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Archive for setembro \30\America/Sao_Paulo 2006

Tapa na pantera e nas antas psicotrópicas

Sábado, 30 de

setembro de 2006


Tapa no mico dos manconheiros

Leo
Martins

30.09.2006 |  Devo ter sido o último panaca a
assistir ao tal “Tapa na pantera” e, se não estou completamente louco, os
velhos maconheiros – ô, raça! – devem estar morrendo de vergonha do vídeo
sensação do You Tube. São três minutos e trinta e seis segundos de piadas bocós
sobre efeitos colaterais consagrados da canabis sativa – risadas incontroláveis,
disritmia e lapsos de memória, por exemplo – interpretadas por uma senhora
porra-louca com um cachimbo na mão e nada, absolutamente nada na cabeça. É um
espetáculo tão degradante do ponto de vista dos neurônios da protagonista, que
todo pai deveria mostrar “Tapa na pantera” aos filhos, a título de advertência:
“Olha aí como fica uma pessoa que fuma maconha”. Chocante!

Mas o que mais
me chocou no imenso interesse (quase 1,5 milhão de visitas na Internet) que essa
besteirada despertou no público – jovem, pressuponho – foi a repentina admiração
pela atriz que faz papel de doidona na fita. Os comentários estão por aí, na
blogosfera: “Nunca havia ouvido falar dessa Maria Alice Vergueiro mas já sou seu
fã de carteirinha”; “Ela virou uma musa cult com esse vídeo”; coisas assim, como
se a personagem em questão fosse a ex-mulher do Lobão da vez.

Maria Alice
Vergueiro, todo maluco do tempo do onça sabe, é infinitamente mais cult e doida
do que imagina a turma da pantera. É uma espécie de Fernanda Montenegro
underground do teatro brasileiro, conhecida por emprestar a suas personagens um
inequívoco sotaque pessoal. Não escapa disso em “Tapa na pantera”, mas é bom
lembrar que a velha maluca que estourou na web não chega aos pés de sua
intérprete. Maria Alice estreou no Teatro de Arena dirigida por Augusto Boal;
montou “Gracias señor” e “O rei da vela” com José Celso Martinez Corrêa, no
Oficina; “O Casamento do pequeno burguês” e “A Ópera do malandro”, com Luís
Antônio Martinez Corrêa; com Cacá Rosset, Elba Ramalho e de novo o queridíssimo
Luiz Antônio Martinez Corrêa encenou “Teatro do Ornitorrinco canta Brecht e
Weill” em 1977, no Teatro Tablado. Meninos, eu vi!

Maria Alice Vergueiro
fez o diabo: “Galileu Galilei” no exílio, Brecht a dar com pau, Samuel Beckett,
Gerald Thomas, August Strindberg, fez também a cabeça de muito maluco na Escola
de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, ECA/USP, atuou nos porões
do Oficina…

Acho o máximo que, aos 71 anos de idade, ela esteja ainda
em forma para falar bobagens em vídeo de jovens maconheiros, mas é muito triste
vê-la ficar conhecida por isso. Tanto suor, entrega e sofrimento, tudo pela arte
de vanguarda, para no final descobrir-se reconhecida no papel de maconheira de
circo. Tão ou mais patético quanto Cacá Rosset no papel de comentarista de
programa de auditório, como o tenho visto a pagar mico ultimamente.

Que
diabos está acontecendo com o Brasil, que deixa suas cabeças mais loucas e/ou
pensantes terminarem assim? E não é só no meio das artes, não! A política está
repleta desses casos: homens que pegaram em armas contra a ditadura agora pintam
os cabelos e posam de papagaio de pirata para pedir o seu voto. Não é o caso do
Gabeira, único cara que permaneceu fiel a uma pauta alternativa em defesa da
vida, mas ele também deu agora para bancar o caçador de corruptos desfilando
pelo Congresso com aquelas gravatas na altura do pinto. Por essas e por outras é
que o mundo dos maconheiros está essa avacalhação danada.
[

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Categorias:Saúde e bem-estar

Como votar no domingo

Encontro com a urna

Confira as regras que o eleitor deve seguir ao votar

No dia das eleições, o eleitor tem de obedecer a algumas regras
para exercer o direito ao voto. Veja quais são elas:

Local, horário e documentação

O eleitor deve comparecer à seção eleitoral, entre 8 e 17 horas,
com o título eleitoral ou qualquer documento de identificação oficial que
contenha foto — pode ser carteira de identidade, carteira de motorista com foto
ou carteira profissional.

Quem não souber onde fica a seção pode consultar a página do
Tribunal Superior Eleitoral na internet, no seguinte caminho: “Serviço ao
Eleitor” — “Consulta ao Título de Eleitor e Local de Votação”. Dentro dessa
opção, o eleitor deve digitar os 11 números do título eleitoral e, abaixo deste,
um código de segurança com seis caracteres do TSE para saber o exato local onde
terá de votar.

Celulares

Para garantir o sigilo do voto, o eleitor não poderá fazer uso de
telefone celular na seção eleitoral, nem de qualquer equipamento de
radiocomunicação ou qualquer outro que venha a comprometer o sigilo. (Resolução
22.144, artigo 50, item VIII).

Vestuário

Não há regra específica na lei eleitoral sobre os trajes
permitidos ao eleitor para ter acesso à seção de votação. No entanto, o eleitor
deve seguir o bom senso e evitar usar trajes que possam ser considerados
ofensivos ao pudor e aos costumes. De acordo com o artigo 140 do Código
Eleitoral, o presidente da mesa, durante os trabalhos, é a autoridade superior e
pode retirar da seção quem não guardar a ordem e a compostura devidas e praticar
qualquer ato atentatório da liberdade eleitoral.

Na sessão da última quarta-feira (20), o TSE firmou entendimento
de que o eleitor pode usar camisetas, bonés ou broches, bem como adesivos em
veículos, com menção a candidatos no dia da votação. Mas a manifestação deverá
ser individual e silenciosa.

Além disso, continua valendo a regra do parágrafo 4º, do artigo
8º, da Resolução 22.261/2006, que proíbe, na campanha eleitoral, a confecção ou
distribuição por comitês ou candidatos de brindes ao eleitor.

Os partidos podem vender camisetas e demais adereços com
propaganda exclusivamente institucional da legenda, sem referência a candidatos
ou siglas.

Ordem de votação

Após se identificar junto ao mesário e for autorizado a votar, o
eleitor escolherá os candidatos na seguinte ordem: deputado federal, deputado
estadual, senador, governador, presidente da República.

Resultados

Após as 17 horas, horário de encerramento de votação,
respeitando-se o horário do estado, os eleitores já poderão acompanhar a
apuração dos resultados no site do TSE, por meio do programa Divulga2006, bem
como em sites dos parceiros do tribunal na divulgação.

A divulgação dos votos para presidente da República só terá início
às 19 horas, devido à diferença de fuso horário. Nesse horário, cerca de 30% dos
votos estarão apurados.

Revista Consultor Jurídico, 30 de setembro de
2006

Mais uma de Cicarelli

Das milhares de piadas que recebi da Cicarelli, vale ressaltar duas:

Bundown: o bronzeador que não te deixa queimar seu filme e não sai na água nem fudendo!!!

Ford Cicarelli: Ford na cidade, Ford no campo, Ford até na praia!!!

Inté.

Categorias:Piadas

A matemática do voto iludido

Eleitor vai votar em candidatos hábeis em iludir e misteriosos sobre o que farão, eleja-se quem for

Se o cidadão soubesse da missa a metade talvez fosse mais compreensivo sobre as limitações dos governos

29.09.2006 – 21:48

Antonio Machado

Com o debate entre os presidenciáveis na quinta à noite se fechou uma
campanha presidencial em que o mais palpitante que se ouviu do
candidato desafiante em relação à decisiva questão do crescimento da
economia é “trabalhar, trabalhar, com planejamento e gestão”, e do
presidente que pede bis, nada além dos auto-elogios ao que diz que fez
– quase tudo, segundo ele, “nunca antes feito neste país”.

Assim estamos, e se ainda não deu Lula lá é porque a truculência de
seus amigos sindicalistas criou uma esperança de tira-teima no segundo
turno que os tucanos de Geraldo Alckmin, a rigor, suaram muito pouco
para merecê-lo. Não fosse o escândalo do dossiê fajuto armado pela
delinqüência petista contra José Serra – virtualmente eleito governador
de São Paulo meio como compensação à puxada de tapete que Alckmin e
cardeais do PSDB lhe aplicaram quando estava bem cotado pelo eleitor
para tentar ir à forra contra Lula -, e a eleição de 2006 acabaria como
começou: insípida e inodora, assim como o chuchu, ironicamente, o
apelido pespegado em Alckmin.

Como dos Ibope, Datafolha e Vox Populi pode-se esperar impressões
mas nunca certezas, só domingo à noite se saberá se será para já ou
para 29 de outubro o anúncio de quem nos governará até 2010. O que está
absolutamente certo é que o eleito tomará posse envolto em denso
mistério sobre o que fará nos próximos quatro anos.

Quer exemplos? Que tal esse? Segundo a consultoria McKinsey, uma
das maiores barreiras ao crescimento econômico graúdo do país é o
gigantesco tamanho da economia informal, da ordem de 40% do PIB. Muitas
empresas sonegam os impostos, ignoram os regulamentos de segurança e
qualidade e infringem direitos autorais, tomando o mercado dos honestos
e mais eficientes.

Qual a solução de Lula e Alckmin para combater estas fraudes, que
não são monopólio de camelôs? Ao contrário, nelas têm de tudo: de
multinacionais a respeitáveis logotipos da indústria nacional. Não
sabe? Nem eu.

“Mas isto é fácil resolver”, alguém pode alegar. “Basta reduzir
impostos para o preço cair e o lucro do pirata deixar de compensar o
risco da ilegalidade.” Brilhante! E sem ironia. É mesmo o que há para
fazer. Então, vá a Brasília, no Congresso, e comece a cobrar os
parlamentares: toda semana, há meia dúzia de novas proposituras para
criar despesas públicas. Dizer o que cortar sobre o que já se gasta
para encaixar a nova despesa ninguém se dá ao trabalho.

Só bilhão e trilhão

E olhe que o Estado, do presidente aos prefeitos, já gasta 42% do
PIB, aí por baixo (coisa de R$ 850 bilhões), cobra de todo nós 38% de
impostos (R$ 769 bilhões), o que deixa um vermelho no orçamento de 4%
(R$ 81 bilhões), que a cada ano vai inchar a dívida pública de 50% do
PIB, arredondando (R$ 1 trilhão. Trilhão, eu disse). Mas já foi maior.
Bruta, ou seja, excluindo o que os estados devem ao governo federal – e
não faltou candidato a governador prometendo ir a Brasília, se eleito,
pedir um beiço – é brutal: vai a 72% do PIB, R$ 1,458 trilhão.

É sobre essa dívida que incidem os juros do Banco Central, de
14,25% ao ano, atualmente. Ela custa ao país a bagatela de 8% do PIB,
R$ 162 bilhões. Quando foi mesmo que Lula ou Alckmin discutiu tais
números com você? Hem? Não ouvi…

Dinheiro mal gasto

Se o Tesouro pagar muito menos que os juros reais do BC, digamos,
8% ao ano, para rolar esse Everest de dívidas, pode ficar falando
sozinho. O credor topa aceitar menos. Desde que veja o devedor em
situação de força, o que implica agir como uma empresa saneada e em
crescimento: endivida-se não para pagar os excessos de gastos correntes
(em salários, instalações suntuosas) ou dívidas antigas, mas para
crescer com mais força.

Ao governo falta esta situação. Toma dinheiro bom para bancar gasto
ruim que não volta sob a forma de mais empregos e serviços públicos
padrão nota 10. Discutiu-se isso na campanha eleitoral? Nem nos planos
(de ficção) de governo.

Ocultando coisa ruim

Pegue-se o déficit da Previdência: está estimado em R$ 41 bilhões e
deve ser maior. De onde vem a maior parte do dinheiro que paga o rombo?
Da verba que o orçamento federal destina para a assistência social e a
saúde, como manda a Constituição, que também diz que os benefícios
previdenciários são pagos apenas pelas contribuições de segurados.
Quimera. É o mais grave problema fiscal do país. Qual candidato se
referiu a ele? É isso que faz da eleição uma loteria.

Se o cidadão soubesse da missa a metade é provável que fosse mais
compreensivo sobre as limitações dos governos. Quer receber mais do
Estado? Então, pagará mais impostos. Assim é a vida, que o político,
porém, só faz ocultar, como se quisesse poupar o coitado do eleitor de
coisas ruins.

Tanto nos pouparam que acabaram com a poupança popular, seja a do
orçamento de receitas e despesas dos governos, seja a que fazemos.
Afinal, sobra o que, depois de pagar 67% de carga tributária na conta
da luz, mais de 30% no carro zero (7% nos EUA), mais de 20% nos
remédios, 15% a 30% nos alimentos?

É o preço que a sociedade paga pelo que recebe na rede do SUS, as
aposentadorias, o milagre do Bolsa Família – e também pela miríade de
27 governos estaduais, mais o federal, cada qual com a justiça, polícia
e penduricalhos próprios. E tem mais de 5600 municípios, cada um com
sua câmara de vereadores, assessores, aspones.

Onde é que vai dar tudo isso? Em estradas esburacadas, apagão de
energia, doentes empilhados em corredores de hospitais, violência das
ruas. Olhe que também tem vampiros, sanguessugas, mensaleiros. Capite?

Horóscopo é bobagem

Horóscopo de jornal

José Paulo Lanyi (*)

Foi há alguns anos. Eu dizia a uma senhora de origem humilde que horóscopo de jornal é uma bobagem.

Ela- Não é não. Funciona.

Eu- Não, não funciona…

Ela- Olha, menino, eu vou lhe contar uma coisa: teve um dia que eu
li no meu signo que aquele dia eu ia ganhar flores. E sabe o que
aconteceu?

Eu- Não.

Ela- Naquele dia o meu marido morreu [argumentou, triunfante].

[Pensei em lhe dizer que quem ganhara flores mesmo fora o marido dela, mas preferi ficar quieto]

Eu- Então a senhora quer me dizer que todas as pessoas do seu signo no mundo inteiro ganharam flores naquele dia?

Ela- Ah, isso eu não sei, mas comigo deu certo.

Isso me lembra uma outra história, que ouvi outro dia. A empregada
de uma amiga minha garantia que o homem não havia pisado na Lua, pela
simples razão de que “lá mora São Jorge”.

Superstição pode ser útil. Ajuda a segurar as pontas dos desvalidos
e a amansar os povos. Pode divertir também, como explico adiante.

Horóscopo de jornal é uma febre nacional, talvez mundial. Muita
gente lê porque acredita. Muita gente lê porque não acredita, mas…
“vai saber”… 
Tenho um bom conhecimento de astrologia, a mãe rejeitada da astronomia.

Embora não seja cientista, tampouco especializado nesse assunto a
ponto de fazer pesquisas controladas, sei interpretar uma carta
astrológica e, por mais que os anos passem, não consigo deixar de me
espantar com o índice de acertos. Empirismo? Sim, creio que seja um bom
primeiro passo para a busca posterior do entendimento de “por que isso
funciona”.    

Por me auto-impor um raciocínio glacial, tenho, porém, as minhas
reservas. Horóscopo de jornal, repito, é bobagem. Só serve para vender
exemplares e disseminar a ignorância.

Explico: além de dividir a humanidade em 12 grupos e de querer impor
a cada um desses grupos a mesmíssima experiência cotidiana em uma
determinada faixa de tempo- o que é simplesmente ridículo-, para fazer
as suas previsões o horóscopo diário de jornal (ou semanal de revista)
trabalha com apenas uma das informações contidas em um mapa natal: a
posição do Sol. O que isso significa?
   

Explico. Quando eu digo que você é de Áries, digo que, no exato
instante do seu nascimento, o Sol transitava pelo signo de Áries.
Astrologicamente, o Sol transita em Áries de 21 de março a 20 de abril.
Se você nasceu nesse período, você tem o Sol em Áries. Logo, você é de
Áries. O mesmo se dá em relação aos outros onze signos.

Todo astrólogo sabe que só se pode analisar a personalidade ou fazer
previsões com base em um mapa que indique as posições do Sol e dos
demais astros do nosso sistema: muito resumidamente, o Sol indica a
personalidade essencial de cada um de nós; a Lua, as emoções; Mercúrio
descreve como pensamos; Vênus, como sentimos, no campo dos afetos;
Marte diz como agimos; Júpiter representa os nossos valores; Saturno,
as nossas limitações e os nossos aprendizados; Urano nos mostra como e
em que área da vida buscamos independência e originalidade; Netuno
indica como reagimos a forças transcendentes, que fugiriam ao
raciocínio terra-a-terra; Plutão é um foco de poder, de transformação e
de regeneração em cada um de nós (antes que me perguntem: Plutão pode
ter sido rebaixado pelos astrônomos, mas isso não importa, porque a
energia continua lá).      

Por que nenhum sagitariano é igual a outro sagitariano? Porque
ninguém é sagitariano puro. Exemplo: uma pessoa com Sol em Sagitário
pode ter o ascendente em Capricórnio, a Lua em Leão, Mercúrio em Virgem
e por aí vai. Depende do “mapa do céu” no instante de nascimento. Essa
configuração é individual, de acordo com o local e o horário exato do
nascimento. Outro sagitariano pode ter o ascendente em Câncer, a Lua
também em Câncer, Mercúrio em Escorpião… A análise do conjunto dessas
e de outras informações numerosas e algo complexas, como a posição nas
casas e os aspectos angulares entre os planetas, nos proporciona uma
visão abrangente (nem por isso difusa) do comportamento dos seres
humanos.

E os mapas idênticos de irmãos gêmeos? Rapidamente: vamos dizer que
ambos tenham uma influência de Marte significativa no mapa natal. Ora,
Marte indica coragem, agressividade, liderança, sangue frio nos
momentos críticos, vocação para trabalhar sob circunstâncias hostis,
vocação para trabalhar com sangue, metal, instrumentos cortantes. Se
esses dois irmãos nasceram sob forte influência de Marte, podem, por
exemplo, tornar-se cirurgiões, açougueiros, militares ou até mesmo
assassinos. Todas essas atividades exigem a predisposição e o talento
relacionados aos arquétipos que acabei de abordar. Essas inclinações
são “represadas”, por exemplo, pelo meio em que se vive. E pela forma
como cada uma dessas pessoas assimila as informações e as emoções com
que depara vida afora (afinal, não estamos tratando de robôs). “Astra
inclinant, non necessitant”, ou seja, os astros inclinam, não
determinam. Sempre podemos interferir, até onde os nossos braços
consigam alcançar.

Esses são apenas alguns subsídios para que se consiga entender por
que um horóscopo de jornal não pode, lógica e astrologicamente, ser
eficaz. Porque, repito, prognostica a mesmíssima experiência a 1/12 da
humanidade, numa mesma faixa de tempo. Milhões de pessoas fariam e
sentiriam as mesmas coisas diariamente, como um rebanho tocado pelas
estrelas. Não faz sentido. Esse modelo também desconsidera a riqueza, a
diversidade de informações que estão contidas no mapa individual e que
permitem a verdadeira análise, levando-se em conta o objeto analisado:
o ser humano, um bicho complexo.   

Como já disse, a astrologia é a mãe da astronomia. Os cientistas
repudiam a primeira. Usam como argumento um suposto flagrante da
ilusão, depois que se descobriu que, ao contrário do que apregoava
Ptolomeu, não era o Sol que girava em torno da Terra, mas o inverso,
novo pensamento que seria consolidado por Copérnico. Com a morte do
geocentrismo, tudo teria perdido a razão de ser, uma vez que a Terra e
o homem não são mais o centro dos acontecimentos, acrescido do fato de
que as constelações “teriam mudado de lugar” sob o novo prisma (aspas
deste colunista).  

Esta é, a meu ver, uma conclusão reducionista. Uma edição recente da IstoÉ
aborda a polêmica, em uma reportagem que destaca um curso de astrologia
científica na Universidade de Brasília. Num dos trechos da matéria sob
o título “A Astrologia Muda de Cara”, assinada por Julio Wiziack, os
chamados astrólogos científicos apontam para uma possibilidade que
explicaria o que hoje afigura um mistério para uns ou uma mera
superstição para outros: “Algumas teorias dessa área sugerem que a
transmissão de energia entre os corpos do Universo não se dá por vias
tradicionais, mas, isso sim, por um sistema de coordenadas. Seria como
se um satélite GPS recebesse um sinal emitido por um corpo na Terra e o
retransmitisse para outra parte do espaço”. Um astrofísico inglês,
Percy Seymour, admite uma hipótese sobre essa questão, diz a revista:
“Sol, Lua, planetas, asteróides e estrelas emitiriam sinais magnéticos
captados pelo sistema nervoso do homem”.

O tema é espinhoso e não se encerra neste meu artiguinho. Penso que,
em vez de iludir o povo com horóscopos de jornal e de revista, a mídia
deveria se pautar pelos estudos sérios sobre essa questão. Não se sabe
por que a astrologia funciona. Mas funciona, esta é a minha conclusão
fincada na observação. Não é científica, portanto, mas a verdade
científica sempre tem um ponto de partida.

Uma indicação disso seria o conjunto de estudos do estatístico
francês Michel Gauquelin, cujos resultados foram francamente favoráveis
à astrologia. Ou os relatos insistentes sobre a eficácia de previsões
por parte de gente aquinhoada como o astrônomo (e astrólogo) Johannes
Kepler, que, conforme uma outra reportagem, na Superinteressante,
assinada por Reinaldo José Lopes, “previu a morte de um nobre germânico
em 1634. O sujeito foi assassinado no mesmo ano”. Outros gênios, como o
físico Isaac Newton, também levaram tudo isso a sério. O historiador
Suetônio relata uma série de predições do mundo romano que teriam
acertado em cheio a data e até a hora da morte de alguns imperadores,
entre outros eventos de significância. 

Ao citar esses nomes não recorro à cavalaria do princípio da
autoridade. Digo apenas que, a exemplo desses luminares, precisamos
perder o preconceito e ao menos investigar. Ciência não combina com
preconceito, embora a realidade tente nos mostrar o contrário.

A mídia poderia fazer a sua parte, como o fizeram, aliás, os dois veículos aqui mencionados. Outro exemplo: há alguns dias, a Folha Online
publicou, com base em cartas natais, as chances dos principais
candidatos a presidente nesta eleição. Os mapas foram analisados pela
astróloga Barbara Abramo. 

Deveria ser sempre assim. Mais debates apoiados em astrologia
séria,  ou “possível” (como ponto de partida), menos perda de tempo com
horóscopos absurdos, que, diz uma amiga minha, “pelo menos servem pra
família brincar e bater papo sobre as previsões”. Uma espécie de
“Almoço com as Estrelas” (essa é tão velha quanto esta discussão,
admito).

(*) Jornalista, escritor, ator, é autor de quatro livros, um
deles com o texto teatral "Quando Dorme o Vilarejo" (Prêmio Vladimir
Herzog). No jornalismo, tem exercido várias funções ao longo dos anos,
na allTV, TV Globo, TV Bandeirantes, TV Manchete, CNT, CBN, Radiobrás e
Revista Imprensa, entre outros. Tem no currículo vários prêmios em
equipe, entre eles Esso e Ibest, e é membro da APCA (Associação
Paulista de Críticos de Artes).
27/09/2006

Categorias:Passatempos

Propagandas Cicarelli

Depois das diversas charges de propagandas da Cicarelli que recebi por e-mail, algumas propagandas reais também pululam na net.

Inté.

Fonte: Recebi por email do Luciano Guimarães.

Namoro de Cicarelli inspira trabalho de publicitários
 
da Folha Online

O vídeo em que a modelo Daniella Cicarelli
aparece em cenas picantes com o namorado em uma praia na Espanha serve de
inspiração para a criação publicitária.

Em Salvador (BA), um outdoor de
um motel traz o seguinte título: "Cuidado, na praia podem estar filmando. 2h por
R$ 19,00. Motel Le Point". A peça foi criada pela agência Idéia 3, informa a
publicação "Meio & Mensagem", especializada na cobertura do mercado
publicitário.

Não é a primeira peça publicitária que surfa no caso de
Cicarelli. Para divulgar Aruba como destino para viagens de lua-de-mel, a
agência Lew,Lara criou um anúncio de jornal com a imagem de uma praia e com a
mensagem: "Agora que você já viu o vídeo da praia afrodisíaca, conheça a praia
paradisíaca".

Categorias:Piadas

Lulla Sabe!!!

Veja como Lulla te indica o melhor candidato para o Brasil!!!

Inté.

Categorias:Piadas

O porquê do voto cínico

"Candidatos virtuosos." Um debate
equivocado sobre a política.

Por
Jorge José da Costa

Às vésperas
das mais amplas eleições brasileiras, envolvendo a presidência da República,
governadores dos Estados, além dos proporcionais (Senado, Câmara e Assembléias
Legislativas), a mídia, as entidades, os partidos e representantes da chamada
opinião pública insistem em tratar a política pelo viés da dicotomia entre o
virtuoso e a malvadeza, mais a iniqüidade, espoliação e
expropriação.

O enfoque
veiculado em ampla escala pela mídia, reproduzindo ou não expectativas dos
setores organizados ou mais informados da sociedade, é equivocado, pois parte de
pressupostos que não existem na política moderna, por querer que o representante
seja o porta-voz de toda a sociedade, quando, na verdade, representa somente uma
parcela da sociedade – classe social, setor econômico, cidade, região etc. Outro
equívoco reside na expectativa de que o mesmo tenha um comportamento virtuoso,
no qual o interesse público ou o bem comum sejam o fundamento das suas ações e
posições políticas, de modo que interesses privados ou de grupos não se
sobreponham ao interesse geral.

A
contribuição que a mídia poderia dar ao debate seria oferecer maior clareza ao
eleitor de que quem elege o candidato é uma parcela da população, com seus
respectivos interesses, e não toda a sociedade. Se alguém, por exemplo, ficar
indignado com a reeleição de “mensaleiros”, é porque deseja um representante
virtuoso eleito por um eleitor de igual virtude, não percebendo que há eleitores
organizados e que agem em vista dos seus próprios interesses – e não do
interesse geral – e sabem que aquele deputado “mensaleiro” pode ser melhor
representante desses interesses.

Uma nova
legislatura, a ser eleita no próximo dia 1º de outubro, não irá alterar esse
quadro, uma vez que os eleitores continuam a votar a partir de duas condições. A
primeira é de quem é ligado a um candidato por qualquer motivo – parentesco,
amizade, partido, associação, região, interesse econômico etc. – e sabe que esse
candidato irá favorecê-lo se eleito. Esse eleitor é o "eleitor organizado". O
segundo é o "eleitor não vinculado", que é a grande maioria que procura
desesperadamente um candidato "virtuoso", ou, se preferir, honesto e preocupado
com o bem comum.

Como todos
os candidatos se apresentam como honestos e defensores dos interesses gerais da
população, o "eleitor não vinculado" acaba colaborando, em vista da dispersão
dos votos, para a eleição dos candidatos do "eleitor organizado" e se frustra –
no futuro – quando o eleito não é virtuoso e ainda volta a se reeleger. Setores
organizados da sociedade e a mídia em geral tentam influenciar ingenuamente o
"eleitor não vinculado", mostrando os candidatos segundo o critério equivocado
da virtude política, enumerando quem são os "melhores" e "piores", e não
consideram o modo como são de fato eleitos e os interesses que
atendem.

Os eleitores
organizados sabem disso, por isso não votam em um candidato virtuoso, mas que
lhes atenda aos interesses. Os não-organizados acreditam na fantasia da
democracia e, por isso, sonham ingenuamente com candidatos virtuosos para votar.
É fato basilar, na nossa sociedade calcada na cultura de massa, que de ilusão
também se vive.

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Jorge José
da Costa
é advogado,
mestre e doutorando em ética e filosofia politica pela
USP.

Piaditas Eleitorais

As 8 melhores PÉROLAS das campanhas
eleitorais:
 

– 8º lugar – Guilherme Bouças, com o
slogan ”Chega de malas, vote em Bouças”


– 7º
lugar – Grito de guerra do candidato Lingüiça, lá de Cotia (SP), "Lingüiça
Neles!"
– 6º lugar – Em Descalvado (AL), tem um
candidata chamada Dinha cujo slogan é ”Tudo Pela Dinha”
– 5º lugar – Em Carmo do Rio Claro, tem um
candidato chamado Gê ”Não vote em A, nem em B, nem em C; na hora H, vote em
Gê”

– 4º lugar – Em Hidrolândia (GO), tem
um candidato chamado Pé. ”Não vote sentado, vote em Pé”
– 3º lugar – E em Piraí do Sul tem um gay
chamado Lady Zu, ”Aquele que dá o que promete”
– 2º lugar – A cearense chamada Debora Soft,
stripper e estrela de show de sexo explícito. Slogan: ”Vote com
prazer”
– 1º lugar, campeoníssimo – Candidato a
prefeito de Aracati (CE): ”Com a minha fé e as fezes de vocês, vou ganhar a
eleição !
Categorias:Piadas

Lulla e o Papa

QUANDO O
PAPA JOÃO PAULO VEIO AO BRASIL PELA PRIMEIRA VEZ, NÓS ESTAVAMOS EM TRANSIÇÃO DO
REGIME MILITAR PARA A DEMOCRACIA.

O
PRESIDENTE ERA JOÃO BATISTA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO.


O PAPA PERGUNTOU A
ELE PORQUE TANTOS MINISTROS?

ELE
DISSE, SENHOR, JESUS TINHA 12 APOSTOLOS EU TENHO 12 MINISTROS.

SE
PERGUNTASSE AO LULA PRA QUE TANTOS MINISTROS ELE RESPONDERIA:

– ALI BABA TINHA
40…

Categorias:Piadas

A Cama do Lulla

Dizem que Lulla foi ao médico reclamando de dores nas costas ao acordar. Aí o médico foi ver a cama dele e descobriu o problema. Clique na foto abaixo e veja o que ele encontrou…

Inté.

Categorias:Piadas

Da Série: Era só o que faltava…

Acaba de ser criada, em Brasília, uma nova ONG, chamada de Sociedade dos 
Amigos de Plutão (SAP), destinada a protestar contra decisão da União 
Astronômica Internacional que rebaixou o nono planeta do sistema solar à 
condição de asteróide. Isso porque, semana passada, reunidos em Praga, 2.500 
astrônomos tomaram essa decisão. Agora, somos apenas oito planetas:

Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

A
sede da Sociedade dos Amigos de Plutão está registrada na Esplanada dos 
Ministérios, ainda que sem particularizar qual deles. O presidente da 
entidade é um ex-líder sindical, filiado à CUT e ao PT, amigo íntimo do 
presidente Lula. O Diário Oficial publicou a liberação de 7,5 milhões de 
reais para estimular as primeiras ações da nova ONG, que também celebrará 
convênios de publicidade com a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa 
Econômica e os Correios. O objetivo é conscientizar a população para o 
perigo que significa o rebaixamento de Plutão, primeiro passo para a 
exclusão da Terra.

Estão definidas viagens de comitivas da Sociedade
dos Amigos de Plutão pelas  principais capitais do mundo, pretendendo entrevistas com presidentes e  primeiros-ministros capazes de integrar-se à
campanha em defesa do infeliz  planeta agora degradado. Programou-se, é
claro, retiradas de 20 mil reais  semanais para cada um dos 800 diretores da
nova ONG, que também receberão cartões de crédito institucionais para
enfrentar despesas pessoais de hospedagem, alimentação, vestuário e
transportes.

Alguma surpresa? De jeito nenhum. A SAP será apenas mais
uma ONG entre as centenas criadas ao longo dos últimos anos, boa parte
subsidiada pelo governo, com as mais diversas finalidades: a defesa da
floresta amazônica, o estímulo ao programa do primeiro emprego, a exigência
de ética nos negócios públicos e, certamente, a que dá proteção aos gatos
cegos.

Vale a ressalva: existem ONGs de grande importância, que prestam
relevantes serviços à sociedade. No reverso da medalha, porém, ONGs fajutas.
Umas financiadas por multinacionais e até por governos estrangeiros,
empenhadas em impor interesses estranhos à nossa soberania. Outras, de
simples picaretagem. Numa época em que se acendem esperanças para os
trabalhos do
futuro Congresso, que tal programar uma CPI destinada a
investigar a atuação, o funcionamento, as origens, os objetivos e os
recursos das Organizações Não Governamentais?

Do Brasília em Dia

Categorias:Organizações

Teflon

FHC, recém convertido, disse que Jesus Cristo não era amigo de Judas, que não beijava Judas….

Vale tudo para colar alguma coisa no candidato teflon…

Como li hoje em algum lugar, se pegarem Lulla com a mão no cofre, vão dizer que ele estava colocando dinheiro e nãotirando, mas eu discordo: o "povo pobre", burro, imbecilizado, a "massa de manobra" não consegue nem entender essas questões. Basta ver a dicotomia da votação para presidente deste ano entre as regiões mais bem instruídas e as menos…

Inté.

Essa até eu posso beber!!!

26 de setembro de 2006 – 20:05

AmBev lança em outubro cerveja com composto de
frutas

A marca Skol foi a escolhida para
testar a novidade; A cerveja de baixa fermentação e pouco encorpada foi batizada
de Skol Lemon

Marcia Furlan

SÃO PAULO – A AmBev anunciou nesta terça-feira que
colocará no mercado a partir de outubro uma nova categoria de cerveja, com
adição de composto de frutas. A marca Skol foi a escolhida para testar a
novidade. Batizado de Skol Lemon, o produto competirá no segmento mainstream,
composto atualmente pelas bebidas tipo Pilsen.

A empresa trabalha com a expectativa de que, no longo prazo, a Skol Lemon
represente 5% de todo o mercado. O número se baseia na experiência alemã, onde o
segmento que mais cresce é o das cervejas com composto de frutas. "A satisfação
com a cerveja foi generalizada e isto nos encorajou", alegou Marcel Marcondes,
gerente de marketing nacional da Skol, que não revelou o valor investido no
projeto.

Skol Lemon é uma cerveja de baixa fermentação, pouco encorpada, tem coloração
clara e levemente mais suave que a da Skol Pilsen. Segundo a empresa, é
totalmente diferente da categoria de cervejas aromatizadas, conhecida no mundo
como beer mix, e obtidas por adição de aromas às cervejas já prontas.

A Skol é a líder do mercado nacional de cerveja Pilsen, com 32,2% de
participação, de acordo com dados da AC Nielsen referentes a agosto. Na
seqüência vêm Brahma, com 19,4%, e Antarctica, com 12,1%. A Schin é a quarta
colocada, com 11,1%, e a Kaiser fica em quinto, com 4,7%. Depois aparecem
Itaipava (3,6%), Cristal (3,4%), Bavária (2,2%), Cintra (1,2%).

Categorias:Comidas e bebidas

Da Série: Notícias que não precisávamos saber…

26 de setembro de 2006 – 20:33

Ursinho de pelúcia mata 2.500 trutas nos EUA

O objeto bloqueou o fluxo de oxigênio
para o poço e sufocou os peixes

AP

MILFORD, Estados Unidos – Um ursinho de pelúcia tem sido
relacionado a 2.500 mortes – mortes de trutas, na verdade.

Funcionários estaduais disseram que um ursinho de pelúcia que caiu em um
habitat de criação de trutas no Departamento de Caça e Pesca obstruiu um sistema
de drenagem. O objeto bloqueou o fluxo de oxigênio para o poço e sufocou os
peixes.

O supervisor do habitat Robert Fawcett disse que o ursinho, vestido em uma
capa de chuva amarela, foi o primeiro brinquedo de pelúcia a causar fatalidades
na instalação.

"Já tivemos canos entupidos, mas normalmente são ocorrências como um sapo ou
até mesmo uma ratazana morta", disse ele. "Mas este foi um ursinho de pelúcia e
não sabemos como ele foi parar lá".

As mortes levaram Fawcett a divulgar um alerta escrito: "Jogar quaisquer
ursos de pelúcia na chocadeira de peixes não é permitido".

Ele disse que não se sabe quem jogou o urso, mas alertou que qualquer um que
deixar cair um urso no habitat de criação deverá chamar alguém para removê-lo.
"Esse alguém pode salvar seu ursinho, e evitar que ele seja um assassino", disse
ele.

Categorias:Passatempos

Isso a propaganda não mostra!!!

Outra turma

Luiz Garcia (*)
Fonte:O Globo

Toda denúncia da imprensa contra pessoas ou entidades tem de ser
precedida de investigação, minuciosa e isenta. Jornalistas não são
carteiros, que entregam correspondência fechada. Não podem passar
adiante automaticamente as denúncias que recebem – e, dependendo do
momento político, elas surgem de montão.

Quem as joga no ventilador assume uma responsabilidade talvez até
maior do que a dos denunciantes: estes sussurram, a mídia bota a boca
no trombone.

O papel do jornalista que se dá ao respeito – e não tem interesses,
mesmo confessáveis, na veiculação – é encarar denúncias como dado
inicial de investigação cuidadosa. Ela dirá se aquilo que lhe foi
oferecido em bandeja de prata é ou não parte de uma sórdida conspiração
política ou financeira.

O que se deve publicar é o que o trabalho jornalístico de
investigação determina ser verdadeiro e de interesse público, não o que
apenas parece saboroso material de leitura. Muito menos aquilo que
coincide com interesses de patronos poderosos do veículo.

No caso da publicação pela “IstoÉ” de uma entrevista da família
Vedoin, implicada no escândalo das ambulâncias, existe a pesada
suspeita de que a revista serviu a interesses políticos em São Paulo.
Especificamente, do veterano cacique Orestes Quércia. Ele tem notórios
laços – digamos, num sofisma caridoso, afetivos – com a publicação.

O que fez a revista? Em primeiro lugar, deu espaço a uma acusação
dos donos da Planam (empresa que comprovadamente não tem fé pública)
sem conferir o conteúdo nem ouvir os atingidos. Até essa entrevista, o
que fora divulgado tendo os Vedoin como fonte foram confissões de pai e
filho em inquéritos policiais. Não algo que a dupla tivesse oferecido,
com insistência obviamente suspeita. A “IstoÉ” preferiu não desconfiar;
publicou automaticamente o que ouviu.

Mesmo que houvesse boa-fé, esse comportamento teria violado o
princípio elementar do jornalismo investigativo citado acima.
Reiterando: para quem trabalha com seriedade, denúncias são apenas os
primeiro passo de uma averiguação que levará ou não à sua divulgação.

Principalmente, quando elas são fornecidas por pessoas cuja
desonestidade não foi apenas denunciada, mas confessada, como é o caso
dos Vedoin. Publicar sem comprovar com fontes independentes e sem ouvir
os acusados fere princípios elementares e óbvios do jornalismo.

No número desta semana, a “IstoÉ” se defende. Afirma que apenas
publicou o que lhe foi declarado; faz questão de acentuar que as
acusações “nada têm a ver com o fajuto dossiê que petistas trapalhões
tentaram comprar dos Vedoin”.

Desculpa curiosa: gravações da Polícia Federal, divulgadas pela
“Veja”, mostram os empresários corruptos empenhados de forma igula ou
simultânea na entrevista à revista e na divulgação do documento
“fajuto”. Eram peças articuladas na mesma mistura de conspiração
política e chantagem financeira.
A imprensa brasileira tem um
passado de denúncias irresponsáveis e levianas. Mas os veículos mais
responsáveis têm mostrado nos últimos anos, em episódios cada vez mais
comuns, a capacidade de distinguir entre a divulgação de calúnia e a
exposição de erros e crimes. Ainda erramos – mas quase sempre
procuramos aprender com os erros.

Sobrevivem, no entanto, aqueles que manipulam e deformam informações
procurando atingir objetivos que nada têm a ver com jornalismo.

Não são da nossa turma.

(*) Colunista do jornal O Globo

26/09/2006

Categorias:Reflexões

Explicado agora para não se arrepender depois

Movimentações ilícitas – Comunique-se.com.br

Eleno Mendonca (*)

Você já experimentou ir ao banco e tentar sacar, na boca do caixa,
R$ 10 mil? Certamente, se você for conhecido, levará um bom tempo. O
funcionário vai avisar ao gerente, que vai pedir para você esperar do
lado pelo menos uma meia hora. E se a importância for maior, digamos,
R$ 50 mil. Bem, aí o gerente vai dizer que você deveria ter avisado
antes, um dia pelo menos, e provavelmente vai te pedir para voltar
depois. São as normas dos bancos para melhorar a própria segurança e
evitar que as pessoas façam saques exagerados, afinal é interesse da
instituição que você permaneça com o maior numerário possível aplicado.
Quando você tira muito dinheiro é sinal que pode emagrecer a conta a
ponto de deixar de ser cliente.

Mas vamos supor que você não está comprando um tereno ou imóvel ou
carro e que tenha ganhado na loteria e esteja cheio da grana. Suponha
que você queira tirar quantias gordas mesmo, do tipo R$ 300 mil, R$ 500
mil, R$ 1 milhão. Quem dera. Pois saiba, que tanto quem tirou os R$ 10
mil quanto o que tirou essa bolada vão para um relatório do gerente e
segue direto para o Banco Central, para o Coaf – que é o Conselho de
Controle das Atividades Financeiras. Cabe ao Coaf reunir esses saques
digamos estranhos para depois investigar por si próprio ou estar pronto
a responder a perguntas caso sobre esses recursos pairem alguma dúvida.
Cabe ao Coaf dizer das origens, cobrar o sacador sobre o fato se esses
recursos estão declarados à Receita Federal etc etc.

Tudo isso evita, ou deveria evitar, que haja lavagem de dinheiro,
que recursos deixem de ser declarados, que dinheiro seja usado em
operações ilegais. Nos tempos da informática, do wireless, do IPod, é
inadimíssível que um Banco Central, que um Coaf, não tenham isso na
ponta da língua. 

Porque estou fazendo esse rodeio? Bem, para mostrar o óbvio. A
imprensa deve encostar no Coaf e no BC para pedir, ou melhor, exigir
essas informações em nome da sociedade. Na reta final de um processo
eleitoral é inadmissível que uma informação dessa importância fique de
fora. Vamos esperar para que haja as eleições? Se fosse com você,
certamente o Coaf já teria informado. A rapidez nas apurações não vale
para determinadas situações? No caso do Caseiro Francenildo não se viu
morosidade. Levantaram até o extrato do rapaz em poucos dias e, o que é
pior, não foi preciso nem força policial.

(*) Também assina uma coluna no site MegaBrasil, é diretor de
Comunicação da DPZ e âncora da Rádio Bandnews. Ele passou pelo Estado
de S. Paulo, onde ocupou cargos como o de chefe de Reportagem e editor
da Economia, secretário de Redação, editor-executivo e editor-chefe,
Folha de S. Paulo, O Globo e Jornal do Brasil.

26/09/2006

Categorias:Pense Direito

José Simão – Recebi por e-mail de Thaís

LULA DECLAROU OUTRO DIA:

"Na verdade, não sei quando sou presidente e
quando sou candidato…

O Zé Simão, na Folha de São Paulo, acabou com a
dúvida:

"Quando ele está fazendo merda é presidente;
Quando está
prometendo merda  é candidato."

" Quando ele sabe de tudo, é candidato;

Quando ele não sabe de nada, é presidente"

Categorias:Piadas

Eu quero é novidade!!!

Recebi por e-mail, do site diegocasagrande.com.br.

Inté.

Jefferson
conta em livro:
Lula sabia

Estadão – 23/09 – 14:21
Bom de cena, hábil domador de holofotes, o ex-deputado Roberto Jefferson
escolheu a última semana da campanha eleitoral para voltar aos palcos da mídia
e, num bem organizado relato de 375 páginas, reviver seu melhor momento
político: a crise do mensalão de 2005, da qual foi herói, vilão, mestre de
cerimônias – e, agora, narrador. Nervos de Aço, suas memórias do período entre
janeiro e setembro de 2005, chega às livrarias neste fim de semana (Ed.
Topbooks, R$ 39,90) como um forte libelo, do começo ao fim, não só contra o
governo Lula, mas contra o PT e seus projetos políticos. Ao final, de olho nas
urnas de 1º de outubro, ele faz sua previsão: se o presidente Lula for reeleito,
‘o segundo mandato será dramático. Ficou tudo muito
visível.’

Clientelista calejado, advogado talentoso, o Jefferson do livro
é o mesmo das tribunas e da TV: um contador de casos de fala fácil, um guerreiro
que, de tanto ganhar e perder, não tem medo de idéias nem de palavras. Por isso
seu depoimento – organizado em 17 capítulos pelo jornalista e escritor Luciano
Trigo – traça uma radiografia rara, convincente – com os devidos descontos de
ser absolutamente individual – da recente política brasileira.

É uma
metralhadora giratória incessante. ‘Não podia acusar diretamente Lula’, diz
sobre a velha questão da responsabilidade do presidente no episódio, ‘mas hoje
penso que Lula sabia de tudo. Qualquer um que tenha convivido com a cúpula do PT
sabe qual é a cadeia de comando ali’, diz ele em um dos trechos mais
contundentes, que assim prossegue: ‘Não teve (o presidente) real compromisso com
o País, além do palavrório vazio, sem apoios, sem noção, sem compostura. Sem,
infelizmente, vergonha’.

Dramático, ele relata a história dos R$ 4
milhões que o PT teria prometido, e jamais entregue, ao seu PTB. ‘Cometi o
suicídio político. Saltei, mas levei comigo, pela mão, os meus algozes. Dei uma
de taleban: enchi a roupa de bombas e entrei no avião do Lula, disposto a
explodir tudo.’

Foi por causa desse dinheiro, que, enfim, ele foi
cassado, a 14 de setembro. Numa série de vaivéns, quase brincando, ele deixa no
ar um mistério sobre esse dinheiro – ‘Politicamente recebi, tecnicamente não’
(…). E ao fim lava as mãos: ‘Se eu disse (uma mentira), nunca uma dissimulação
teria sido tão imperiosa, tão justificada’.

AUTORITARISMO

O caso é fartamente
conhecido, e Jefferson não traz, neste remake, revelações assombrosas. Ainda
assim, seu relato vale pelo eixo central que vai construindo, ao longo dos
capítulos: a idéia de que o mensalão, ‘um processo de fidelização da base aliada
por meio de mesada a parlamentares’, não apenas se encaixava, mas era
necessário, inevitável, na estratégia petista. O PT, diz ele, montou ‘uma
corrupção orgânica e uma gatunagem sistêmica’. Ao invés do corrupto tradicional,
que ‘aproveita as brechas’, surgiu outro, que rouba ‘por ideologia e desmonta o
Estado por dentro’. A idéia era ‘alugar parlamentares, para não compartilhar o
poder’ – e o mensalão, que já existia (ele reproduz as primeiras evidências
dele, no governo anterior), ganhou força, para aplacar as insatisfações dos que
não tinham mais, depois da ascensão da dupla Lula-Dirceu, o poder para nomear.
Os projetos ‘vinham fechados do Planalto’ e o Congresso virou ‘um mero
homologador’.

E foi o empenho do PT nessa operação que, segundo ele,
quebrou uma rotina que funcionava bem. E isso se deveu ao descaso, ou
incompetência, de José Dirceu, a sua vítima predileta. ‘Eu não traí o José
Dirceu’, garante. ‘Ele é que não foi leal comigo.’

O autor diverte-se, em
alguns trechos, dizendo por exemplo que o ministro Márcio Thomaz Bastos,
advogado criminalista, foi chamado para ministro porque o governo Lula ‘virou um
caso de polícia’. Mas ele não acha que, no horizonte, haja uma ditadura petista
à vista. Antes, o que os petistas podem produzir, se conseguirem, será ‘um
regime de opressão legal, com o Estado constrangendo os indivíduos’. Talvez seja
a melhor coisa que ele diz, em todo o texto, sobre a experiência petista no
poder.

DIAS QUENTES

Janeiro de 2005
Roberto Jefferson fala
a Lula, no Planalto, segundo seu relato, sobre a existência do
mensalão

26 de abril
Jefferson desentende-se com Dirceu, diante de
Lula, sobre nomeação em Furnas e começa a briga entre os dois

14 de
maio
Aparecem as imagens de Maurício Marinho embolsando R$ 3 mil

14 de
junho
Roberto Jefferson revela mensalão no Conselho de Ética da
Câmara

15 de junho
José Dirceu deixa a Casa Civil

17 de
julho
Lula admite, em Paris, que o PT fez caixa 2, ‘como todos os
partidos’

14 de setembro
Roberto Jefferson é cassado por 313 votos a
156

29 de março de 2006
CPI dos Correios pede cassação de 19
parlamentares

O QUE ELE
DISSE

Roberto Jefferson Ex-deputado (PTB)

“Ninguém no
Congresso se elegeu sem caixa 2. Ninguém”

“Em vez de compartilhar o
poder, (o PT) quer comprar a fidelidade”

“Lula não teve real compromisso
com o País além do palavrório vazio, sem apoios, sem compostura. Sem,
infelizmente, vergonha”

“Dei uma de taleban. Enchi a roupa de bombas e
entrei no avião do Lula, disposto a explodir tudo”

“O que se anuncia é um
cenário de ingovernabilidade, com um presidente atordoado e confuso”

“PT
e PSDB são as torres gêmeas do sistema partidário brasileiro”

“Assumi
meus erros com serenidade. Caixa 2 todo mundo sempre fez, mas mensalão nunca
recebi”

“Quando a coisa ficou feia para o Gushiken, ele (Lula) disse:
‘Você errou, mas fica aqui que eu boto a mão na sua cabeça,
japoronga”

“Não traí o Dirceu. Ele é que não foi leal comigo”

Para descontrair

Uma piadinha para descontrair nestes últimos dias de política…

Inté.

Porque o COLLOR, apesar de tudo, era
melhor do que o LULA…


1. Tinha
uma cunhada gostosa
2. A primeira dama "dava pro gasto”;
3. Falava
Português decente;
4. Inglês e Francês também;
5. Tinha 10 dedos nas
mãos;
6. Bebia Uísque, e não cachaça;
7. Não tomava porre;
8. Não
tinha a aparência de um sapo barbudo;
9. Era esportista, não sindicalista;

10. Sabia a diferença entre "tatame" e "tapume";
11. O seu
tesoureiro-ladrão era menos cara de pau q o Delúbio;
12. Seu tesoureiro
morreu;
13. Sabia assinar o nome;
14. Nem sabia onde era Garanhuns;

15. Exercia a presidência;
16. Já trabalhara algum dia na vida;
17.
"Cheirava" bem;
18. Pronunciava "sim" sem cuspir;
19. Não tinha voz de
bêbado;
20. Sabia falar de improviso sem dizer besteira e cometer gafes;

21. Não era corinthiano;
22. Não se dizia dono da ética;
23. Mentia
sem xingar nossa inteligência;
24. A mãe também nasceu analfabeta e
desdentada, como todas, mas ele
não se gabava disso;
25. Foi amamentado
com leite de vaca, não com leite de magnésia;
26. Não era
PT!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
27. A MELHOR DE
TODAS: Não completou o mandato
.

Categorias:Piadas