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Archive for agosto \31\America/Sao_Paulo 2006

Cala a Boca, Lullagdo!!!

31/08/2006 ¦ 01:38

O Lula de sempre…

Lula faz bem em evitar conceder entrevistas onde possa, de fato, ser
apertado. Ele não tem paciência para lidar com perguntas incômodas. E não parece
preparado para responder parte delas.

Há pouco, no Jornal da Globo, ele se enrolou todo quando perguntando sobre o
modesto crescimento do Brasil se comparado com outros países. Começou a
responder assim:

– Temos que comparar o nosso país com o nosso país e não com outros
países…

E saiu a citar índices que registram o crescimento brasileiro.

Diante da pergunta:

– Como o senhor preparou o país para crescer mais se apenas 2% do próximo
Orçamento da União estão reservados para investimentos?

Lula respondeu:

– Em momento algum da nossa História o país esteve tão preparado para
crescer.

E enrolou, enrolou, gastou o tempo…

Saiu-se bem quando perguntado sobre o Bolsa-Família que "dá o peixe, mas não
ensina a pessoa a pescar". Aí ele deitou e rolou. Disse coisas do gênero:

– Antes de pescar, o pescador gosta de comer um peixinho.

– A fome não pode esperar.

– Eu sei o que é a fome.

Novamente se enrolou quando perguntado sobre companhias políticas que ele e o
PT sempre evitaram – como os senadores Jáder Barbalho (PA) e Ney Suassuna
(PB), e o ex-governador de Minas Newton Cardoso, todos do PMDB.

– É preciso separar aliados de representantes indicados pelos partidos para
meu conselho de campanha. Eu não indico nem veto. E não julgo.

Bem, no passado julgava e condenava. Deve ser a tal da "política real"
mencionada por ele na última segunda-feira em São Paulo durante reunião com
artistas e intelectuais.

Driblou a pergunta, portanto. Como driblaria outras mais.

Forçado a falar sobre alianças políticas,  observou:

– Aliança é como casamento. Você só casa com quem gosta de você…

Ora, você só casa com quem quer casar.

A propósito da demissão de 1.800 funcionários da Wolks em São Bernardo do
Campo, começou dizendo:

– Quando eu era líder sindical, já chorei por causa de demissões na porta da
Volks e de outras montadoras…

– E o senhor chorou ontem com essa notícia? – quis saber um dos
entrevistadores.

Lula não respondeu. Criticou levemente a Volks por não ter conversado com o
governo antes de anunciar as demissões. E foi só.

Por fim, beneficiou-se do pouco tempo que restava ao programa quando
respondeu à última pergunta – sobre por que o PT vai tão mal na disputa por
governos estaduais.

– Para dizer que o PT vai mal é preciso dizer quem vai melhor.

Não havia mais tempo para que os entrevistadores dissessem quem vai
melhor.

(Leia aqui a degravação da entrevista)

Enviada
por:
Ricardo Noblat

Ah, bom…

31 de agosto de 2006 – 09:41

Organizador de show contrata geriatra para os
Stones


Quase todos os membros da banda têm
mais de 60 anos

EFE

OSLO – O organizador do show dos Rolling Stones que será
realizado na sexta-feira na cidade norueguesa de Bergen contratou um médico
geriatra para cuidar da banda, informou nesta quinta-feira a imprensa da
Noruega.

Bergen Live, organizador do evento, contratou os serviços de Paal Naalsund,
chefe do departamento de geriatria de um hospital da cidade.

Naalsund confirmou à imprensa norueguesa que estará à disposição dos membros
dos Stones, cujos integrantes possuem, quase todos, mais de 60 anos. O médico,
especialista em geriatria e medicina interna, também pode atender os músicos
caso eles tenham problemas que não sejam relativos às suas idades, informou a
rádio norueguesa "Nrk".

"Os Stones e o público podem ficar tranqüilos. Também tenho estudos na
medicina geral", assegurou Naalsund.

Categorias:Música

Aleluia, irmãos!!!

 

 Vida Digital

 

 

31
de agosto de 2006 – 10:37

Portabilidade
numérica: operadora muda, número não


Anatel
aprovou proposta que permite ao cliente manter o número do telefone mesmo se
decidir trocar de empresa

Gerusa
Marques

 

BRASÍLIA
– A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou nesta quarta, dia 30,
proposta para implementação, no País, da portabilidade, que permite aos
clientes das companhias telefônicas manter o número de telefone, mesmo mudando
de operadora.

Segundo
previsão do conselheiro Pedro Jaime Ziller, da Anatel, a portabilidade começará
a ser implementada no Brasil em março de 2008. De acordo com Ziller, que é
relator do assunto na Anatel, a portabilidade é um dos mecanismos com que a
agência conta para estimular a competição no setor de telefonia.

Dados da
Anatel mostram que as grandes concessionárias que vieram do sistema Telebrás
dominam 93% do mercado de telefonia fixa, enquanto as novas empresas não
conseguem romper a barreira dos 7%.

Na
avaliação da agência, uma das grandes dificuldades das novas empresas para
atrair clientes é o fato de que muitos usuários não querem mudar de número de
telefone.

"Com
a portabilidade, não é só mais competição. Tem a expectativa também de baixar
preço, de melhorar a qualidade e o atendimento ao usuário", afirmou
Ziller. "O que vai atrair ou reter o cliente será a qualidade dos
serviços."

Consulta pública

Conforme
as regras propostas pela Anatel, que ficarão em consulta pública de 4 de
setembro até 9 de outubro, a portabilidade poderá se dar somente na mesma
modalidade de serviço, entre operadoras de telefonia celular ou entre empresas
de telefonia fixa.

No caso
da telefonia fixa, se mudar de operadora o cliente poderá preservar o número
somente se permanecer morando no mesmo município.

O cliente
não poderá, por exemplo, levar o número de São Paulo para o Rio de Janeiro. Nos
celulares, a portabilidade poderá ser aplicada nas cidades que tenham o mesmo
código de área (DDD – Discagem Direta a Distância).

O usuário
poderá pedir para levar seu número "a qualquer tempo" e poderá mudar
de operadora quantas vezes quiser.

Para ter
a portabilidade, o usuário terá de pagar uma taxa para a nova operadora e a
prestadora que cedeu o cliente não terá direito a nenhuma remuneração.

O valor
da taxa terá de ser fixado pela Anatel. Ziller citou o exemplo da Inglaterra,
onde se cobram cerca de R$ 3 pela portabilidade

Curricúlo Dom Luciano – OI

DOM LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
(1930-2006)

Lições jornalísticas para a modesta
santidade

Por Walter Falceta Jr. em 29/8/2006

Um dos meus anseios de chegar ao infinito é a esperança de que,
ao menos de lá, as paralelas se encontrem! (Dom Hélder
Câmara

Quando, azuladíssima e morna, caía a noite de 27 de agosto, encontrei
finalmente o carrinho popular 98/99. Naquele momento, como aviso, uma brisa que
me pareceu de cravos acariciou a rua-serpente do Pacaembu. Respirei em
triste êxtase e coloquei-me no rumo de casa. Ainda antes da Avenida Sumaré,
pressionei o botão vermelho do rádio. Pretendia compreender pela voz dos
comentaristas o que não compreendera como torcedor de arquibancada. Como o
esquadrão mosqueteiro pudera cair novamente em seus domínios?

De repente, já nos pés do Viaduto Antárctica, um repórter
plantonista interrompeu a transmissão de Palmeiras e Ponte Preta com uma notícia
de última hora. Morrera o arcebispo de Mariana, Dom Luciano Mendes de Almeida…

Missão para os neurologistas: explicar como um módulo de 15 segundos de
informação pode resgatar, com incrível rapidez, tantos arquivos armazenados nos
empoeirados porões da memória.

Estranhamente, não imaginei a agonia do enfermo ou a placidez do corpo no
esquife. Transportei-me à segunda metade da década de 1970, quando o afável
sacerdote foi nomeado auxiliar de Dom Paulo Evaristo Arns. No Belém, na chamada
média-periferia da Zona Leste da capital paulista, Dom Luciano iniciou um
notável trabalho de socorro aos necessitados, inclusão social e conscientização
dos jovens. Eu e muitos amigos de infância nos pusemos a participar de algumas
daquelas atividades. Particularmente, atuávamos nas obras vicentinas, na
paróquia de Santa Isabel.

Exercícios educativos

Um dia, assustei-me. Como secretário da conferência mirim, teria de ler a ata
da reunião anterior diante do bispo. E mais: seria o encarregado de comentar o
texto do Evangelho. Baita tremedeira… Todo aquele receio, entretanto,
dissipou-se quando fui apresentado ao ilustre visitante. Simples no trajar,
sorriso amigo e olhos generosos, em nada se parecia com aqueles prelados
inquisidores que povoavam minha imaginação.

Naquela noite, Dom Luciano me disse do poder da comunicação e da enorme
responsabilidade social de quem escreve. Elogiou discretamente minha ata
e pediu-me que executasse aquele trabalho sempre com rigor e respeito à verdade.
Ministrava-me assim uma primeira e valiosa lição de jornalismo. Nessas ocasiões
festivas, o bispo costumava evitar exaltações. Tratava geralmente de ética e do
compromisso cristão de servir.

Depois de um desses encontros na comunidade, Dom Luciano e meu pai, o velho
Waltão, trocaram idéias por alguns minutos. Logo, fui chamado a participar da
conversa. O simpático senhor indagou-me sobre o interesse numa experiência de
formação religiosa. Passei uma semana matutando sobre o assunto, mas havia
tantas meninas de olhos faiscantes no bairro… Instaurou-se uma
renhida competição-interação entre carne e espírito.

O meu "não" foi muito um sim. Acreditei que o ensinamento de carpinteiro de
Nazaré poderia ser vivido todos os dias, mesmo longe das batinas e das suntuosas
catedrais. Pelo que entendia das preleções de Dom Luciano, era legítima a busca
de alguma santidade, mas nunca com o objetivo de distinção. Os homens
todos podiam ser santos anônimos, invisíveis, construindo suas virtudes no
cotidiano, em pequenas iniciativas, em modestos projetos.

Anos depois, decidi cursar Jornalismo na PUC-SP. Ali, segundo o bispo, os
bons valores eram autenticamente praticados. A realidade mostrou que se tratava
de uma percepção correta dos exercícios educativos do caldeirão de
Perdizes.


Veja e CNBB

Logo depois de formado, incorporei-me à equipe de repórteres da Veja.
Uma de minhas principais atribuições era justamente cobrir a área de religião.
Que dura prova… À época, muitos dos bispos progressistas negavam-se a conceder
entrevistas para o pessoal do semanário. E até tinham suas razões: o que não era
inventado freqüentemente era distorcido.

Repórteres da Veja encontravam, portanto, enormes dificuldades para
coletar informações nos concorridos encontros anuais da CNBB, no convento
de Itaici, em Indaiatuba (SP). Sempre disponível, no entanto, Dom Luciano
atendia a todos. Ainda que ponderado e suave, manifestava-se com espantosa
franqueza sobre os problemas brasileiros, especialmente sobre as injustiças
sociais. Jamais negava a comunicação franca e objetiva, mesmo quando procurado
por profissionais que serviam como detratores da doutrina social da Igreja.

Noutras ocasiões, entretanto, Dom Luciano escondia-se da imprensa. No
Estado de S.Paulo, por exemplo, encontrei enorme dificuldade para
produzir uma reportagem sobre sua fabulosa atividade caritativa. Avesso às
estratégias de marketing pessoal, o bispo ocultava seu sacrifício diário. Como
detetive, acompanhei suas aventuras. Numa madrugada, em sua casa, acolheu um
sem-teto e lhe deu de comer. Noutra, cortou os cabelos e unhas de um catador de
material reciclável. Noutra madrugada, foi consolar uma senhora enferma na
remota-periferia. Dormia pouco, cerca de quatro horas por noite, mas
jamais permitia propaganda de sua beatitude.

Ainda no Estadão, recordo-me de ser destacado para cobrir um encontro
de teólogos progressistas em Domingos Martins (ES). Considerado representante de
um jornal "burguês" e "reacionário", fui impedido de entrevistar qualquer um dos
participantes do evento. "Democraticamente", decidiu-se que ninguém poderia
manter contato com o "repórter da imprensa de direita".

Ironicamente, isso ocorria numa época de profunda transformação na linha
editorial do Estadão, à época sadiamente oxigenado pelas reformas
introduzidas pelo jornalista Augusto Nunes. Buscava-se executar um trabalho
honesto, com o máximo de isenção possível.

Numa tarde, recordo-me de manter a mão estendida por uns seis ou sete
segundos – uma eternidade –, aguardando o cumprimento do admirável Leonardo
Boff. Em vão. Recebi apenas o olhar severo. Minutos depois, fui informado de que
deveria deixar a área pública do local de encontros.

No dia seguinte, no estacionamento, ouvi gratificado a voz discordante, mas
conciliatória, de Dom Luciano, em visita aos intelectuais católicos. Segundo
ele, os que denunciavam sofrer censura jamais poderiam censurar. Os que
reclamavam do silêncio imposto pela Congregação para a Doutrina da Fé jamais
deveriam recolher-se ao silêncio vingativo. Para o esclarecido sacerdote, a
comunicação social exigia respeito e confiança, tanto dos agentes de
transformação quanto dos produtores da notícia.

Ainda no Estadão, tive de redigir – para a gaveta – uma espécie de
perfil póstumo de Dom Luciano, que se ferira gravemente em um terrível acidente
automobilístico. Passaram-se as semanas, e tecidos e ossos quiseram se
reconstruir. Um colega de redação arriscou dizer que a modesta santidade lhe
servira de escudo e remédio.

As últimas lições

Durante anos, Dom Luciano experimentou uma espécie de exílio. Ainda assim, no
entanto, manteve-se fiel a seus princípios. Sempre recebeu fraternalmente os
jornalistas que o procuravam. Dissertava com maestria sobre a complexa relação
entre o mundo em metamorfose e os dogmas religiosos. Manifestava sinceramente
sua opinião, sem nunca confrontar a Santa Sé. Eclesiologicamente, procurava a
"unidade" e estimulava a "multiplicidade", seguindo as orientações que o Cardeal
Ratzinger – hoje Papa Bento XVI – dera aos bispos brasileiros, num curso no Rio
de Janeiro, em 1990. Pacientemente, buscava o mesmo que Dom Hélder
Câmara: traçar roteiros nos quais as "paralelas" se encontrassem.

Talentoso desenhista, excelente articulista e conferencista, Dom Luciano
deixa enorme lacuna numa Igreja que parece ter desaprendido o ofício de
comunicar. Que seu exemplo seja, portanto, preservado e difundido. Que tenhamos
coragem de informar sem arrogância. Que sejamos ousados para tentar, também à
sombra do tempo breve, provar de sua modesta santidade.

Categorias:Reflexões

Galvão e Basquete – Comunique-se

A volta do velho Galvão

Marcelo Russio (*)

Olá, amigos. O Grande Prêmio da Turquia de F-1 do último domingo,
além de lembrar as velhas corridas, com ultrapassagens arrojadas,
inúmeros acidentes e muita emoção, trouxe de volta algo que já não se
via há muito tempo: a velha narração de Galvão Bueno.

Pode-se dizer o que for de Galvão, mas o fato é que ele tem uma
marca registrada ao menos: dar emoção às corridas que, na voz de outros
locutores, podem tornar-se tediosas e cansativas. O que os
telespectadores da TV Globo puderam ver no último domingo foi a volta
de um estilo único de narrar corridas, que estava de certa forma
esquecido. Não que as narrações das provas anteriores fossem ruins, mas
estavam aquém da que foi feita no GP da Turquia, e que era algo comum
nos tempos de Senna e Piquet.

Pode-se, claro, creditar o fato à vitória de um brasileiro, Felipe
Massa, que não acontecia há algum tempo. Mas mesmo nas vitórias de
Barrichello pela Ferrari, Galvão Bueno não parecia estar com a mesma
garra que demonstrou na corrida.

Pode-se também explicar que o GP da Turquia foi um dos melhores não
deste ano, mas dos últimos anos, e certamente empolgou o narrador a
ponto de fazê-lo voltar a dar a antiga emoção à transmissão.

Seja a razão qual for, o fato é que foi muito gratificante assistir
a uma corrida narrada pelo velho Galvão Bueno. Tomara que outras venham
pela frente.

******

Esta semana comecei a cobertura do Mundial Feminino de Basquete, que
acontece em setembro, em São Paulo. Incrível quanto possa parecer, nos
dois primeiros dias (segunda e terça-feira), só havia eu e mais dois
repórteres nos treinos da seleção brasileira.

O telefone do assessor de imprensa da CBB não pára de tocar com
pedidos de informação sobre as jogadoras, credenciamento (que acabou no
dia 01 de
julho) e o torneio. Se é assim que o Brasil e a imprensa
brasileira dão importância a um dos times mais vitoriosos do nosso
esporte olímpico nos últimos tempos, é bom que não se venha depois
dizer que o apoio ao financeiro esporte só acontece a cada quatro anos,
às vésperas da Olimpíada.

A atenção da imprensa, parece, também.

Em tempo: quando se anunciou que Leão, técnico do Corinthians, daria
uma palestra às jogadoras, a imprensa compareceu em peso ao local
marcado.

(*) Jornalista esportivo, trabalha com internet desde 1995,
quando participou da fundação de alguns dos primeiros sites esportivos
do Brasil, criando a cobertura ao vivo online de jogos de futebol. Foi
fundador e chegou a editor-chefe do Lancenet e editor-assistente de
esportes da Globo.com.

29/8/2006

Categorias:Jogos

Por que as artes apóiam Lulla

Diogo
Mainardi

O
mensalão das artes
"A Eletrobrás patrocinou o último espetáculo teatral de José
de Abreu.
É um monólogo
em que ele interpreta José Dirceu, José Mentor e Gilberto Gil. Uma gente
da melhor qualidade. José  de Abreu ganhou 145 900 reais pelo espetáculo"

José de Abreu é ator. Apóia Lula. Os
americanos decidiram boicotar Mel Gibson por seu anti-semitismo e Tom Cruise por
sua cientologia. Podemos boicotar José de Abreu por seu lulismo. Ele é nosso Mel
Gibson. É nosso Tom Cruise.

A Eletrobrás patrocinou o último
espetáculo teatral de José de Abreu. É um monólogo em que ele interpreta José
Dirceu, José Mentor e Gilberto Gil. Uma gente da melhor qualidade. Liguei para a
assessoria de imprensa da Eletrobrás e perguntei quanto José de Abreu ganhou
pelo espetáculo. Foram precisamente 145.900 reais. É muito? É pouco? Que sei lá
eu? A rigor, qualquer investimento em teatro pode ser visto como um
despropósito. O fato é que, contando com uma forcinha de José Sarney, José de
Abreu ganhou o patrocínio da Eletrobrás. E apóia Lula. Em setembro, ele
apresentará seu espetáculo no Amazonas. Amazonenses: boicotem-no.

Wagner Tiso também apóia Lula. Fui
conferir sua agenda. Vi que ele rege a Orquestra da Petrobras, toca no Domingo
na Funarte, coordena as Quintas no BNDES, viaja a Paris a convite do Ministério
da Cultura, é mandado a Goiás pelo Ministério do Turismo, apresenta-se no Centro
Cultural Banco do Brasil, e pede tutu da Lei Rouanet para gravar um CD
comemorativo de sua carreira. Gosto de me intrometer na vida dos outros. Eu
teria o maior interesse em saber quanto do faturamento de Wagner Tiso foi
bancado pelo Estado nos últimos anos. E se o número aumentou ou diminuiu durante
o mandato de Lula. Pensei em ligar para ele e perguntar-lhe diretamente, mas
fiquei envergonhado. Wagner Tiso é amigo de um amigo. Já amolei tanta gente que
só me restou amolar os amigos dos amigos. Acabei telefonando para a assessoria
de imprensa da Petrobras, para tentar descobrir o valor de seu contrato com a
Orquestra. Ninguém quis me informar. A Petrobras é o maior patrocinador cultural
do Brasil. Em 2005, investiu 235 milhões de reais em patrocínios. É o mensalão
das artes.

Cada um vota como bem entende. Eu só
acho que, por pudor, os lulistas deveriam fazê-lo escondido, em vez de
anunciá-lo publicamente, como aconteceu na casa de Gilberto Gil, na última
segunda-feira. Listei algumas personalidades do meio artístico que declararam
voto em Lula e que merecem ser boicotadas. Todas elas já receberam alguma ajuda
do Estado. O efeito do boicote será nulo. Mas é sempre uma farra perturbar os
lulistas. Caso alguém queira acrescentar um nome, mande-o para mim. Por enquanto, minha lista é a seguinte: Paulo Betti, Arlete
Salles, Bete Mendes, Jorge Mautner, Alcione, Jards Macalé, Renata Sorrah, Zeca
Pagodinho, Fernanda Abreu, Luiz Carlos Barreto, Augusto Boal, Rosemary, Jorge
Furtado, Marcos Winter, DJ Marlboro, Ariano Suassuna, Shel, Cara Branca, Magrelo
e Moringa. Peraí. Cancele a última parte. Estou confundindo tudo.
É o
problema de ler tantos jornais.
Os quatro
últimos apóiam o PT, mas não pertencem ao meio artístico.
Pertencem
ao PCC.

ACM Malvadeza em mais uma polêmica…

RESPOSTA A ACM
Leva, meu samba, meu mensageiro, esse recado…

Por Aldir Blanc em 29/8/2006

O Sena-Sênior ACM, vulgo Malvadeza, me acusou de ser "um elemento lulista infiltrado" no Jornal do Brasil. E concluiu seu arrazoado (?) me chamando de canalha.

Senadô-Skindô, por mais que eu viva nenhum elogio me trará orgulho maior do que ser chamado de canalha por V. Excrescência. Quem lê minha coluna sabe que o pau canta à direita, à esquerda e, claro, no centro, com igual prodigalidade. Espero que a grande famiglia pefelista já tenha providenciado junta médica competente para lubrificar os parafusos do Cacicão. A julgar pelas suas mais recentes declarações, as encrencagens, desculpem, engrenagens, estão precisando de uma lubrificada urgente: ginkgo biloba, piracetan, talvez um viagrinha… O senador, craque em prestidigitação, mais uma vez misturou as bolas: combatividade é muito diferente de baba paranóica escorrendo gravata parlamentável abaixo.

A ojeriza é mútua. Estou farto de maquiavelhos de fraldão deitando regras. Toda essa mixórdia envolvendo valeriodutos, mensaleiros, sanguessugas e saúvas, começa com políticos da sua estirpe. O mecanismo é manjado. Se as denúncias favorecerem meu partido, palmas, vamos apurar. Agora, se a canoa virar, o denunciante passa a bandido e fim de papo, vai ser preciso buscar a propina em outro guichê. A máscara-de-pau que descrevo acima é suprapartidária. Os que não a exibem são as exceções que confirmam as regras vigentes. Quando as regras rompem os diques e escorrem periferia abaixo, não há Lembo Pétala-Macia que evite derramamento de sangue – na maioria dos casos, inocente. Mas o meu negócio não é discurso, é galhofa.

Trabalho Infantil e Justiça de Ouro Preto em polêmica na mídia

 

MINAS GERAIS
Juíza manda apreender o Observatório Social

Por Dauro Veras em 29/8/2006

Promotora questiona autenticidade de reportagem sobre trabalho infantil e alega que as fotos foram forjadas pela equipe de jornalistas. O Observatório Social considera a apreensão da revista e a retirada das imagens do site um ato de censura, incompatível com os preceitos da democracia e da liberdade de imprensa. A organização reafirma a autenticidade das fotos e o conteúdo da denúncia.

A juíza Lúcia de Fátima Magalhães Albuquerque Silva, da Comarca de Ouro Preto, acatou ação civil pública do Ministério Público do Estado de Minas Gerais e determinou a apreensão da edição nº 9 da revista do Observatório Social. A reportagem de capa, intitulada "A idade da pedra", mostra que empresas mineradoras da região de Ouro Preto usam mão-de-obra de crianças na coleta de rochas de talco. Após ser beneficiado, o talco é vendido a empresas multinacionais. A juíza também determinou a retirada, do site de internet do Observatório Social, de todas as imagens onde aparecem crianças trabalhando.

A juíza acatou a argumentação da promotora de justiça Luiza Helena Trócilo Fonseca, de que a revista "publicou matéria forjada expondo indevidamente menores da localidade de Mata dos Palmitos, subdistrito de Ouro Preto, como explorados nas Minas de Talco". Na ação, a promotora alega que a publicação das fotos é "fato não só constrangedor aos mesmos, como a toda a comunidade, inclusive com prejuízos financeiros para todo o local. Afinal, a Mata dos Palmitos, conhecida pelo seu belo trabalho artesanal, passou a ser vista como uma comunidade em que o trabalho infantil é explorado, o que não é tolerado pela legislação vigente".

Censura

O fato marcante é que a ação não contesta a existência de trabalho infantil, "não sendo este o enfoque", segundo a promotora, "sendo inconseqüente tratar deste assunto nesta, que nenhum documento possui acerca das autuações ocorridas na região, nem muito menos isso verificou, já que a notícia levada ao Ministério Público era referente à utilização indevida da imagem da criança e do adolescente".

O Ministério Público do estado de Minas Gerais está preocupado com eventuais danos causados a imagem das crianças, que foram fotografadas carregando pedras que chegam a pesar mais de 10 quilos: "Vale registrar que encontrou o Ministério Público, na localidade denominada Mata dos Palmitos, crianças e adolescentes assustados, e genitores enfurecidos com a imagem de seus filhos utilizadas na Internet e na revista Observatório Social, sendo identificados não só no país, como fora dele, como crianças exploradas".

No documento que determinou a apreensão da revista e a retirada das fotos do site, escreveu a juíza Lúcia de Fátima: "a situação é ainda mais grave quando se verifica, pelos documentos que acompanham a inicial, que não houve autorização dos pais das crianças e adolescentes e, pior, as mesmas não estariam de fato trabalhando, mas teriam sido atraídas mediante atos ardilosos de prepostos dos requeridos para posarem para as fotografias". Segundo ela, a publicação das fotos das crianças trabalhando "expõe as mesmas ao vexame e à execração pública".

Os atos "ardilosos" são baseados em depoimentos, coletados pela promotora, de que a reportagem teria dito as crianças "que as fotos eram para comparar a Mata dos Palmitos antiga com a nova".

Posição do Observatório

O Observatório Social considera a apreensão da revista e a retirada das imagens do site um ato de censura, incompatível com os preceitos da democracia e da liberdade de imprensa. Sobre a ação civil pública apresentada pela promotora Luiza Helena Trócilo Fonseca, o Observatório vê um desvio do foco central do problema: "A promotora deveria se preocupar em enfrentar a exploração do trabalho infantil, um problema antigo na região de Ouro Preto, e não em censurar organizações empenhadas na erradicação de todas as formas de trabalho infantil", diz o presidente do Observatório Social, Kjeld Jakobsen.

A alegação de que a reportagem foi forjada questiona a postura ética do Observatório Social e dos autores da reportagem, o jornalista Marques Casara e o fotógrafo Sérgio Vignes, que durante quatro meses investigaram a ocorrência de trabalho infantil em Minas Gerais e constataram a presença de trabalho infantil generalizado nas áreas de extração de minério de talco. Os autores da reportagem, que reafirmam a autenticidade das imagens e o conteúdo da reportagem, entregaram, no dia 11 de maio de 2006, um CD com as matrizes digitais das fotos à procuradora Adriana Augusta de Moura Souza, do Ministério Público do Trabalho.

A procuradora iniciou um procedimento investigatório que tem o objetivo de apurar os fatos apontados pela revista. Ela esteve em uma audiência pública realizada no dia 21 de março em Ouro Preto e disse o seguinte: "Aos olhos do jornalista Marques Casara, e aos meus olhos, a realidade é gritante e as crianças não podem continuar sendo expostas desta maneira. Não estamos aqui contra a ninguém, mas isso não pode continuar a acontecer, vamos investigar e os culpados serão punidos". A procuradora ainda realiza diligências e promete para breve a conclusão das investigações.

Em nota publicada no site de Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o presidente da organização, Sérgio Murillo de Andrade, protestou:

"Além do absurdo de determinar a apreensão da revista, a decisão da juíza mineira faz um questionamento inaceitável sobre a seriedade da publicação do Observatório Social e a integridade ética de dois respeitados e conceituados jornalistas".

Nota pública

A intenção da revista, ora apreendida, é ecoar a problemática do trabalho infantil no Brasil, no intuito de conscientizar e sensibilizar as instituições e empresas que de alguma forma obtêm lucros e benefícios na exploração mineral. Empresas que compram produtos obtidos mediante exploração de mão-de-obra infantil tornam-se financiadoras desta prática.

Leia abaixo a integra da nota pública divulgada pelo Observatório Social em 27 de março de 2006:

Em fevereiro de 2006 o Instituto Observatório Social publicou uma reportagem sobre o trabalho infantil na mineração de talco na localidade de Mata dos Palmitos, em Ouro Preto (MG). Por se tratar de tema sensível e de prática ilegal, é natural que a matéria tenha provocado grande impacto. Após a publicação da reportagem, o Ministério do Desenvolvimento Social aumentou de 60 para 280 o número de bolsas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti).

Pelo menos duas das multinacionais que compravam talco na região suspenderam o negócio com as empresas mencionadas. A Prefeitura de Ouro Preto se comprometeu a executar um projeto de desenvolvimento social e econômico na região afetada pelo trabalho infantil. A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em parceria com a Câmara Municipal de Ouro Preto, organizou uma Audiência Pública, no dia 21 de março, para discutir o tema. O Ministério Público do Trabalho instaurou um inquérito para aprofundar as investigações e apontar os responsáveis.

Por outro lado, há os que negam a existência de trabalho infantil pura e simplesmente, dentre eles políticos da região e empresas. O Observatório Social foi, inclusive, notificado extra-judicialmente por duas delas, solicitando revisões no texto da reportagem. Também tivemos a oportunidade de dialogar diretamente com representantes de algumas empresas mencionadas na matéria.

Diante disso, achamos necessário nos manifestar publicamente:

1) O Instituto Observatório Social não pratica "denuncismo" e reafirma o conteúdo da reportagem;

2)

Em todos os nossos trabalhos, somente fazemos afirmações passíveis de serem comprovadas;

3)

No caso da exploração de esteatita em Mata dos Palmitos, reiteramos que até o dia da publicação da reportagem, pelo menos, havia crianças e adolescentes trabalhando na coleta e empilhamento de rochas, material que alimenta as cadeias produtivas do talco, da exportação de pedra-sabão e do artesanato. No caso do artesanato, também existe a participação direta das crianças e adolescentes na confecção do produto acabado.

4)

A extração do talco é feita de forma clandestina, pois as mineradoras não têm autorização de lavra, o que está associado também à ocorrência de crimes ambientais e tributários;

5)

O objetivo do nosso trabalho, ao apontar a violação das Normas Fundamentais de Trabalho da OIT, dentre outras irregularidades, é contribuir com a informação e o debate, pressuposto básico para solucionar os problemas.

Categorias:Pense Direito

Da Série: Notícias que não precisávamos saber…

29/08/2006 ¦ 04:02

O terceiro mandato de Lula

Da colunista Eliane Cantanhêde na Folha de S. Paulo, hoje:

"O projeto "Lula, 20 anos" passa pela eleição de Lula para um terceiro mandato em 2015. Calma! Não é brincadeira, não! O homem, que já não é um poço de humildade, está com o ego na Lua diante da possibilidade concreta de vitória no primeiro turno e sonha longe. O céu é o limite.

Ao martelar, via ministros, deputados e assessores, que está disposto a passar a faixa presidencial de mão beijada para José Serra ou principalmente para Aécio Neves em 2010, Lula não deixa dúvidas. O tal "pacto nacional", que passa a incluir o fim da reeleição, com a volta de mandato de cinco anos, só pode ser para isso: o terceiro mandato." Assinante da Folha leia mais aqui

Enviada por: Ricardo Noblat

Novas Pautas

29/08/2006 ¦ 13:16

Mudando de assunto

Tem pesquisa do Instituto Datafolha logo mais no Jornal Nacional. Aplicada hoje. Se ela confirmar a vitória folgada de Lula ainda no primeiro turno, adeus eleição presidencial. Teremos de procurar outros assuntos para discutir aqui.

Que tal um: O segundo mandato de Lula será melhor ou pior do que o primeiro? Ou então: Haverá menos corrupção no segundo mandato de Lula? Ou ainda: PT e PSDB serão capazes de se entender minimamente para garantir a governabilidade?

A reeleição será trocada por um mandato presidencial de cinco anos? Se for, Lula tentará voltar em 2015?

Quem será o candidato do PSDB à sucessão de Lula em 2010? Serra ou Aécio? Se for Serra, Aécio disputará pelo PMDB ou PSB apoiado por Lula?

Não faltarão assuntos.

Enviada por: Ricardo Noblat

Dia Antitabagismo

Recado aos antitabagistas
Hoje, 29 de agosto, é o Dia Nacional de Combate ao Fumo, mas, pelamordedeus, nada de violência, hein, pessoal!

Inté.

Categorias:Saúde e bem-estar

A Justiça Tarda e Falha!

Veredicto sem fim

Marinheiro espera 30 anos para ir a Júri popular

por Aline Pinheiro

Em julho de 1976, quando o crime ocorreu, João Gomes de Oliveira, o réu, era um jovem de 33 anos, cozinheiro do navio Rio Grande do Norte. Adyr Vieira, a vítima, então com 46 anos, era o imediato da embarcação, hierarquicamente superior a João. Uma briga entre os dois, duas facadas deferidas e o destino de João estaria selado para o resto da vida.

Neta segunda-feira (28/8), 30 anos depois dos fatos, João foi a Júri popular. Foi condenado a cinco anos de reclusão em regime semi-aberto, com direito a apelar em liberdade. Se transitar em julgado, a pena provavelmente não será executada porque presume-se que já esteja prescrita. Para penas inferiores a oito anos, a prescrição ocorre em 12 anos. Isso ainda terá de ser analisado pela Justiça, já que existem lapsos durante o processo que interrompem a contagem do prazo prescricional.

Nem para João, nem para Adyr Vieira, a vítima, a vida vai mudar com a decisão tardia da Justiça. Como a sentença, o julgamento em si também teve um tom surrealista. Provavelmente, quando o crime ocorreu, nem a juíza da 1ª Vara Federal Criminal, Paula Mantovani Avelino, que presidiu o júri, nem o procurador responsável pelo caso, Roberto Antônio Diana, sabiam quais eram as penas para um homicídio tentado.

Todas as testemunhas do caso já estão mortas. Se estivessem vivas, possivelmente não lembrassem os detalhes do acontecido. A vítima, hoje com 76 anos, é quem dá a sua versão dos fatos tanto para a acusação como para a defesa. Mas não se lembra mais de quase nada. Seu relato no Tribunal do Júri, vago e impreciso, não durou mais que 10 minutos.

O acusado ainda se lembra de tudo. O fato aconteceu em 1976, em alto mar, a bordo do navio Rio Grande do Norte, onde João era o cozinheiro e Vieira o imediato. Vieira queria um bife para comer no lugar da dobradinha servida à tripulação. Pediu a João que o preparasse. O cozinheiro recusou-se. Só recebia ordens do comandante. Os dois se desentenderam. Vieira deu um empurrão. João respondeu com dois golpes da faca que tinha à mão. Vieira sobreviveu.

De réu, João tornou-se vítima da morosidade do Judiciário. Representado por um defensor público — não um, mas vários que se sucederam ao longo do tempo — teve oportunidade, durante esses longos anos, de rever o crime, se arrepender, desarrepender, foi intimado, depôs e, principalmente, esperou. Sua vida ficou marcada não pelo crime em si, mas pela espera do julgamento e da sentença. Neste ínterim casou, teve filhos, se aposentou e ficou viúvo. Mas faltou Justiça.

A lentidão do julgamento é atribuída, neste caso, a sucessivos conflitos de competência, já que o crime ocorreu em alto mar. Os autos foram para a Justiça Estadual e só chegaram à Justiça Federal em 2003, 27 anos depois do recebimento da denúncia.

“Justiça atrasada não é Justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”. A frase de Rui Barbosa se ajusta sob medida ao caso. O veredicto do Tribunal do Júri não tem mais nenhuma conexão com a realidade, não teve nenhum significado para a vítima, dificilmente terá algum efeito para o réu.

Revista Consultor Jurídico, 29 de agosto de 2006

Categorias:Pense Direito

Guinnes com HQ´s!!!

Guinness 2007 terá recordes de HQs
Por Marcelo Hessel
29/8/2006
 

Os quadrinhos estão mais pop do que nunca. Até o Guinness, o livro dos recordes, já absorveu os gibis.

A edição 2007 do Guinness World Records traz duas páginas dedicadas ao tema. Entre os índices, a nação que mais lê quadrinhos, a HQ mais antiga e as primeiras aparições de super-heróis. Alan Moore se destaca, com dois recordes, relacionados aos Eisner Awards: mais prêmios de melhor escritor (nove vitórias) e mais prêmios de melhor graphic novel (quatro vezes).

O site da publicação já traz algumas marcas do gênero, como o menor gibi do mundo (o holandês Agent 327, com 2,58 por 3,7 centímetros). Visite aqui.

O livro dos recordes será lançado no Brasil em outubro pela Ediouro.

Categorias:Passatempos

Foto de candidato deficiente é barrada em SP

Do Blog do Noblat publicado hoje:

"Deficiente visual, o deputado estadual Rafael Silva (PDT-SP) foi impugnado pela
Justiça Eleitoral porque usava óculos escuros na foto que iria para as urnas."

Só faltava essa…

Inté.

Justissa Brasileira – Recebi por e-mail

Que justissa temos no Brasil?
Edição de Artigos de Domingo do Alerta
Total:
http://alertatotal.blogspot.com

Por
Jorge Serrão

Se o problema fosse só de um atentado terrorista contra a
ortografia, tudo estaria até bom demais. Mas a questão da injustiça no Brasil
é muito mais séria. Imagine um País que tem uma "justissa" que expede
um mandado de busca e apreensão para um "perigoso bandido", hoje com cinco
anos de idade, que é acusado de cometer o crime hediondo de ter jogado uma
pedra e
quebrado o vidro de um carro, quando tinha apenas dois anos de
idade?

Não perca tempo imaginando. O absurdo fato foi real. O Tribunal
de Justiça de São Paulo está cobrando explicações oficiais do juiz do
município paulista de Serrana, próximo à Ribeirão Preto – a mesma cidade
que tem um candidato a deputado federal que promove uma campanha eleitoral
milionária, em busca de um mandato que lhe dará foro privilegiado no Supremo
Tribunal
Federal, para responder a acusações como a de usar seu poder de
ministro da Fazenda para mandar quebrar,
criminosamente, o sigilo bancário do
caseiro Francenildo dos Santos Costa.

Lá nos arredores de Ribeirão
Preto, a mesma justissa – que deixa Antônio Palocci Filho concorrer a uma
vaga salvadora na Câmara dos Deputados – impôs um constrangimento a uma
criancinha de cinco anos e a seu pai. Fazemos a pergunta idiota: Será que
isso ocorreu porque ambos são de uma família pobre (e nunca administrou
uma prefeitura cuja gestão é acusada de
várias irregularidades, ou, muito
menos, chefiou um poderoso ministério em que o titular se transforma
em boneco do ventríloco de inconfessáveis interesses dos banqueiros
internacionais que controlam a economia mundial)? Melhor não
responder…

Filho e pai foram vítimas dessa arbitrariedade cometida
por um operador do Direito e da Justiça – certamente acometido de um lapso
que o fez ignorar o Estatuto da Criança e do Adolescente. A reportagem
da Rede Record revelou o caso absurdo: o juiz José Roberto Bernardi Libera
expediu um mandado de busca e apreensão para uma criança de apenas cinco
anos. O
garoto é acusado de ter quebrado o vidro de um carro há três
anos.

A tia do garoto, Edna Calbelo, denunciou que foi abordada por
policiais civis. Eles disseram que tinham um mandado de busca e apreensão do
sobrinho dela e que ela deveria buscá-lo na escola imediatamente.
Edna alegou aos brilhantes policiais que era apenas tia e que não tinha
autoridade para isto. Por isso, levou os policias até a casa do seu irmão e
mostrou a foto do
sobrinho aos "agentes da lei". Edna expôs a ambos
o absurdo: "Olha lá o tamanho da pessoa que vocês
querem prender".

A estarrecida e amedrontada Edna Calbelo comentou
que os policiais justificaram a atitude, alegando que "estavam apenas
cumprindo a ordem da Justiça". Pelo procedimento deles, a ordem foi da
justissa para ser cumprida pela pulissa. Vida bandida que segue,
na quinta-feira passada, o pai do menino e o garoto compareceram na
presença do juiz. Durante a audiência,
Edson Calbelo lembra que mostrou a sua
indignação.

"Eu fiquei revoltado porque eles não prendem bandido
e mandam prender uma criança? O juiz me disse que tudo era um mal
entendido e que não tinha mandado prender o meu filho. Eu falei para ele que
o camburão foi lá em casa buscar o menino e que os policiais
queriam prendê-lo. Não fizerem isto porque minha irmã
não deixou".

Também demonstrando que ignorada o
verdadeiro princípio do Estado Democrático de Direito, um funcionário do
Fórum de Serrana, que prefere não ter o nome divulgado, garantiu que não
houve ilegalidade no ato do magistrado. Palavras do servidor da justissa
à Rede Record: "O juiz fez uma intimação para o garoto e o responsável
irem a uma audiência e eles não foram
localizados no endereço. Por isto foi
expedido um mandado para que o menor e o responsável fossem levados à
presença dele. Isto é de praxe. Agora que o pai e o menor estiveram aqui e
foram advertidos, o caso está encerrado".

Mas o caso não está
encerrado coisa nenhuma. Agora é que começa o verdadeiro caso. A Comissão dos
Direitos
Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil considera ilegal o ato
do juiz. A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (regional de
Ribeirão Preto), Ana Paula Vargas Melo, afirma que crianças menores
de doze anos não podem responder por atos infracionais. "Quando a criança
comete algum delito ela tem que cumprir medida de proteção e não
sócio-educativa".

A advogada destaca que o erro originário do
processo foi do delegado que registrou o "crime". Após fazer o Boletim de
Ocorrência, ele deveria ter comunicado o caso ao Conselho Tutelar. "Os
conselheiros fariam uma visita à família e verificariam se tudo não passou
de uma brincadeira ou se a família precisa de auxílio na educação das
crianças".

A representante da OAB ressalta que a busca e apreensão de
criança só é legal apenas em casos graves. Além disso, é preciso o
acompanhamento de uma assistente social e não de policiais, como ocorreu
com a pobre família de Edson Calbelo. Se fosse necessária a presença de
policiais, eles deveriam seguir em outra viatura, para não causar danos à
criança.

Imaginem se seu Edson Calbelo tivesse sobrando em sua conta
corrente R$ 6 milhões 790 mil reais – dinheiro que Palocci gastou até agora
em sua humilde campanha eleitoral. Dificilmente, o pobre seu Edson e seu
filho (que, aos dois anos de idade, atirou uma pedra no vidro de um carro)
seriam incomodados pela Justiça. Pena que o menino não tem idade para ser
candidato.
Nem para ser ministro da Fazenda. E ainda bem que o garoto não
jogou pedra na Justiça que é rápida em punir ladrão de galinha, mas é lenta
para botar corrupto na cadeia. Já pensou que estrago o filho do seu Edson
faria no fino telhado de vidro da injustiça?

É por fatos como esse –
sofridos pela família do seu Edson Calbelo – que o Brasil mergulha no
Estado Cleptocrático sem Direito. Em sua origem grega, a palavra
Cleptocracia, significa, literalmente, "Estado governado por ladrões". Na
Cleptocracia, não existe
Democracia. Muito menos respeito ao Direito. "O
crime do rico a lei o cobre. O Estado esmaga o oprimido. Não há direito
para o pobre. Ao rico, tudo é permitido". Os versos do hino da Internacional
Socialista descrevem bem o que acontece no Brasil governado pelo crime
organizado – onde ocorre uma a sinistra associação objetiva de criminosos
formais de toda a espécie com membros dos poderes estatais, para a prática
de ações delituosas.

A verdadeira Democracia é "a segurança do Direito".
No governo dos ladrões, impera a injustiça. Ou a justissa, como escreveria
um apedeuta que vive embriagado (pelo poder) e não entende nada de lei –
ou finge que não entende. Os membros do governo do crime organizado
instituem o legítimo "direito de roubar", que é a negação de qualquer
Direito. Na conjuntura cleptocrática, o poder Judiciário (que deveria ser
o guardião da Segurança do Direito) se transforma, na melhor hipótese, em
agente inconsciente da legitimação do crime organizado, em parceria com os
poderes Executivo e Legislativo.

Vale a pena repetir, até cansar, o
que tem sido exposto em artigos do Alerta Total. Conceitualmente,
o governo do crime organizado ocorre quando uma nação deixa de ser
governada por um Estado de Direito imparcial, com segurança, e passa a ser
governada pelo poder discricionário de pessoas que tomaram o
poder político, nos diversos níveis, coma finalidade de
roubar e explorar
todas as riquezas naturais da nação. Os bandidos utilizam a corrupção sobre
as instituições republicanas como o principal meio para atingir seus fins:
o lucro a todo e qualquer custo, explorando cada cidadão honesto, que
trabalha e produz.

Os controladores internacionais impedem que o
Brasil conquiste sua soberania nacional. O governo do crime organizado,
por eles patrocinado, é a maior ameaça à saúde institucional dos três poderes
no Brasil. Mas o governo do crime organizado é mantido por
forças internacionais que nunca quiseram a soberania do Brasil. As forças
do mal estão hoje concentradas na chamada City de Londres, de onde os
poderosos do mundo controlam a vida e o destino das nações que
não acordaram para a necessidade de ter auto-determinação.

Os
controladores externos são os verdadeiros inimigos do Brasil, pois investem
alto para manter o nosso governo formal e a nossa classe política
funcionando como "bonecos corruptos do ventríloco" que agem contra os
interesses soberanos do povo brasileiro. É contra esse inimigo maior, que
controla o governo do crime organizado, que os brasileiros de verdade, se
reúnem
neste domingo para promover a Marcha Brasil contra
a Corrupção.

O líder negro norte-americano Martin Luther
King, certa feita, destacou que a maior preocupação não era com o grito
dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter ou dos
sem-ética. "A maior preocupação de cada um de nós deve ser com o
silêncio dos bons". Os brasileiros esclarecidos e conscientes cansaram
de ser vítimas diárias do governo do crime organizado. E como os bons têm
a coragem de promover a Marcha Brasil contra a Corrupção, é hora de todo
brasileiro romper o
silêncio e gritar: "Fora, governo do
crime organizado". "Fora, Ladrões". "Chega de injustiça". "Brasil Acima de
Tudo!".

Categorias:Pense Direito

Campanha Papa Hexa Brasil – Com Vergonha na Cara!!!

Não digam depois que o movimento não foi iniciado aqui mesmo, neste Blog!!!

Começa hoje a Campnha Para Hexa Brasil com Vergonha na Cara e Hombridade!

Ao contrário da Seleção Brasileira e do nosso futebo lem geral, a CBV e as seleções brasileiras de voleibol estão dando já há muitos anos um show de caráter e de como fazer o certo. Seus astros podem ser trocados a qualquer momento, não há estrela solitária e o titular de hoje é o reserva ou o preterido de amanhã.

Treinam todos os dias e jogam diariamente em torneios internacionais, sem essas besteiradas de não poderem jogar em menos de 36 horas.

Bernardinho é um show à parte. Quando um técnico tem material humano à sua disposição, pode preterir facimente os que não seguem sua filosofia e temos uma Brasil campeão e respeitado constantemente e não episodicamente. Extirpou as reclamações, o jeitinho e a tão malfada catimba, que no futebol é considerada como essencial. Os jogadores praticam fair play e estão sempre no pódio porque têm qualidade. Quando o futebol tiver um décimo do profissionalismo do voleibol, seremos invencíveis.

Alguém consegue imaginar a transição dos técnicos das seleções masculina e feminina em qualquer outro esporte, de técnicos vencedores de uma seleção para outra fazendo trabalhos MELHORES  do que faziam antes??? Só menos com a hombridade da CBV e com o profissionalismo em geral dos que fazem o espetáculo do voleibol nacional para realizar tal façanha.

Ah, só para lembrar, hoje as duas seleções foram Hexa-campeãs. A feminina em cima da China, última campeã olímpica, num 3 X 0 em Macau pelo Grand Prix e a Masculina num 3 X 2 emocionante contra a França, de virada, depois do estar perdendo por 2 X 0, com uma atuação esplêndida de Giba.

Portanto, para coroar esta consgrada carreira, lanço a Campanha Papa Hexa Brasil com Vergonha na Cara e Hombridade para que Bernardinho seja nomeado Técnico da Seleção Brasileira de Futebol com PLENOS PODERES  para efeutar as convocações e mudanças que quiser e a garantia irretratável de continuidade no cargo pelos próximos OITO ANOS!!! Ganharemos tudo!!!

Inté.

Categorias:Jogos

Hiário Eleitoral – A Bombas da Eleição

Matéria sensacional da Revista Época!!! Não deixem de ler, clicando abaixo!!!

Principalmente se você não agüenta receber mais propagandas de Jorginho D´Orkut!!!

Hilário Eleitoral

Inté.

Categorias:Piadas

Morre Dom Luciano de Almeida – Uai

Domingo, 27 de agosto de 2006

Morre aos 75 anos dom Luciano
Mendes de Almeida

19:08

O calvário do líder religioso durou 42 dias. Governador
Aécio Neves decreta três dias de luto oficial em Minas

(Elaine
Resende/Portal Uai)


Morreu neste domingo em São Paulo, aos 75
anos, o arcebispo de Mariana, Dom Luciano Mendes de Almeida. O religioso estava
internado desde o dia 17 de julho no Instituto Central do Hospital das
Clínicas, na capital paulista, vítima de um câncer no fígado (hepatocarcinoma).
Segundo o boletim médico divulgado no início da noite, a causa da morte foi
falência múltipla de órgãos, desencadeada por uma falência do fígado. O boletim
atesta que o ex-presidente da Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB)
faleceu às 18h15.

Com o agravamento do quadro de saúde de dom Luciano, os médicos o transferiram
para a unidade de tratamento intensivo (UTI), no dia 9 de agosto. Desde então,
ele respirava com a ajuda de aparelhos e era submetido diariamente a
hemodiálises. Logo após o registro da morte, o corpo de dom Luciano foi
encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), em São Paulo.

A expectativa é de que o corpo chegue na segunda-feira a Mariana, a 115
quilômetros de Belo Horizonte, onde viveu nos últimos 18 anos. Depois da
divulgação do boletim médico, o bispo-auxiliar de São Paulo, dom Pedro Luiz
Stringhini e outros religiosos que trabalharam com dom Luciano, de 1976 a 1988,
quando ele foi bispo-auxiliar na Arquidiocese de São Paulo, na região Leste I,
chegaram ao Hospital das Clínicas. Informou também que o corpo seria levado
para a Catedral da Sé, onde amigos e fiéis poderiam "fazer suas despedidas
e orações".

O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo,
lembrou que dom Luciano foi o único bispo brasileiro que participou de todos os
sínodos, onze ao todo, em Roma, Itália. "A morte é sempre desafiadora. Eu
não só conheci dom Luciano, como admirava muito, pelo seu testemunho de vida,
fé e humanidade. Estive com ele, pela última vez, no Hospital Madre Tereza, em
Belo Horizonte, antes da transferência para São Paulo. O tema da conversa era
sempre ‘o outro’, as pessoas que precisamos cuidar", disse. Para dom
Walmor, o grande legado de dom Luciano é a coerência de vida, de desapego e
sentido humanitário iluminado pela fé".

Dom Luciano será sepultado na cripta da catedral de Mariana, que fica no
subsolo da igreja onde estão os corpos e outros arcebispos da cidade.

Igualdade de tratamento

O prefeito de Mariana, Celso Cota, disse ter recebido a notícia com muita
tristeza e considera a morte do arcebispo como uma perda mundial. "Dom
Luciano era um das pessoas, a nível mundial, que mais bem representava os
interesses das camadas mais pobres do nosso país. Lutou muito para diminuir
essa desigualdade social”, comenta. Para Celso Cota, o religioso deixou um
ensinamento enorme para todos: "Dom Luciano não só falava sobre fome, ele
falava sobre a falta de moradia, falava sobre a falta de acesso à escola, de
acesso à saúde de qualidade. Ele falava da importância o ser humano com um
todo."

Luto oficial

O governador de Minas, Aécio Neves, divulgou uma nota na noite deste domingo
lamentando a perda, especialmente para os mineiros, de "um líder de grande
valor, um homem de grande capacidade", e decretou luto oficial de três
dias no estado. Aécio ressaltou as qualidade de dom Luciano ao dizer que ele
foi um ser de "inteligência e coragem, que participou ativamente da luta
pela redemocratização em nosso país, pelo resgate da cidadania e dos direitos
fundamentais do homem".

"Perdemos também um líder espiritual que sempre esteve perto dos mais
pobres. Tivemos a felicidade de termos conosco, vivendo em Mariana, e nesses
últimos três anos e meio como conselheiro do governador de Minas. Ficam os seus
exemplos na história e uma grande saudade no coração de nossa gente",
acrescentou o governador.

Vida

Bispo desde 1976, dom Luciano nasceu no Rio de Janeiro, em 5 de outubro de
1930, filho de Cândido Mendes de Almeida e Emília Mello Vieira Mendes de
Almeida. Ainda jovem, ingressou na Companhia de Jesus, ordem religiosa de Santo
Inácio – Jesuíta. Estudou filosofia em Nova Friburgo e teologia, em Roma. Em
1965, doutorou-se em filosofia.

Um grande trabalho desenvolvido por dom Luciano foi à frente da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), como secretário-geral, de 1979 a 1987, e
presidente, entre 1987 e 1994. É integrante do conselho permanente do Sínodo
Episcopal e da Pontifícia Comissão Justiça e Paz, tendo sido vice-presidente do
Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), de 1995 a 1998. Antes de ser
nomeado, em 1988, arcebispo de Mariana, na região Central de Minas, foi
bispo-auxiliar na Arquidiocese de São Paulo.

Entre suas realizações na cidade histórica estão a organização da Arquidiocese
em cinco regiões pastorais; assembléias pastorais; reestruturação dos Conselhos
Arquidiocesanos; organização das pastorais da criança, do menor, da juventude,
das vocações e ministérios, do dízimo e pastoral familiar; reforma das casas de
formação do Seminário Arquidiocesano; investimento na formação e participação
dos leigos; organização dos religiosos na Arquidiocese; modernização da Editora
Dom Viçoso, investimentos na preservação das igrejas históricas; organização de
obras sociais e promoção da criança pobre, atendimento à juventude e à velhice.

Com informações de Gustavo Werneck/jornal Estado de Minas

Categorias:Organizações

Morre Dom Luciano de Almeida

27/08/2006

19h42

Morre Dom Luciano Mendes de Almeida, arcebispo de Mariana

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da Folha Online

Morreu neste domingo dom
Luciano Pedro Mendes de Almeida, 75, arcebispo de Mariana (MG), em
decorrência de falência múltipla de órgãos.

Dom Luciano estava
internado no Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP,
desde o dia 17 de julho, para tratar de um câncer no fígado. Ele foi
transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde permaneceu
em estado grave, sedado e respirando com a ajuda de aparelhos.

Juca Varella/Folha Imagem
Dom Luciano Mendes de Almeida

No
Hospital das Clínicas, Dom Luciano tratava de um tumor provocado por
uma recidiva do câncer desenvolvido há dois anos. Em 2004, submeteu-se
a uma cirurgia no fígado para retirada do tecido doente. Ele havia
contraído hepatite C há cerca de cinco anos, devido a uma transfusão.
Em alguns casos, o câncer de fígado aparece como uma das complicações
da hepatite C.

Presidiu a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos
do Brasil) de 1987 a 1994, tendo sido também secretário-geral de 1979 a
1987. Foi vice-presidente do Celam (Conselho Episcopal
Latino-Americano)de 1995 a 1998.

Dom Luciano escrevia uma coluna publicada aos sábados na Folha de S.Paulo.
Natural do Rio de Janeiro, entrou para a ordem religiosa de Santo
Inácio (dos jesuítas) e doutorou-se em Filosofia em 1965. Foi sagrado
bispo em maio de 1976, e trabalhou na Arquidiocese de São Paulo, deste
ano até 1988.

Na arquidiocese de São Paulo, auxiliou Dom
Evaristo Arns e organizou abrigos para menores abandonados. Em Minas
Gerais, não interrompeu seu trabalho social e dedicou seus últimos anos
a percorrer hospitais para socorrer os necessitados.

Segundo
informações da família, seu corpo será velado na Catedral da Sé, ainda
na capital paulista, durante esta madrugada. Amanhã, deve ser
transportado para Minas Gerais, onde deve ser enterrado em Mariana, na
Catedral da Sé local.

Categorias:Organizações

De volta os Teletubbies… OI

HORÁRIO ELEITORAL
Três
síndromes no retorno dos Teletubbies

Por Cristiano Otaviano Verutti em 22/8/2006

Embaladas por uma musica triunfal, um grupo de mulheres grávidas galga,
lentamente, uma linda colina verdejante. Sorridentes e confiantes, elas olham
adiante. Sob uma leve aragem, o cabelo das moças ganha movimento… Junto,
agitam-se as roupas diáfanas, imaculadamente brancas, deixando ainda mais à
vista a evidência da gravidez avançada. Tudo emoldurado por um céu de um
impecável azul…

A cena acima descrita foi ao ar na propaganda eleitoral de 2002, no programa
do então candidato Lula. Sob a batuta de Duda Mendonça, representava mais um
apelo emocional a apontar o surgimento de um novo país. "Amanhã", dizia a
propaganda nas entrelinhas, "vai nascer um novo país, que triunfará sob um céu
de brigadeiro!" Macabéia rediviva, o Brasil estava grávido de futuro. Estava
chegando a hora da estrela. A esperança, enfim, venceria o medo…

Um amigo, à época, teve uma interpretação bem diferente. Quando viu a
propaganda pela primeira vez, pulou da poltrona. "Danou-se! – exclamou – É a
colina dos Teletubbies! Elas estão grávidas dos Teletubbies! Eu sabia, o futuro
era esse: seremos engolidos pelos Teletubbies!"

Seremos engolidos

Quatro anos depois, no momento mesmo em que retorna às telas a propaganda
eleitoral, aquela estranha previsão ganha espaço na memória. Até porque a
discussão essencial que ela levanta – a da transformação da disputa eleitoral em
grande espetáculo publicitário – acabou sendo tema indireto das maiores
denúncias enfrentadas pelo governo Lula. Tanto que levaram a uma série de
modificações na legislação que rege o pleito.

Estas mudanças, no entanto, são ainda muito tímidas diante das necessidades
de qualificação do debate eleitoral. Isso porque a transformação do voto de ato
de cidadania em ato de consumo vem ocorrendo há tempos. E há tempos os
candidatos já não são representantes de ideais, mas mercadorias cujas
características são adaptadas pelos Dudas Mendonças às exigências do "mercado
eleitoral". Ou alguém se esqueceu das corridas diárias do ex-presidente Collor,
que saía da Casa da Dinda sempre vestindo uma camiseta com um novo e bombástico
slogan? Ou de FHC, comendo buchada de bode? Ou de Roseana Sarney, a "Número
Um"?

"É musiquinha pra lá… É musiquinha pra cá… Com a musiquinha você vai ter
que se virar!", resumem os humoristas do Casseta & Planeta. Por tudo
isso, mais do que o cerceamento dos possíveis exageros do discurso publicitário
durante a campanha, é urgente a qualificação da cobertura dada pela imprensa ao
processo eleitoral. Nisso, ainda estamos muito longe do ideal… Não que o tempo
e espaço sejam exíguos. Pelo contrário: a imprensa – nas diversas mídias –
consagra ao tema muita importância, escalando grande número de profissionais
para abordá-lo. Contudo, ainda restam vários desafios para que este tempo e
espaço se convertam em maior qualidade jornalística. A título de exemplo,
podemos citar três "síndromes"…

O determinismo da imagem

Em primeiro lugar, talvez seja preciso superar aquilo que poderíamos chamar
de "Síndrome da Fórmula 1". A imprensa não pode se calcar em pesquisas para
fazer a cobertura das eleições como se estivesse transmitindo uma corrida de
automóveis, concentrando-se em quem está na frente. Não que tais consultas não
devam ser levadas em conta. No entanto, é pernicioso tomá-las como parâmetro
único ao dedicar tempo e espaço a este ou àquele candidato. Mesmo porque isto
acaba muito parecido com as estratégias utilizadas por muitos programas
televisivos de baixa qualidade, que se baseiam nas preferências do público para
apelar e, com isso, ganhar audiência. É, ainda, falar ao consumidor fingindo
estar falando ao cidadão.

Outra "síndrome" que poderíamos arrolar seria a do "Diário de Bordo". Uma
cobertura que se resume a contar o que o candidato fez corre o sério risco de
não servir para nada. Que importância tem para a população saber que o
presidente Lula estava numa cidadezinha do Maranhão, fez um comício em outra do
Piauí, depois voou para uma terceira de Santa Catarina e, lá, terminou seu dia?
Na maioria das vezes, as pessoas nem conhecem tais lugares. Em que estas
informações vão contribuir para a qualificação dos parâmetros de escolha do
eleitor? Não que se deva deixar de acompanhar os candidatos. Mas precisa haver
um filtro crítico. Até para que o repórter não se converta num Pero Vaz
Caminha.

Por último, resta a "síndrome da visualidade". Esta ataca principalmente a
televisão e está profundamente ligada à característica anterior. Trata-se da
necessidade de corporificar em imagem tudo o que vai ser abordado. Se não
existem imagens, a pauta cai. Assim, a cobertura fica praticamente reduzida ao
factual e vários temas importantes deixam de ser aprofundados por não serem
"adequados" ao meio.

Co-autora da "qualidade"

Isto não quer dizer que a cobertura não tenha qualidades e nem que os
problemas se reduzam aos acima colocados. No entanto, é evidente a necessidade
de aprimoramento. As emissoras públicas de televisão têm apontado caminhos
interessantes, como a promoção de debates – não necessariamente com candidatos,
mas principalmente com especialistas das mais diversas áreas – em torno de temas
capitais para o país. Mas, inclusive porque os veículos comerciais são
refratários a estas soluções, ainda há muito que caminhar.

Outra questão importante é a da multiplicidade dos cargos. De certa forma, a
eleição presidencial faz com que fiquem eclipsadas todas as demais disputas. Se
pensarmos nas eleições parlamentares – principalmente no caso dos deputados
estaduais e federais –, o que existe de fato é uma omissão. Impotentes diante do
desafio materializado na absurda quantidade de candidatos, os meios de
comunicação simplesmente se calam.

Este silêncio – que obviamente não é fenômeno novo – constitui duro golpe na
democracia. Se a imprensa livre e atuante é uma das bases da sociedade
democrática, o parlamento também o é. Se a primeira não se manifesta sobre o
processo de escolha dos integrantes do segundo – por mais complexo que isto seja
– não cumpre uma de suas funções mais nobres e se torna co-autora da "qualidade"
da representação parlamentar brasileira.

Panorama de desafios

Neste contexto, sem cobertura da imprensa, o que resta à população para
orientar seu voto é a colcha de retalhos do Horário Eleitoral Gratuito. Um
espetáculo deprimente em que uma infinidade de candidatos a deputado se
"estapeiam" por alguns segundos de exposição. Na maioria das vezes, tragicômica.
Que tipo de representantes podemos esperar quando a informação se reduz a isso?
É, sem dúvida, um espaço aberto à vitória dos Teletubbies…

Para inverter este panorama, é necessário que a imprensa trabalhe com mais
seriedade no tratamento das eleições parlamentares. Se não é possível um olhar
individualizado, que ao menos se informe a população a respeito de parâmetros
que possam balizar a escolha a fazer. Que se busque qualquer coisa, que se erre,
mas que se faça algo, pois a cobertura das eleições parlamentares brasileiras
não pode nem mesmo ser acusada de medíocre, pois – com raras e honrosas exceções
– ela inexiste.

Enfim, todas estas coisas criam um panorama de desafios seriíssimos. Que
devem, no entanto, ser enfrentados. Se é que desejamos que a estrela a brilhar
seja a de uma cidadania responsável, base de uma democracia sólida. E não a do
primeiro Teletubbie que aparecer.