharis in thought,
word and deed…

Have
we that exquisite purity, that perfect coincidence, that perfect merging, that
identity of ideals, the self-forgetfulness, that fixity of purpose, that
trustfulness? For me I can answer plainly that it is only aspiration. I am
unworthy of that companionship with you… This is the big letter I promised."

Em
1940, a
pedido de Saraladevi, Gandhi sugeriu que Dipak, (o filho de Saraladevi) se
casasse com Indira Gandhi (filha de seu amigo Jawaharlal Nehru), mas esta
sugestão não vingou.

Após a morte de
Saraladevi (1945) e de Gandhi (1948), Dipak, casou-se com Radha, neta de Gandhi.

Saraladevi e Gandhi
não puderam ficar juntos enquanto vivos, mas acabaram unidos pelo casamento do
filho de um com a neta do outro!!!

Categorias:Reflexões

Paranoid Net

18/01/2008 07:07

6 motivos para você ficar paranóico enquanto
navega

A verdade está aí – e seus dados também. Mesmo sem
helicópteros virtuais te seguindo, não significa que as pessoas não sabem quem
você é ou o que você está fazendo.

Para te ajudar a medir o nível
apropriado de histeria, classificamos cada ameaça em nosso Medidor de Paranóia,
utilizando uma escala de um a cinco. No caso de uma pontuação mais baixa, o
significado é "Não se preocupe, seja feliz". Já se o medidor atingir o número
máximo, a mensagem é "Fique com medo. Muito medo".

Paranóia nº 1: Seu chefe está te
vigiando

Razão nº 1: Privacidade e trabalho não combinam

Você já teve a sensação de que seu chefe está te espiando? Seu instinto está
certo. E quanto maior for a empresa, mais provável que ela monitore os e-mails,
comunicadores instantâneos e sites que os empregados acessam.

De acordo
com uma pesquisa de 2005 da American Management Association e do The ePolicy
Institute, a cada quatro empresas, três monitoram a navegação de seus
funcionários na web – e mais da metade rastreia seus e-mails.

Além
disso, a cada quatro empresas, uma declara ter demitido empregados por abuso de
e-mails, e outros 25% dispensaram seus funcionários por navegação inapropriada.

O maior problema é que as empresas aumentam a vigilância e
inevitavelmente coletam informações que não se relacionam ao trabalho dos
funcionários, e dá aos administradores a oportunidade de tomar decisões sobre
eles – contratar, demitir, promover, etc. – baseadas em critérios além da
qualificação e do desempenho profissional.

Paranóia nº 2: O Google sabe o que você pesquisou
no verão passado

Razão nº 2: Cobiçar seus dados pessoais é a ocupação desta
empresa

Há pouco tempo, o Google era apenas um querido mecanismo de
busca. Agora, ele é um monstro de dados – e suas informações pessoais são sua
carne.

A aquisição do DoubleClick deu nova luz à quantidade de dados que
a empresa controla – do histórico de buscas a e-mails, calendários, blogs,
vídeos e muito mais. A questão é: o que o Google irá fazer com esta vasta
quantidade de informações?

Há algo ainda pior: o Google
Desktop pode
representar um risco de segurança aos dados de seu disco rígido. Uma pesquisa de
junho do ano passado, do Ponemon Institute, mostra que mais de 70% acreditam que
o Google
Desktop ainda é vulnerável a ataques que usam scripts maliciosos em
múltiplos sites.

A solução? Tome cuidado sobre como você usa os produtos
do Google. Se duvidar, desconecte.

Paranóia nº 3: Há um fantasma em sua caixa de
entrada

Razão nº 3: Cada chamada pode ser uma conferência com o Tio Sam

Você se lembra quando a CIA era uma força escura, malevolente, que
se escondia nas sombras, grampeando os telefones e lendo as cartas pessoais de
norte-americanos? Bem, estes "fantasmas" estão de volta.

De acordo com
uma conta feita pelo jornal The New York Times, os chamados fantasmas estão combinando bilhões de gravações eletrônicas em
busca de padrões que possam identificar o comportamento de terroristas.

A Electronic Frontier Foundation, por exemplo, está processando a
AT&T por permitir que estes fantasmas acessem seus centros de dados, e o
governo está tentando cancelar o processo sob a afirmação de que estas
informações são segredo de Estado.

Paranóia nº 4: Hollywood quer te
exterminar

Razão nº 4: Aprisionar o último single do 50 Cent pode se
traduzir em tempo

Embora indústrias de música não estejam te
espionando, no caso da Recording Industry Association of America e a Motion
Picture Association of America, eles têm gente pra isso.

Especificamente
empresas como a BayTSP e a SafeMedia, estas se infiltram em redes P2P para
gravar os IPs dos "trocadores" de músicas, junto aos tipos e números de arquivos
que estão compartilhando. Um endereço IP não é uma prova positiva de sua
identidade, mas é o suficiente para a maioria dos processos civis.

Se
você não usa redes P2P, provavelmente está a salvo. Caso contrário, utilizar
redes anônimas de IP, serviços de web proxy ou conexões Wi-Fi abertas pode
tornar sua identidade muito mais difícil de traçar, segundo o tecnólogo da
Electronic Frontier Foundation, Peter Eckersley.

Em todo o caso, tendo
em vista diversos processos, é sempre bom ter o telefone de seu advogado em
mãos.

Paranóia nº 5: Seu provedor de internet sabe
demais

Razão nº 5: Logs detalhados de tudo que você já fez online

Sendo a porta de entrada para a comunicação pessoal na internet, as
empresas provedoras de internet poderiam criar logaritmos detalhados de tudo que
você já fez online: e-mails, navegação, comunicadores instantâneos e outros.

O potencial para utilizar estas gravações em investigações criminais (ou
algo pior) é grande, o que justifica alguns advogados pedirem uma lei que exija
que os provedores retenham os dados do usuário por um ano ou mais.

Paranóia nº 6: Você é seu pior
inimigo

Razão nº 6: Ter 185 milhões de amigos pessoais também tem seu
lado ruim

Quando a questão é compartilhamento de informações
pessoais (às vezes pessoais demais), muitas pessoas são seus próprios piores
inimigos.

Tudo bem publicar todos os seus dados online. O problema surge
quando, em uma grande entrevista de emprego, te pedem para explicar como você
foi parar em um vídeo constrangedor.

Aproximadamente um a cada cinco
contratantes olham uma rede social ao tomar decisões em uma seleção, segundo uma
pesquisa da rede social européia Viadeo. E com a proliferação destes sites, o
número tende a crescer.

"Em geral, as pessoas deveriam se preocupar mais
com a imagem que divulgam em sites como MySpace ou Facebook", diz o diretor da
Privacy Rights Clearinghouse, Beth Givens. "Cada vez mais empresas buscam estes
perfis, e você não vai querer parecer um bêbado na praia."

Ok, você é
maravilhoso – mas é preciso detalhar isto ao mundo? Talvez seja a hora de
considerar ser um pouco mais anti-social.

Giz

O executivo saiu do
escritório, encontrou a sua secretária no ponto de

 ônibus e caía a maior
chuva. Ele parou o carro e perguntou: *

 *- Você quer uma
carona?*

 *- Claro, respondeu ela,
entrando no carro.*

 *Chegando no edifício
onde ela morava, ele parou o carro para que ela

 saísse e ela o convidou
para entrar no seu apartamento. *

 *- Não quer tomar um
cafezinho, um whisky, ou alguma coisa?*

 *- Não, obrigado, tenho
que ir para Casa.*

 *- Imagine, o Sr. foi tão
gentil comigo, vamos entrar só um pouquinho*

 *Ele subiu, atendendo ao
pedido da moça.*

 *Ao chegarem no
apartamento, ele tomava seu drink enquanto ela foi
para

 dentro e voltou toda
gostosa e perfumada.Depois de alguns goless, quem
pode

 agüentar??? Ele caiu,
literalmente. Transou com a secretária e acabou

 adormecendo. Por volta
das 4:00 h da manhã, ele acordou, olhou no relógio
e

 levou o maior susto.Aí
ele pensou um pouco e disse à sua secretária: *

 *- Você me empresta um
pedaço de giz?*

 *Ela entregou-lhe o giz,
ele pegou, colocou atrás da orelha e foi pra casa.

 Lá chegando, encontrou a
mulher louca de raiva e ele foi logo contando.. *

 *- Quando saí do trabalho
dei carona para a minha secretaria, depois que

 chegamos no prédio onde
ela mora, ela me convidou para subir e me ofereceu

 um drink, em seguida, ela
foi para o banho e retornou com uma camisola

 transparente e muito
linda, e após vários goles acabamos indo para a cama
e

 fizemos amor, aí dormi e
acordei agora há pouco.. *

 *A mulher deu um berro e
falou:*

 *-Seu mentiroso sem
vergonha, estava no bar jogando sinuca com os seus

 amigos, nem sabe mentir,
até esqueceu o giz aí atrás da orelha… *

Categorias:Piadas

Tudo em um

iPhone e iPod touch devem ganhar emulador de Super Nintendo

Foi divulgado pelos desenvolvedores um vídeo com algumas imagens do
aplicativo em fase de desenvolvimento

SÃO PAULO – Está sendo desenvolvido para iPhone e iPod
Touch um emulador de Super Nintendo. O projeto ainda está na fase de testes,
porém o aplicativo deve ser disponibilizado ao público em breve. Com o emulador,
será possível jogar títulos do console que fizeram sucesso na década passada,
como F-Zero e Super Mario World, na tela do iPhone ou iPod
Touch. 

 Assista ao vídeo com imagens do emulador

Para os usuários mais ansiosos, os desenvolvedores do aplicativo poderão
recrutá-los como beta-testers em troca de algum donativo. Para saciar
a curiosidade dos milhares de usuários que aguardam o lançamento do programa,
foi divulgado um vídeo com algumas imagens do aplicativo em fase de
desenvolvimento.

Quadrinho também é cultura!

HQ & EDUCAÇÃO
Espírito
transformador e às vezes sobrenatural

Por Wemerson Augusto em 22/1/2008

As histórias em quadrinhos (HQ), com suas diferentes formas e técnicas de
expressão, atraem há tempos diferentes gerações e mídias. Nestes quase 130 anos
de existência nos meios de comunicação de massa, as manifestações quadrinísticas
sobreviveram à decolagem de muitas outras mídias e julgamentos atrapalhados.

No Brasil, a estréia da 9ª arte acontece em 1869, com o traço do italiano,
naturalizado brasileiro, Angelo Agostini. No desenho desse artista, nascem
As Aventuras de Nhô Quim. As narrativas visuais são com personagens permanentes
e questionadores dos valores da
monarquia da época. A arte, que é muito
diferente da qual o público conhece hoje, foi publicada originalmente
na
revista Vida Fluminense.

Experimento semelhante, com algumas diferenças ideológicas, foi lançado
nos Estados Unidos em 1895. Conhecido no Brasil como Menino Amarelo – Yellow Kid
– estampava dezenas de mensagens em sua roupa, com histórias incompletas e
sensacionalistas.

De lá para cá, muitas mudanças ocorreram no universo da linguagem
quadrinhográfica. Algumas adaptações foram motivadas pelos avanços tecnológicos,
outras por influências literárias. Acomodações que continuam construindo as HQ e
fazem delas algo ímpar e às vezes sobrenatural.

As brigas comerciais dos jornais New York World e New York
Journal
pelo uso da imagem do menino amarelado não existem mais. Agora, a
briga entre os meios de entretenimento é pelo público leitor. O Nhô Quim
também não se aventura mais. A monarquia, felizmente ou infelizmente, acabou.
Enfim, os tempos e os interesses são outros.

Aulas com quadrinhos

Seres quadrinizados migram para as telas de cinemas, literatura, jogos
eletrônicos, propaganda, exposições, festivais e shoppings. Baseados em pesquisa
de empatia, personagens típicos dos quadrinhos ganham o mundo da ficção e
principalmente de jovens e adultos apaixonados pela arte. Além de prestarem
serviços instrutivos em manuais técnicos e livros, através das
story-board e simulações de diversos contextos em jornais.

Mesmo com tantas utilidades, uma das maiores instituições de transformação da
sociedade, a escola, finge acreditar neste potencial cultural dos quadrinhos. De
forma superficial, muitos colégios aplicam exercícios com auxílio de revistas em
quadrinhos das principais editoras nacionais e internacionais.

No país são raros os experimentos verdadeiramente comprometidos para o
crescimento crítico do aluno, por meio da linguagem que o mundo vê, e a escola
faz de conta que enxerga. São muitos os educadores e ativistas culturais que
trilham este caminho e são arduamente interrogados com a seguinte questão:
"Assim ,eles vão querer ficar só lendo quadrinhos."

Então, não seria a hora de elaborar, entre muitas outras atividades, aulas
com personagens dos quadrinhos? Por que a imprensa, a indústria cinematográfica
e os meios de entretenimento servem-se com tanta freqüência desta
literatura?

Categorias:Reflexões

Reflexões de Carlos Brickman

NÚMEROS AO LÉU
A vida como
ela não é

Por Carlos Brickmann em 22/1/2008

Varia conforme o site, varia conforme a edição. Mas a quantia que o
presidente George Bush pretende injetar no mercado para evitar a recessão nos
Estados Unidos varia, de um noticiário para outro, de 130 a 150 bilhões de
dólares. Coisa pouca: os 20 bilhões de dólares a mais, ou a menos, são
aproximadamente a fortuna de Roman Abramovich, o dono do time do Chelsea, um dos
homens mais ricos do mundo. São suficientes para englobar a fortuna de uns vinte
Antônios Ermírios. E cobrem com facilidade a CPMF de um ano inteiro.

Só os números são confusos? Não! O correspondente do Washington Post
em Buenos Aires fez longa reportagem sobre a luta de dois sertanistas da Funai
para provar a existência do último índio de uma tribo em Roraima. Este índio,
diz a reportagem, se hospeda em grutas, vive sozinho e fala uma língua
desconhecida.

Fala com quem, cara-pálida? Se vive sozinho, quem é que o ouviu falar? Se nem
sua existência está comprovada, como se sabe onde dorme?

A matéria lembra um pouco aquele standard que costuma ser divulgado em
19 de abril, Dia do Índio: quando Cabral chegou ao Brasil, havia aqui cinco
milhões de índios. E quem os contou? Se hoje, saindo das cidades amazonenses, há
lugares em que só se chega após quatro ou cinco dias de barco, como recensear
naquela época, e sem sair da praia, os índios que viviam no Alto Rio Negro?

Razão cabe ao sábio Renato Pompeu, grande caráter, grande texto: para avaliar
a precisão do noticiário, leia alguma coisa que você testemunhou. É
terrível!


Os números, sempre

Agora foi a lavagem das escadas da igreja do Senhor do Bonfim, com 2 milhões
de pessoas – ou dois terços da população de Salvador. Os números continuam sendo
uma casca de banana no caminho dos jornalistas: como os meios de comunicação se
negam a medir o local das manifestações, acaba valendo o número mais
interessante para o promotor do evento. E haja milhões!

Bom, dá para fazer um cálculo aproximado sem medir o local do evento. Não é
tão preciso, mas já é alguma coisa. Observe as fotos e vídeos da largada da
maratona de Nova York, ou de Paris. É um monte de gente, muita, muita gente.
Mais tarde, a organização divulga o nome das pessoas que concluíram a maratona
(em número obviamente menor do que os que a iniciaram). Ali deve haver algo como
quarenta, cinqüenta mil pessoas. Um milhão é vinte vezes aquela multidão. É
gente demais – mais, com certeza, do que cabe na Avenida Paulista [ver "Sempre
cabe mais um milhão
"].


A vida e a morte

Primeiro surgiu a turma do "risco de morte", em vez do tradicional risco de
vida. Agora a coisa está evoluindo: há quem defenda a tese de que "risco de
vida" é uma expressão errada. Não, não é: nem literária, nem juridicamente. E,
se o jornalista Rogério Mendelski a utiliza, com certeza não está errada.

Tomemos na literatura a doença do momento: em O Cortiço, Aluísio
Azevedo escreve: "Delporto e Pompeo foram varridos pela febre amarela e três
outros italianos estiveram em risco de vida". Em Quincas Borba, de
Machado de Assis, há um "salvar uma criança com risco da própria vida".

Nos dicionários, veja Houaiss: "risco de vida". No Dicionário da
Língua Portuguesa Contemporânea
, da Academia de Ciências de Lisboa, "risco
de vida" e "perigo iminente de morte" são tratadas como expressões
equivalentes.

Juridicamente, diz o Código de Ética Médica: "em iminente risco de vida". E
há as Gratificações por Risco de Vida.

Quem quiser falar em risco de morte, sinta-se à vontade. Está correto. Mas
risco de vida é tão correto quanto – e muito mais tradicional.

Categorias:Reflexões

Pode ou não filmar?

FLASHES NA AUDIÊNCIA
Justiça discute se imagem do réu está sujeita a sigilo

Por Débora Pinho em 22/1/2008
Reproduzido do Consultor Jurídico,
18/1/2008

Os limites da imprensa para divulgar imagens de audiências em que os
processos correm em segredo de justiça passaram a dividir opiniões recentemente.
A questão central girou em torno da necessidade da aplicação do sigilo nas ações
judiciais que despertam o interesse público. O cenário que gerou a discussão no
mundo jurídico foi o Fórum da Comarca de Cuiabá, em Mato Grosso.

No dia 11 de janeiro deste ano, o juiz Rondon Bassil Dower Filho, da 4ª Vara
Criminal de Cuiabá, deu voz de prisão aos cinegrafistas Belmiro Dias, da TV
Record; Marcos Alves, da TV Centro América, filiada da Rede Globo; e ao
fotógrafo Otmar de Oliveira, do jornal A Gazeta. Eles tentavam registrar
imagens da audiência em que prestavam depoimentos acusados de formação de
quadrilha e corrupção ativa e passiva dentro da 2ª Vara Criminal do Fórum de
Cuiabá.

O caso é famoso. Servidoras e ex-estagiários respondem à acusação de que
montaram um esquema ilegal no Fórum para agilizar o trâmite de processos de
presos. A ex-escrevente, Beatriz Árias, condenada como co-autora pela morte do
juiz Leopoldino Marques do Amaral, é uma das rés. Ela é acusada de intermediar
as negociações com advogados.

O cerne da questão é o segredo de justiça decretado no processo. Depois de
mais de 40 minutos de audiência, os cinegrafistas e o fotógrafo passaram por uma
ante-sala que estava sem funcionários para dar informações sobre a possibilidade
de se fazer imagens no local dos depoimentos. Como a porta onde acontecia a
sessão estava aberta, eles tentaram fazer as imagens. O juiz deu voz de prisão a
eles, que somente foram liberados depois de assinar documento comprometendo-se a
não divulgar as imagens.

Vozes e imagens

A possibilidade de divulgação de imagens e vozes em audiências, cujos
processos correm em segredo de justiça, levantou uma questão de Direito: a voz e
a imagem das pessoas estão em segredo de justiça assim como o processo?

Uma corrente jurídica defende que sim. Afirma que não pode ser gravada nem a
voz nem a imagem dentro das audiências porque aqueles atos são sigilosos e fazem
parte da tramitação do processo. Gravações somente podem ser feitas na entrada e
na saída, mas não nas salas de audiências.

Outra corrente afirma que apenas a voz não pode ser gravada, mas a imagem
sim. Essa corrente considera que o processo e as vozes, que são transcritas para
integrar os autos, fazem parte do sigilo judicial. E existe ainda quem defenda
que as imagens podem ser divulgadas desde que entregues por uma fonte.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, considera que
nem mesmo filmagens ou fotografias podem ser permitidas nos locais de audiências
sigilosas. Os motivos são simples. Nas filmagens, há áudios que podem ser
reproduzidos posteriormente na TV. E fotógrafos podem narrar os fatos para um
jornalista reportar no jornal. Dessa forma, para o ministro, o segredo perderia
o significado. Entretanto, os acusados podem ser filmados fora do ambiente em
que são interrogados.

O presidente da OAB de Mato Grosso, Francisco Faiad, também advogado do
Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso, afirma que não haveria prejuízos para
o processo se as imagens fossem feitas no Fórum. "Bastava o juiz paralisar o
interrogatório enquanto eram feitas as imagens. Depois, pediria para os
cinegrafistas e fotógrafo saírem e prosseguiria a audiência", explica o
presidente da OAB.

O advogado das Organizações Globo, Nilson Jacob, especialista em crimes de
imprensa, entende que não podem ser feitas filmagens, fotos e gravações de
audiência cujo processo corre em sigilo. "Entretanto, o material pode ser levado
ao ar se for obtido por outras fontes posteriormente", ressalva. Para Jacob,
"não há nenhum crime nesse caso porque a proibição vale apenas durante a
audiência ou o julgamento". O problema de filmar, gravar ou fotografar os fatos
na hora é que os réus e testemunhas podem ficar constrangidos, explica
ele.

O segredo

A necessidade de o caso tramitar em sigilo e a falha administrativa do Fórum,
que não tinha nenhum servidor para advertir os cinegrafistas e fotógrafo sobre a
proibição das imagens, são alguns dos pontos que merecem reflexão. Afinal, se a
audiência era privativa, a porta não deveria nem mesmo estar aberta. E o mínimo
que se espera de um órgão público é que haja funcionários para prestar
informações ao público. "O próprio juiz reconheceu que não houve dolo porque não
havia funcionários para informá-los sobre o segredo de justiça nem um aviso.
Eles não terão de responder por isso", explica Faiad.

É importante lembrar o que diz o artigo 93, inciso IX, da Constituição
Federal: "Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação".

O ministro Carlos Ayres Britto, do STF, tem a tendência de privilegiar sempre
em seus julgamentos mais a informação do que o sigilo. Para tanto, tem como base
o trecho final do artigo 93. Ele tem entendido que o sigilo é exceção. A regra é
a transparência dos autos. O ministro Marco Aurélio e o vice-presidente do
Supremo, Gilmar Mendes, pensam da mesma forma. Sempre enfatizam o interesse
público.

No entanto, Gilmar Mendes é cauteloso quando o assunto é segredo de justiça.
Ele considera perigoso criar algum tipo de imunidade para jornalistas por causa
da projeção que se pode atingir. Em tese, se houvesse tal imunidade, seria
aberta brecha até mesmo para os profissionais contratarem alguém para
bisbilhotar conversas telefônicas. "Liberdade de imprensa tem limites. No estado
de direito, não há soberanos. Todos estão submetidos às regras", diz ele. No
entanto, Gilmar Mendes reconhece que a imprensa não pode ser impedida de
noticiar fatos em segredo de justiça se os documentos lhe são enviados, por
exemplo, ou se chega à informação de outra forma. É o que ele chama de acesso
livre aos fatos.

Ecos

Depois do episódio, representantes de advogados e desembargadores
manifestaram solidariedade aos cinegrafistas e fotógrafo. O presidente do
Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Paulo Lessa, emitiu nota para lamentar o
fato. "Estamos trabalhando intensamente pela construção de uma Justiça mais
acessível, efetiva e transparente e a imprensa tem papel fundamental nesse
processo", afirmou. A OAB considerou "desproporcional" a medida adotada pelo
juiz.

Nesta sexta-feira (18/1), o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso divulgou
nota em que repudia o acontecimento [ver abaixo]. A nota deve ser enviada
ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso e ao Conselho Nacional de Justiça.

Categorias:Pense Direito

Neologismos do futebol

FUTEBOL & NEOLOGISMOS
O debate desfocado dos estrangeirismos

Por Deonísio da Silva em 22/1/2008

Narradores e comentaristas de futebol deram, ao longo de décadas, uma
preciosa lição de língua portuguesa. Aceitaram os inevitáveis neologismos de um
esporte cujo berço foi a Inglaterra, mas adaptaram os vocábulos estrangeiros.
Nas seções dos jornais – "Há Cinqüenta Anos" –, é possível rastrear as
alterações havidas na viagem das palavras.

Assim, goal virou gol; goal keeper, depois keeper,
quíper e, por fim, goleiro.

Beque chegou a ser escrito backbacck e backs nas
revistas A Cigarra e Fon-fon – até consolidar-se como beque, ao
ser acolhida esta forma pelo Dicionário Aurélio, já na década de 1970.

Mais tarde, foi substituído pelo espanhol zaguero, depois adaptado
para o português zagueiro, desdobrado em quarto-zagueiro e zagueiro-central.

Há apenas algumas décadas, foram introduzidas as variantes ala e lateral, de
que são exemplos lateral-direito e lateral-esquerdo. O ala, provável
contribuição do técnico Cláudio Coutinho, mudou a designação de lateral porque
ele queria que os laterais avançassem e os pontas recuassem para ajudar a
defesa, invertendo posições, como Zagalo – hoje Zagallo, por opção própria – já
tinha feito na Copa de 1958.

Mídia não era arrogante

Hoje, é comum que os narradores digam que o time tal vai jogar com dois
volantes, mas nos primórdios do futebol foi apenas um e era conhecido como
center-half. O centroavante já foi center-forward quando os
cinqüentões de hoje eram meninos.

Sou a favor de que seja discutido o projeto do deputado Aldo Rebelo. Algo tem
que ser feito para coibir os abusos, para sinalizar que a língua portuguesa tem
dono, que não são os gramáticos, mas o povo.

O Prêmio Nobel de Literatura José Saramago, que não pode ser considerado
ortodoxo em matéria de gramática da língua portuguesa, cada vez que vem ao
Brasil espanta-se com a enxurrada de neologismos dispensáveis, às vezes em
estado bruto, sequer adaptados à língua portuguesa. As empresas aéreas, por
exemplo, continuam escrevendo ticket em vez de tíquete ou bilhete.

Alguns podem objetar que não foi necessária lei alguma para que as adaptações
fossem feitas no futebol. É verdade, mas naquele tempo a mídia não era arrogante
e, humilde, pelo menos no campo do futebol, ia acolhendo os registros
populares.

Já não se aprende a ler…

Hoje o quadro é diferente. A mídia já tentou impor play-offs em vez de
semifinal e final, tão brasileiras, por influências do tênis, que, aliás, já foi
grafado tennis.

Há exemplos da ditadura da mídia em outros campos, tal como song book,
na música, em lugar da bela palavra, genuinamente portuguesa, cancioneiro.

Há também outras distorções. Os telejornalistas já não nos desejam os
tradicionais cumprimentos de bom-dia, boa-tarde ou boa-noite, mas apenas
variações ridículas do exagero, tomado como medida usual. Assim, ótimo dia,
excelente tarde e excelente noite entraram como insolentes curingas nesse
estranho torneado da nova língua portuguesa que querem nos impor. Naturalmente,
em inglês dirão good morning, pois a língua inglesa respeitam!

E que faz a escola? Ensina a língua portuguesa com métodos e bibliografias
que estão levando ao rebaixamento e ao descalabro em que nos encontramos: já não
se aprende a ler nem a escrever nas primeiras séries do ensino fundamental.

Foi neste contexto que surgiram os colunistas especializados em língua
portuguesa. Alguns deles se dizem professores, mas também neste caso a
designação é problemática.

Notícia apressada

TSE & ESCOLARIDADE DO ELEITOR
Obra-prima do jornalismo apressado

Por Venício A. de Lima em 22/1/2008

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vem divulgando, ao longo desse mês de
janeiro, diferentes informações sobre os eleitores brasileiros consolidadas para
dezembro de 2007. Na quarta feira (16/1), foi a vez da escolaridade do eleitor.
Trata-se de dados de grande interesse público, sobretudo para políticos,
partidos e outras entidades envolvidas no processo eleitoral no ano em que serão
realizadas eleições municipais em todo o país.

Como não poderia deixar de ser, houve repercussão imediata na grande mídia. O
principal telejornal da televisão brasileira, o Jornal Nacional da Rede
Globo, deu matéria com a chamada "Mais de 6% dos eleitores brasileiros são
analfabetos", seguida do texto:

"Mais da metade dos eleitores brasileiros não completou o ensino fundamental.
O levantamento do Tribunal Superior Eleitoral mostra ainda que mais de 6% são
analfabetos e pouco mais de 3% têm formação universitária. O Nordeste concentra
o maior percentual de eleitores com baixo grau de escolaridade: 70% não
completaram o ensino fundamental."

No dia seguinte (17/1), os principais jornais de referência nacional
trouxeram matéria sobre o assunto com os seguintes títulos:

** O Globo: "Maioria dos eleitores tem baixa
escolaridade"

** Folha de S.Paulo: "51% dos eleitores não têm ensino
fundamental"

** O Estado de S.Paulo: "57,96% dos eleitores têm baixa
escolaridade"

** Jornal do Brasil: "Eleitores têm baixa
escolaridade"

** Correio Braziliense: "Eleitores estudaram pouco"

O enquadramento predominante nas matérias salientava o "quadro dramático" da
baixa escolaridade dos eleitores brasileiros, expresso no fato de que a maioria
deles "não conseguiu sequer completar o ensino fundamental" e também nas enormes
desigualdades regionais.

No Estadão e no Correio há também a opinião de dois cientistas
políticos – versão impressa dos fast-thinkers de Pierre Bourdieu –
interpretando os dados do TSE como indicadores de que "cria-se um ambiente
pavimentado para quem quiser se eleger, se aproveitar" e de que "esse tipo de
eleitor [de baixa escolaridade] é mais suscetível à barganha. Qualquer
oferta de tijolos, telhado, qualquer favor pode influenciar" (sic).

Jornais comeram mosca

É necessário, no entanto, que se façam qualificações importantes sobre os
dados do TSE e, sobretudo, sobre a forma de sua divulgação pela grande
mídia.

1. Primeiro, o leitor atento deve ter observado que nas matérias
de quatro dos cinco jornalões brasileiros – O Globo não julgou necessário
incluir a informação – havia, apenas de passagem, uma advertência fundamental
feita pelo próprio TSE: "os dados podem apresentar defasagens porque a
escolaridade foi declarada no ato do alistamento".

O que isso significa exatamente?

Ao contrário das informações sobre faixa etária, atualizadas anualmente a
partir da data de nascimento do eleitor, a escolaridade para o TSE continua a
ser aquela declarada quando se faz o alistamento eleitoral. Quem se alistou com
18 anos (até 1988) ou com 16 (desde a Constituição de 1988), quando – no limite
– se alcançava o 2º grau (hoje, ensino médio), mesmo que tenha prosseguido nos
estudos (concluído o ensino médio e/ou o superior) aparecerá nas estatísticas
com a escolaridade declarada no alistamento, salvo se procurar o TSE para
atualização dos dados. Vale dizer, os dados do TSE sobre escolaridade do eleitor
são apenas indicativos, não podem ser considerados como
estatisticamente confiáveis
.

Ao analisar as eleições presidenciais de 2006, o sociólogo Marcos Coimbra,
diretor do Instituto Vox Populi, atribui às mudanças nos padrões de escolaridade
a primeira e mais fundamental razão para a inadequação do modelo de "formação de
opiniões" que prevalece entre nós. Valendo-se de dados do censo do IBGE e da
PNAD, ele comenta que…

"…na nossa primeira eleição presidencial moderna, apenas 20% dos eleitores
tinha mais que o primeiro grau. Hoje, ultrapassam os 40%. Inversamente, a
parcela com baixíssima escolaridade caiu de perto de 60%, para cerca de um terço
do eleitorado. Em termos absolutos, tivemos, em 2006, mais de cinqüenta milhões
de eleitores com, pelo menos, parte do segundo grau, com ele completo ou com
acesso à educação superior, contra apenas dezoito milhões em 1989, nas mesmas
condições". [cf. quadro abaixo e Marcos Coimbra, "A mídia teve algum papel
durante o processo eleitoral de 2006?" in V. A. de Lima (org.); A mídia nas
eleições de 2006
; Perseu Abramo, 2007).


Escolaridade do Eleitorado – Brasil 1989 e 2005


BRASIL


1989


2005


Escolaridade


Absoluto


%


Absoluto


%


Até 4ª série


48741633


56%


47136619


36%


De 5ª a 8ª série


19837525


23%


32087755


24%


Médio


11981801


14%


37626761


29%


Superior


6052157


7%


14424707


11%

Fonte: IBGE/PNAD-1989/2005.

Da mesma forma, a sexta edição do Indicador de Alfabetismo Funcional
(INAF/Brasil), estudo realizado pelo Ibope em parceria com o Instituto Paulo
Montenegro e a ONG Ação Educativa, divulgado em dezembro de 2007, revela
significativo avanço em termos de alfabetismo funcional (ver quadro abaixo).


Evolução do Indicador de Alfabetismo
Funcional


RESPOSTA


TOTAL


2001-2002


2002-2003


2003-2004


2004-2005


2007


BASE


12.006


4.000


4.000


4.002


4.004


2.002


Analfabeto


11%


12%


13%


12%


11%


7%


Rudimentar


26%


27%


26%


26%


26%


25%


Básico


37%


34%


36%


37%


38%


40%


Pleno


26%


26%


25%


25%


26%


28%


Analfabetos funcionais


37%


39%


39%


37%


37%


32%


Alfabetizados funcionalmente


63%


61%


61%


63%


63%


68%

As conclusões do estudo indicam:

"Reduz-se a proporção de indivíduos classificados como analfabetos absolutos
e no nível rudimentar de alfabetismo (equivalente, neste ano, a 7% e 25% da
população na faixa etária pesquisada, ante 12% e 27% nas primeiras edições do
INAF em 2001/2002). Já os níveis básico e pleno têm crescido solidamente: de 34%
para 40% e de 26% para 28%, respectivamente no mesmo período. Esta evolução pode
ser associada à crescente escolarização da população brasileira, que aumentou
significativamente nas últimas décadas. A parcela de crianças e adolescentes
entre 7 e 14 anos freqüentando a escola, por exemplo, praticamente se
universalizou, graças ao maior acesso e permanência na escola" [ver
aqui
].

Como se vê, ao não questionarem os dados do TSE e não contextualizá-los em
perspectiva histórica, os jornalões deixaram de perceber que a grande notícia
sobre a escolaridade dos eleitores no Brasil é o seu formidável avanço nos
últimos anos e, inclusive, as importantes implicações desse avanço já observadas
no comportamento eleitoral.

Leitura do mundo

2. Um segundo ponto que o leitor deverá ter observado é que,
embora as matérias dos jornalões (e do JN) se refiram ao fato da maioria
dos eleitores não haver conseguido completar o "ensino fundamental", não existe
nelas qualquer explicação sobre o que seja ensino fundamental. Na verdade, desde
2006 (Lei nº 11.274), o artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
passou a ter a seguinte redação:

"O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na
escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a
formação básica do cidadão, mediante: I – o desenvolvimento da capacidade de
aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do
cálculo; II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político,
da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III – o
desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV – o
fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de
tolerância recíproca em que se assenta a vida social."

O ensino fundamental completo, portanto, se refere hoje ao que antigamente se
chamava de 1º grau, acrescido de mais um ano, isto é, um ano do antigo
pré-primário, todo o antigo curso primário mais o antigo ginásio. Não é apenas
saber ler e escrever, é muito mais do que isso.

3. Terceiro, e talvez mais importante, o leitor atento haverá
notado que as matérias dos jornalões não fazem qualquer diferença entre
escolaridade e capacidade cognitiva, de análise, do eleitor.
Independente do fato de que a escolaridade se relaciona positivamente com maior
articulação do pensamento e capacidade crítica, a ausência de instrução formal
não pode ser identificada, sem mais, com a incapacidade de pensar e raciocinar
de forma independente. O que se viu nas eleições de 2006, aliás, foi exatamente
o contrário.

Desde a década de 1960, nosso maior educador, Paulo Freire, já chamava
atenção para o fato de que mais importante do que ser alfabetizado, isto é,
saber ler e escrever, era saber "ler o mundo". Aliás, Freire mostrou que, muitas
vezes, o processo de alfabetização formal (do tipo "Pedro viu a asa; a asa é da
ave" e "Eva viu a uva") dificulta a aprendizagem da leitura do mundo, ao
contrário de facilitá-la.

No mundo contemporâneo, a escola e a educação formal fornecem apenas parte do
imenso conjunto de informações de que cada um de nós necessita para fazer o
sentido do mundo, compreendê-lo e tomar as decisões do dia-a-dia, inclusive nos
processos eleitorais.

Jornalismo apressado

No final das contas, as matérias sobre os dados divulgados pelo TSE revelam a
pobre qualidade do jornalismo que, infelizmente, tem prevalecido na grande mídia
brasileira: não se questionam nem se contextualizam as informações. Esse
jornalismo apressado e pouco profissional, além de desrespeitar e
informar mal ao leitor, certamente contribui para distanciar, ainda mais, a
mídia brasileira de seu principal papel, que é servir ao interesse
público.

Categorias:Reflexões

Da Série: Esse povo me mata de vergonha…

Vereador faz ‘sessão de exorcismo’ em Pelotas-RS
Agência Estado

O vereador Cláudio Roberto dos Santos Insaurriaga (PV), mais conhecido como
Cururu, de Pelotas, na região sul do Rio Grande do Sul, tentou nesta terça-feira
desfazer um "trabalho de magia negra" contra os vereadores, depois de se
aconselhar com especialistas no assunto. Cururu transformou uma reunião em
plenário da Câmara Municipal em sessão de exorcismo.

Vestido com uma
túnica branca, uma coroa de espinhos e um crucifixo no peito, ele afirmou que
desfazia um ritual contra os parlamentares. A bruxaria citada por Cururu foi a
aparição de um pequeno caixão preto com sete bonecos dentro, cinco dos quais com
fotos de vereadores, e todos espetados com alfinetes, na quinta-feira, no porão
do prédio da Câmara.